Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O que significa ser uma verdadeira mulher?

Da edição de julho de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


"Isso é que é mulher!" Quantas vezes você já ouviu esse comentário a respeito de uma mulher atraente? Mas será que isso é verdade? Será que o nosso valor como mulheres (ou como homens, conforme o caso) depende da nossa aparência física e da atração que exercemos sobre o sexo oposto? Muitos programas de televisão, filmes, livros e campanhas publicitárias procuram nos dizer que "sim". No entanto, cada vez mais pessoas sentem os tristes efeitos que decorrem desse ponto de vista. A sensação de solidão, de desejo sensual, de vazio, de desamparo e a demasiada preocupação com o corpo muitas vezes as levam a procurar conhecer melhor o seu verdadeiro ser. Falo por experiência própria!

Quando me tornei adulta, estava imbuída do conceito errado de que a sensualidade fazia parte da minha verdadeira natureza como mulher. Quanto mais adulta e "mulher" eu me sentia, tanto mais fácil se me tornava afrouxar meu padrão moral, até que a castidade se tornou uma coisa do passado, embora eu soubesse que isso não estava de acordo com o que havia aprendido na Ciência Cristã. Quando eu era solteira, tinha o desejo, bem no íntimo, de me elevar acima dessa condição imoral. Muitas vezes eu me debatia alternadamente entre o sentimento de justificação própria e o de culpa. Sabia que eu realmente precisava basear meu padrão moral na compreensão de Deus e da lei espiritual, em vez de na vontade ou opinião humanas (que, conforme constatei, não funcionavam em momentos de tentação).

Continuei a freqüentar a igreja filial da Ciência Cristã na minha localidade, da qual eu era membro, se bem que não fosse ativa (sempre serei grata por essa âncora representada pela filiação à igreja, que impediu meu afastamento completo). Sabia que se permitisse que os sentimentos de culpa e de condenação própria que eu sentia, me separassem daquilo que poderia ajudar a me salvar, provavelmente nunca teria domínio sobre a situação.

Por fim, conheci o homem com quem me casei e achei que o problema estava resolvido. Agora eu estava sob a proteção e o compromisso do matrimônio para sancionar nossas relações sexuais. Mas a sensualidade parecia ainda ser uma característica muito importante no meu conceito de feminilidade.

Os primeiros anos de nosso casamento foram marcados pela discórdia e pelo descontentamento. Então, durante cerca de um ano, sentime fortemente atraída por dois homens com quem eu trabalhava. Envolvi-me em relacionamentos que quase me fizeram transgredir o Sétimo Mandamento, que diz: "Não adulterarás." Êxodo 20:14. Às vezes a atração física parecia irresistível. Mas o enorme amor que eu devotava a Deus, o amor de meu marido e o desejo de fazer aquilo que eu sabia ser moralmente certo fizeram com que eu conseguisse terminar o primeiro relacionamento. Quando de novo me senti fortemente tentada, percebi que precisava adquirir um conceito mais profundo da lei de Deus, em vez de simplesmente obedecê-la formalmente, embora isso também fosse importante. Precisava combater a noção de que a aparência e a atração físicas é que faziam de mim uma verdadeira mulher.

Foi o exemplo sereno de meu marido que gradativamente me ajudou a adquirir uma compreensão mais elevada da identidade espiritual do homem e que rompeu a atração hipnótica da sensualidade. Eu havia falado com ele sobre meus problemas e lhe pedira que me ajudasse a superá-los. Como ele é estudante de Ciência Cristã, eu esperava que conseguisse encarar esse problema como uma questão mais profunda do que a de uma simples esposa frustrada e infiel. Sua surpreendente benevolência durante essa época difícil mostrou-me o que realmente significa ser homem. As qualidades de integridade, paciência, força moral e amor sem condenação, expressadas por ele, superavam de longe sua bela aparência, que me parecera tão atraente. Comecei a reconhecer a verdadeira natureza espiritual do homem e a valorizar aquela expressão de sua verdadeira natureza.

À medida que minha convicção e minha compreensão espiritual aumentavam, o segundo relacionamento também terminou harmoniosamente, embora eu ainda trabalhasse com os dois homens. Enquanto eu continuava a orar e a crescer na compreensão de minha verdadeira identidade, ponderava a resposta à pergunta: "O que é o homem?" contida em Ciência e Saúde de autoria da Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, a Sra. Eddy. No meu caso em particular, foi-me de grande valia empregar o termo mulher toda vez que era mencionado o homem, visto a Sra. Eddy empregar o termo homem genericamente. Como nunca dantes, compreendi que a mulher "é a idéia, a imagem do Amor; [ela] não é física. [Ela] é a idéia composta que expressa Deus e inclui todas as idéias corretas ...." Ciência e Saúde, p. 475. A verdadeira individualidade de cada pessoa provém unicamente de Deus, a Alma, o Espírito. Como Deus é Espírito, nossa verdadeira identidade tem de ser inteiramente espiritual, o reflexo da natureza de Deus. Essa natureza é pura, boa e inocente. As qualidades tais como beleza, graça, amor e intuição, geralmente associadas à mulher, nada têm a ver com um corpo material. Quando percebidas corretamente, essas qualidades apresentam exclusivamente as manifestações da Alma, o Espírito.

Também reconheci que, como expressão de Deus, eu só podia incluir "idéias corretas". As crenças sensuais e egoístas não são oriundas de Deus, por isso eu não precisava prender-me a elas e elas não podiam se prender a mim. No Manual d'A Igreja Mãe, a Sra. Eddy convoca cada membro de sua Igreja a "defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva ...." Man., & 6o do art. 8o. A atração física realmente não passa disso, isto é, de sugestão mental agressiva. Não existe processo químico natural que tenha o poder de agir entre corpos humanos materiais. A aparente atração começa e termina no pensamento. E é no pensamento que temos de combater toda tentação de transgredir qualquer um dos mandamentos de Deus.

Podemos nos sentir tentados a culpar a Deus por nossa sensualidade. Talvez já tenhamos ouvido, ou mesmo dito: "Eu não consigo mudar! Deus me fez assim!" Será que Deus, o Amor, poderia intencionalmente criar um homem que não conseguisse deixar de pecar, para depois puni-lo por cometer pecados? A Bíblia esclarece bem essa questão, quando diz: "Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz." Tiago 1:13, 14.

Outra sugestão mental agressiva que desvendei em meu pensamento, foi o conceito de que somos animais, o "animal racional", como as pessoas freqüentemente se referem ao gênero humano. Bem, o homem da criação de Deus não é animal! Ele não é o composto de instintos e reações animais. Essa crença é diametralmente oposta ao verdadeiro conceito do homem como imagem e semelhança de Deus, puro e sem pecado, que é o conceito espiritual exposto no primeiro capítulo do Gênesis. E no Novo Testamento a Bíblia nos adverte sobre as conseqüências de nos considerarmos carnais, animais: "O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz." Romanos 8:6. Nossa verdadeira natureza espiritual como criação pura e reflexo de Deus é manifestada de maneira perceptível em nós, quando reivindicamos esse fato e o refletimos em nossos pensamentos e ações. Podemos estar cônscios e dar provas de que somos impelidos unicamente pelo Amor divino, não pelo desejo animal. A presença do Amor divino em nosso pensamento preenche o vazio da sensualidade com uma paz aconchegante e duradoura e com o terno afeto fundamentado na pureza e na bondade.

Às vezes, parece extremamente difícil elevar-nos acima do magnetismo da assim chamada natureza animal. Mas à medida que vislumbramos a realidade acerca de nossa verdadeira identidade espiritual e nos empenhamos por demonstrá-la em nossa vida, essa atração magnética deixa de nos dominar e os apetites e paixões são submetidos à disciplina e ao controle do Cristo. Para vencer essa batalha, precisamos estar alertas para a avalanche contínua de sugestões mentais que procuram nos fazer crer que somos animais governados pela corporalidade. Precisamos escolher melhor os programas de televisão, os filmes e os livros que preenchem nossas horas de lazer e devemos estar atentos às campanhas publicitárias que assimilamos. Será que eles refletem a natureza superior do homem e da mulher, ou enaltecem o apelo a uma natureza animal inferior? Suscitam a inspiração espiritual ou a sensação física? Isso não significa ser conservador ou pudico. Significa recusar-se a aceitar promessas vazias que querem nos fazer crer que homens, mulheres e até crianças são seres humanos sensuais governados por impulsos animais.

Faz cerca de sete anos que tive essa experiência. Depois dessa ocasião, meu casamento se transformou na relação mais querida e agradável que eu jamais imaginara. Que alegria ser capaz de reconhecer um "verdadeiro homem" quando o vejo! Quão grata sou por saber finalmente o que significa ser uma "verdadeira mulher".

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / julho de 1990

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.