Você Já Imaginou como seria conhecer Cristo Jesus pessoalmente ou poder recorrer a ele para nos curar?
Como nos aproximaríamos do mais santo de todos os homens, o Filho de Deus? Provavelmente hesitantes, sem saber ao certo como seria, sem ter certeza quanto àquilo que o evangelho que ele pregava exigiria de nós. Poderíamos talvez nos aproximar do Mestre com a radiante esperança de que, não somente nossos corpos fossem curados, mas também nosso pensamento e nossa vida fossem atingidos por sua oração curativa. Poderíamos ainda imaginar que indescritível humildade iríamos sentir na presença de sua espiritualidade, que distância sentiríamos entre nossa tênue expressão de bondade e a plena radiação de sua luz e de seu amor.
O coração humano certamente anseia pelo refrigério espiritual que está associado à vida de Cristo Jesus. Para aquelas pessoas que estão descobrindo que a cura pelo Cristo é possível e natural mesmo em nossa época, esse anseio é muito mais do que mera fantasia.
De forma bastante real, você e eu podemos nos achegar ao Cristo, tão certamente como faziam as pessoas que iam até Jesus no primeiro século da era cristã. Isso porque o Cristo, a Verdade, que o Mestre expressava, é eterno. Fazendo referência ao Cristo, com o qual Jesus se identificava tão intimamente que falava dele como o “eu” verdadeiro de seu ser, o Mestre disse: “Antes que Abraão existisse, eu sou.” João 8:58. Em outra ocasião, ele disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Mateus 28:20. O Cristo realmente antecedeu o ministério de Jesus e está sempre presente para curar e transformar a vida das pessoas.
Onde é que podemos encontrar esse poder curativo e salvador de Deus? Exatamente onde estivermos, no santuário de nossa consciência. O Cristo está presente em toda consciência humana, estejamos ou não correspondendo à sua influência benéfica.
Há uma tendência de se tentar reduzir o Cristo a um conceito que criamos em nosso pensamento e no qual tentamos acreditar, quando, em realidade, o Cristo é uma presença viva, a cuja influência devemos corresponder. É algo bem diferente e infinitamente maior do que aquilo que imaginamos. É o espírito vivificante da Verdade e do Amor divinos. Jesus não ativava nem dava vida ao Cristo. Ao contrário, ele permitia que o Cristo o animasse e o fortalecesse. O Cristo é a influência vivificadora que, quando aceita, nos leva a pensar, falar e agir de modo a exprimir a natureza da própria divindade.
Simplificando, o Cristo é a mensagem de Deus à humanidade, a expressão divina de tudo o que Deus é e da verdade de Sua criação, o Cristo nos fala de nosso Pai-Mãe Deus, que é o Amor sempre presente, o Princípio divino onipotente, o Espírito e a Alma, que tudo abrangem. O Cristo nos mostra nossa identidade real e espiritual, que é a própria imagem de Deus e reflete Sua imortalidade, perfeição, integridade e liberdade. À medida que ouvimos e assimilamos o que o Cristo revela, nossa convicção de que Deus é de fato Tudo e de que nós realmente O refletimos é fortalecida. Conseqüentemente, começamos a perceber que tudo o que é dessemelhante dEle não tem poder legítimo nem existência verdadeira. Começamos a sentir realmente a presença de Deus e a expressar um pouco do domínio sobre o pecado e sobre a doença, domínio esse que, segundo o evangelho, se seguirá a uma crescente dedicação à espiritualidade.
A questão de como nos achegarmos a Cristo, de qual deve ser nossa conduta mental para que nossa oração seja eficaz, é importante na cura pela Ciência Cristã. Essa questão é levantada bem no começo do capítulo “A Prática da Ciência Cristã” em Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã. Ela comenta o encontro do Mestre com uma pecadora, narrado no Evangelho de Lucas. A Sra. Eddy põe em destaque a diferença entre a atitude de Simão, um fariseu que convidara Jesus à sua casa, e a da mulher. Ela escreve: "Aqui se traz à baila uma questão solene, decorrente de uma das necessidades da época atual. Buscam os Cientistas Cristãos a Verdade, assim como Simão buscou o Salvador, por conservantismo material e visando a homenagem pessoal? ...
"Por outro lado, mostram eles seu respeito para com a Verdade, ou Cristo, mediante arrependimento sincero, e com corações quebrantados, respeito esse expresso em humildade e afeição humana, assim como o fez essa mulher?" Ciência e Saúde, p. 364.
Qualquer pessoa que esteja necessitando de cura pode ser ajudada, se tiver empenho em manifestar as qualidades expressas por aquela mulher, quando se aproximou de Jesus. Quer necessitemos de cura física, quer desejemos a regeneração moral, essas qualidades asseguram nossa receptividade à Verdade.
Em certo sentido, nossa necessidade fundamental é sempre de regeneração moral. De forma geral, poderíamos dizer que a cura da doença e do pecado ocorre quando obedecemos estritamente ao Primeiro Mandamento. Reconhecer e obedecer ao Deus único, a Mente única, o Espírito único ou substância, nos capacita a superar, com uma compreensão crescente da autoridade que nos é outorgada por Deus, as diversas fases da falsa crença de que nós vivemos na matéria e dela dependemos.
Em realidade, na experiência humana nunca chegamos ao ponto em que podemos concluir serem desnecessários o auto-exame e a regeneração moral. Temos de trabalhar diariamente, a todo instante, para abandonar o "velho homem", para abandonar tudo o que for dessemelhante de nossa verdadeira identidade. Precisamos reconhecer que alguns elementos, como a impaciência, a raiva, a vontade própria, a sensualidade, a preocupação egoísta, a ambição, o ressentimento, sem mencionar a confusão mental que resulta da perspectiva materialista, não fazem parte do homem criado à imagem de Deus e precisam ser destruídos pelo poder do Cristo.
A qualquer momento, uma auto-análise sincera provavelmente nos colocaria de joelhos ante a luz do Cristo. As palavras de um hino tradicional transmitem claramente o anseio profundo do coração que percebe o quanto necessita do Cristo:
De Ti preciso eu,
Não tardes mais.
Fracassa a tentação,
Se aqui estás.
De Ti eu necessito,
Sim, a toda hora;
Vem graça dar-me agora,
Real Senhor.Hinário da Ciência Cristã, N° 137.
Pode até parecer, pelo que acabamos de dizer, que deveríamos acalentar sentimentos de remorso por erros do passado, ou manter no pensamento uma imagem de nós mesmos como mortais perdidamente propensos ao pecado. Mas isso não é absolutamente o que se deve fazer. O Cristo realmente destrói o pecado e assim nos liberta da culpa e da ansiedade decorrentes do modo errôneo de pensar e agir.
É verdade que às vezes nos sentimos entristecidos e profundamente arrependidos pela grande distância que parece existir entre nós e o caráter crístico que podemos expressar como filhos de Deus. Entretanto, à medida que nos voltamos mais continuamente a Deus em oração, elevamo-nos ao ponto de acalentar a expectativa de cura e redenção. Tornamo-nos mais capazes de manter nosso pensamento em linha com a verdade espiritual e mais confiantes de que estamos nos revestindo do "novo homem" que Cristo revelou.
Aproximar-se do Cristo pode também significar aproximar-nos de nosso verdadeiro ser, ou melhor, reconhecer nossa verdadeira identidade espiritual como filhos e filhas de Deus. Não é de surpreender que essa aproximação desperte em nós uma sensação de familiaridade. Começamos a entender que sempre fomos, em realidade, a expressão sem mácula do Deus único, infinitamente bom. Sabemos intuitivamente que sempre mantivemos um relacionamento perfeito com o Pai e que esse relacionamento, que se evidencia em nossa completa e absoluta semelhança com Ele, continua para sempre, pois é a realidade indestrutível de nosso ser. Não seria isso o que a pecadora mencionada anteriormente percebeu a respeito de sua individualidade espiritual e de sua história? Ela se aproximou do Cristo com lágrimas de arrependimento, e voltou para casa perdoada. Parece claro que ocorreu uma cura.
Uma experiência que eu tive me mostrou a forte relação entre o arrependimento e a cura pelo Cristo. Uma amiga pediu que eu orasse por sua filhinha, que estava com uma infecção nos olhos. Depois de ter orado pela criança, tive a idéia de começar a ler o capítulo “A Prática da Ciência Cristã”, em Ciência e Saúde. Enquanto lia, percebi de repente que a experiência da mulher, contada no Evangelho de Lucas, tinha grande importância para mim. Eu também procurava aproximar-me do Cristo para a cura daquela criança. Para que a cura se manifestasse, eu precisava prostrar-me humildemente aos pés do Cristo, disposta a modificar todo pensamento que não se originasse verdadeiramente em Deus. Precisava dedicar-me à tarefa de reformar, ou seja, formar de novo meu pensamento e minha vida. Como a mulher que se aproximou de Jesus, eu tinha de “buscar a Verdade, o Cristo, ... do apogeu de sua consagração devota”, como diz a Sra. Eddy, “com o óleo da alegria e o perfume da gratidão, com lágrimas de arrependimento e com aqueles cabelos todos contados pelo Pai.” Ciência e Saúde, p. 367.
Eu me empenhei em manter esse estado mental de alerta o dia todo. Como resultado, notei que estava me desfazendo da materialidade e me aproximando de Deus. Naquela mesma tarde, a menininha telefonou e disse que estava curada.
Essa cura serviu para me lembrar de que não precisamos ter anos de experiência na Ciência Cristã, ou ser pessoas quase perfeitas, ou ter uma compreensão absolutamente completa de Deus para sermos curados ou curar os outros. Sermos honestos conosco, sinceros e humildemente dispostos a sermos transformados por aquilo que compreendemos da verdade espiritual, são realmente atitudes precursoras da cura. Isso é verdade, quer sejamos principiantes no estudo da Ciência Cristã, quer a estejamos estudando há muito tempo; quer tenhamos, aos nossos próprios olhos, permanecido fiéis a seus ensinamentos, quer estejamos apenas começando a estudar de novo a Ciência.
A cura com freqüência ocorre rapidamente quando nos aproximamos do Cristo sem oferecer nenhuma resistência e sem tentar evitar que a luz penetrante da Verdade se projete sobre alguns aspectos de nossa vida. Uma sensação maravilhosa de poder e de alegria acompanha nossa disposição sincera de ser transformados.
Embora seja verdade que Deus, através de Seu Cristo, exija o sacrifício de tudo o que é material e mortal, é também verdade que Deus nos dá tudo o que vale a pena ter. Quando deixamos que nossa vida seja tocada, mesmo que só um pouquinho, pela luz do Cristo, notamos que a recompensa espiritual é muito maior do que qualquer sensação de perda material. Chegamos mesmo ao ponto em que deixamos de pensar em quanto nos custa viver espiritualmente e, em vez disso, compreendemos como é vã a crença de que temos vida e mente separadas de Deus.
Quando nos avizinhamos do Cristo na quietude da oração, descobrimos que, em realidade, estivemos com o Cristo o tempo todo. De fato, estamos ocultos “juntamente com Cristo, em Deus”, Coloss. 3:3. como a Bíblia diz. Como filhos de Deus, jamais formos tocados por alguma forma de pecado. Na proporção direta de nossa aceitação dessa verdade, ficamos capacitados a vivenciá-la e paramos de agir sob impulsos que não são sancionados por Deus. Começamos a analisar profundamente o termo cristão redenção e a pôr em prática essa redenção na vida diária. Isso traz a cura, tanto para nós como para aqueles que pedem nossa ajuda em oração.
