Algumas vezes, o pecado nos leva à angústia e sentimos uma culpa e uma indignidade degradantes. Outras vezes, o pecado jaz sutilmente oculto no pensamento e talvez nem mesmo o reconheçamos. Ou talvez não o consideremos tão grave, a ponto de abandoná-lo.
À medida que enfrentamos o pecado e o vencemos, sentimo-nos mais próximos de Deus, mais livres das limitações inerentes à matéria, mais conscientes de nosso próprio valor e de nossa própria dignidade, como filhos queridos de Deus. Porém, isso pode implicar uma batalha muito dura.
O exemplo de Cristo Jesus nos ajuda. Através do Cristo, que ele exemplificava, Jesus provou que o poder de Deus destrói o pecado. Aliás, o propósito do Cristo é tirar "o pecado do mundo" João 1:29.. Jesus provou muitíssimas vezes que vencer o pecado traz bênçãos incontáveis às pessoas, até mesmo, em alguns casos, a cura simultânea de problemas físicos. Ver Mateus 9:2-7
Jesus ensinou que um dos pré-requisitos para auxiliar os outros é libertar-nos a nós mesmos do pecado. Ele declarou: "Tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão." Mateus 7:5.
A Sra. Eddy ensinou que todos os estudantes da Bíblia e de seus escritos deveriam, conscientemente, orar para detectar e remover até mesmo o mais sutil dos pecados. Ela escreve: "Examina-te e vê o que o pecado pretende de ti, e em que medida, e quanto dessa pretensão errônea admites como válida, ou concordas com ela. ... Mesmo um pequeno erro deve ser encarado como erro, a fim de ser corrigido; quanto mais, então, deveríamos reconhecer nossos pecados e arrepender-nos deles, para que possam ser reduzidos ao seu nada inicial." Miscellaneous Writings, p. 109.
O que é o pecado? O pecado inclui atos específicos tais como roubar, matar e praticar adultério. Mas o pecado também inclui pecados mentais — comportamentos ímpios como raiva, ressentimento, sensualismo, egoísmo, impaciência, obstinação, orgulho. Realmente, pecado é procurar o bem fora de Deus, o Espírito. É buscar o bem ou confiar na matéria, em circunstâncias materiais ou numa mente material. Por exemplo: orgulho é pensar que nosso valor individual seja oriundo de talentos materiais, posição ou posses. Egoísmo é pensar que somos mortais limitados que necessitam acumular coisas materiais.
Os ensinamentos de Cristo Jesus mostram o valor das coisas do Espírito. Ele disse: "O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita." João 6:63. Quando pensamos que somos materiais ou que a matéria é algo substancial, real ou poderoso, estamos imersos naquilo que "para nada aproveita."
Como é que havemos de vencer o pecado? Pela oração, pelo estudo e pelo crescimento diário no conhecimento das qualidades crísticas, somos fortalecidos para abandonar procedimentos pecaminosos e empenhar-nos em levar vidas mais espirituais. A oração e o estudo da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy ajudam-nos a compreender melhor a Deus e a compreender o homem como Sua criação perfeita e amada. Esse homem, essa nossa identidade real, não pode ser atraído a um procedimento pecaminoso. Pela oração compreendemos que Deus é o Amor divino, que ama o homem, incondicionalmente, sem limite. Deus abençoa o homem incessantemente, dando-lhe todo o bem, sem medida. As promessas de prazer ou satisfação do pecado são vazias, comparadas ao bem permanente que obtemos de Deus.
Deus é Espírito divino e Sua criação, o homem, é espiritual, puro, bom, completo em todo sentido. De modo algum é a criatura indefesa, fraca e material que aparenta ser. Compreendendo essa realidade espiritual, obtemos domínio sobre o pecado.
O autor de I João escreve: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." 1 João 3:9. Deus é Mente divina. A Mente está sempre a transmitir idéias e aspirações corretas ao homem. O homem realmente não tem uma mente mortal separada, repleta de pensamentos e desejos maus, impuros e vis.
Orar dessa maneira capacita-nos a começar a compreender o Cristo — o verdadeiro relacionamento entre Deus e o homem. À medida que essa verdade é compreendida e vivenciada, o Cristo atua como lei para remover de nossa experiência pensamentos e práticas pecaminosos. Nossos esforços diários para ser bons e puros são revigorados e sustentados por essa oração.
Orar com tais verdades garante a cura. Um estudante certa vez perguntou à Sra. Eddy como vencer o sensualismo. Mais tarde, numa carta, a Sra. Eddy escreveu: "Se um simples pecado perdurar, (e quem é destituído de todo pecado?) alegra-te, pois a vitória sobre ele está assegurada. Se existe uma impressão errada, com a qual Deus, o Bem, não está de acordo, essa impressão tem de ceder. Nem o medo, nem condição anormal farão com que o pecado persista. ... O Amor divino te livra de toda pretensão errônea da carne. A lei do Espírito é suprema, domina a carne e tu és o filho do próprio Deus, nunca nascido da carne nem subordinado a ela.
"Nisso estabeleces tua compreensão e tendo feito tua parte, resiste e Deus proverá forças para que a tentação seja vencida." Citado em We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979), pp. 164-165.
Se parece difícil curar-nos a nós mesmos do impulso de pecar, podemos pedir a um praticista da Ciência Cristã para orar por nós. O praticista mantém em confidência todas as informações. Suas orações nos ajudarão a encontrar força e cura.
Uma Cientista Cristã foi curada do pecado sutil da inveja. Sua experiência ilustra como qualquer tipo de pecado pode ser curado. Era solteira e tinha amigos casados que, às vezes, a incluíam em suas atividades. Ela amava e apreciava a cordialidade e amizade que tinha com aquelas famílias, mas também havia outros sentimentos. Um dia, quando esteve com uma dessas famílias, surpreendeu-se ao reconhecer que havia em seu íntimo um elemento de inveja, por querer exatamente o que seus amigos possuíam. De certo modo, isso era negar o amor que Deus lhe tinha! Cada vez que invejava o que era deles, estava dizendo realmente: "Sou incompleta. Não sou amada. Estou perdendo algo muito bom!" Isso era o exato oposto do que sabia ser a verdade sobre ela mesma, como filha amada de Deus!
Percebeu que estava acreditando que essas outras pessoas, por seus relacionamentos humanos, possuíam algum bem que ela não tinha ou não podia ter. Mas sabia que Deus a amava exatamente tanto quanto Ele amava os membros daquela família. Deus não se comportava injusta ou deslealmente para com nenhum de Seus filhos. Deus possui o bem abundante, amor infinito para todos. Nenhum indivíduo pode ser privado do bem, carecer de amor ou não conseguir realizar-se.
A mulher vinha orando havia muito tempo para obter uma visão mais clara de sua inteireza como filha de Deus. Tinha prazer em saber que ela era criação exclusiva de Deus. Seu valor e sua importância foram dados por Deus e solidamente estabelecidos (fosse ela casada ou não). Aprendera que seu suprimento do bem provinha de Deus. Já havia reconhecido e apreciado em sua vida indícios de convívio em família. Assim, a surpreendente revelação daquele dia foi o resultado de suas orações. Ficou-lhe claro que ela realmente era completa e abençoada por Deus. Teve uma profunda sensação de estar livre de anseios e sentiu-se em paz.
Houve uma bênção acrescida a essa cura. Alguns meses mais tarde, conheceu um homem que foi muito especial para ela. Logo se casaram e constituíram uma nova família.
Verdades espirituais, tais como aquelas que curaram essa mulher de um pecado sutil, podem ser aplicadas para curar o pecado mais odioso e tenaz. Essa experiência mostra, também, que discernir e destruir o pecado não diminui a intensidade de nosso convívio com os outros, mas torna-o mais arraigado.
Vencer o pecado que está oculto no pensamento ou ameaçando acintosamente nossa paz, é a parte fundamental do cristianismo e traz bênçãos enormes.
