Ninguém Pode Dizer que as Olimpíadas deixam o público indiferente. Não só elas nos emocionam no íntimo, como também nos impulsionam literalmente a ficar de pé, em casa ou nas arquibancadas, para aclamar, aplaudir e talvez até abraçar quem quer que esteja por perto. Durante as Olimpíadas de Inverno, recentemente, muitas pessoas ficaram comovidas pela terna amizade entre dois esquiadores da modalidade “cross-country”, um marroquino e um norueguês. A amizade deles se desenvolveu durante as competições, à vista dos espectadores e, para muitos, simbolizou a essência dos Jogos Olímpicos. Essa expressão de fraternidade e união entre nações foi a maior realização dos dois atletas, transcendendo em importância suas vitórias e habilidades atléticas, muito embora estas não tenham sido desprezíveis. A despeito de suas consideráveis diferenças, esses dois homens demonstraram afeição e respeito mútuos, inspirando a todos os que os viram.
Certamente, esse é o mais alto objetivo dos Jogos Olímpicos, ou seja, promover a fraternidade e a paz universais, derrubando os muros do preconceito, medo e incompreensões, que levam à divisão e ao antagonismo entre as nações. Essa mensagem está sem dúvida sendo compreendida, pois eu, por exemplo, choro de felicidade por todos, indistintamente, não importando qual o hino tocado durante a entrega dos prêmios, após cada competição. (Aliás, acho que não sou a única pessoa a fazer isso.)
Lamentavelmente, entretanto, esse nobre objetivo que norteia os Jogos Olímpicos não é suficiente para trazer de fato paz e fraternidade universais. Quando pensamos na cidade de Sarajevo, por exemplo, ensangüentada e dilacerada em conflitos, por aqueles que há pouco tempo atrás viam-se como irmãos e compatriotas, parte-nos o coração recordar a alegria vivida durante as Olimpíadas de Inverno ali realizadas, há cerca de nove anos.
Faça o login para visualizar esta página
Para ter acesso total aos Arautos, ative uma conta usando sua assinatura do Arauto impresso, ou faça uma assinatura para o JSH-Online ainda hoje!