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Examinemos a questão do mal

Da edição de julho de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Um Dos Pontos da teologia da Ciência Cristã que por vezes deixa as pessoas receosas ou perplexas, é a asserção de que o mal — a doença, a moléstia, o pecado — é irreal. Para quem está sofrendo de uma doença ou de uma desgraça pessoal, essa declaração ousada, fora de contexto, poderia sugerir que a Ciência Cristã fica no mundo da lua. Outros talvez temam que esse ensinamento leve a pessoa a negar os cuidados essenciais aos que estão sofrendo.

Ambas as preocupações estão longe de ser verdade. A ignorância, a ingenuidade, a insensibilidade ou a negligência não fazem parte da teologia nem da prática da Ciência Cristã. Tanto quanto qualquer pessoa que tem profundo interesse pelos outros, os Cientistas Cristãos em geral são particularmente sensíveis aos problemas e necessidades dos outros, desejosos de compartilhar aquilo que aprenderam acerca do consolo, desvelo e libertação da dor — mental e física — que o Cristo, a Verdade, proporciona a todos.

O exemplo do apóstolo Paulo, quando encontrou o pai de Públio na ilha de Malta, mostra a natureza da solicitude cristã. Esse homem estava sofrendo intensamente de ataques de febre e disenteria. Paulo orou e o sofrimento do homem cessou imediatamente. O pai de Públio sentiu-se bem e isso ficou evidente não só para ele mesmo como para todos aqueles que o rodeavam.

Surge aqui a questão: “O que é que Paulo fez ou sabia?” É difícil crer que Paulo “conhecesse” a realidade da doença. Isto é, não parece que ele a tenha considerado como algo a ser aceito, algo definitivo ou que fazia parte do plano de Deus para o homem. Assim, para Paulo a doença não era “real” nesse sentido. Uma realidade diferente deve ter sido evidente para Paulo. Ele conhecia a realidade que a Bíblia denomina Cristo e a realidade do homem “oculta juntamente com Cristo, em Deus.”

Aquilo que Paulo conhecia da realidade divina curou o pai de Públio. É possível para nós hoje compreender o que Paulo fez? Sim, e isso para muitos é um fato que transforma toda uma vida. Através da Ciência do Cristo, podemos descobrir a base espiritual daquilo que Paulo fez, que Pedro fez, que João, Filipe e os outros discípulos de Jesus fizeram, em obediência às suas recomendações: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15. “Curai enfermos”. Mateus 10:8. E aquilo que eles realizaram pode ser também demonstrado pelos cristãos de hoje, pois Jesus prometeu: “Estou [o Cristo] convosco todos os dias até à consumação do século.” Mateus 28:20.

A vida de Cristo Jesus é a manifestação do infinito Amor divino. Sua vida de amor demonstrou o propósito de Deus para o homem. Ele definiu o Cristo. Jesus trouxe-nos a compreensão de que Deus está perto, sendo o centro e a fonte de toda vida. Ele revelou que ninguém podia sair da órbita do cuidado todo abrangente de Deus. Trouxe à luz a bondade que está na essência do homem, como o filho sempre amado de seu Pai-Mãe Deus. Jesus ajudou todos a perceberem que a vida de cada um era governada e controlada por Deus e que vivemos em Seu reino perenemente. Assim, o Cristo, a Verdade, traz à humanidade o poder transformador e curativo do Amor divino.

Mediante o poder do Cristo, os doentes e enfermos foram curados. Os pecadores encontraram força moral e libertação dos sentidos escravizadores. A obra curativa de Jesus despertava as pessoas para a saúde, a pureza, o amor, a bondade, o domínio e para uma grande felicidade.

O impacto do Cristo na vida humana produz tanto a cura como a ressurreição. É por isso que os cristãos falam acerca do novo nascimento. A vida é vista sob nova luz. Ela é vivida de uma nova maneira.

Em conseqüência, passamos a pôr em dúvida aquilo que antes nos parecia real. O mal, tal qual disformes sombras noturnas, parece menos assustador, menos real na luz da presença do Cristo. Essa luz que tudo abarca destrói a noção de que o mal existe. Os sonhos que sonhamos acordados ou os pesadelos da doença, do crime, da desumanidade, são todos muito reais para a mente humana, até que ela sinta a radiância do Cristo.

À medida que alcançamos maior compreensão dos ensinamentos e do exemplo de Jesus, o mal parecer-nos-á cada vez mais um engano ou erro, algo que pode ser corrigido. Seus sintomas tornar-se-ão “irreais”. Adquirimos a convicção de que eles são mentiras acerca de Deus; mentiras acerca do homem. O cristão não se esquiva de enfrentar o mal. Ele é receptivo ao poder do Cristo que destrói o mal. Então, o mal e seus efeitos desaparecem, não apenas no pensamento, mas de fato, como aconteceu com o pai de Públio. Quando o pensamento desperta para a presença do Cristo, o erro forçosamente desaparece e a saúde, a santidade e a realidade aparecem.

Assim sendo, podemos nos perguntar: “Se a doença fosse a vontade de Deus, teria Jesus praticado a cura? Se a doença e a fraqueza fossem inevitáveis, teria Jesus se dedicado tanto a libertar homens e mulheres de tal sofrimento? Se não devemos esperar que a vida seja melhor, mais saudável e mais sã, por que Jesus fez tais promessas a um mundo conturbado?” Nenhum homem amou mais profunda e eficazmente a humanidade do que Jesus e ninguém se sacrificou tanto por ela, para libertá-la da doença e do pecado. Ele desafiou frontalmente, perante todos, a realidade da doença e do pecado.

Em sua luta contra tais males, a Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, concluiu que a realidade e o poder definitivo pertencem ao Espírito. Ela percebeu que tanto a obra como os ensinamentos de Jesus levavam a essa conclusão inevitável. Tudo o que ele disse e fez testificou a onipresença e imutabilidade do Espírito. Na experiência da Sra. Eddy, essa descoberta espiritual resultou em cura. Contando sua importante descoberta, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreve: “As três grandes verdades do Espírito: a onipotência, a onipresença e a onisciência — o Espírito a possuir todo o poder, a encher todo o espaço, a constituir toda a Ciência — contradizem para sempre a crença de que a matéria possa ser real. Essas verdades eternas revelam a existência primordial como a realidade radiante da criação de Deus, na qual tudo quanto Ele fez é declarado bom por Sua sabedoria. Foi assim que vi, como nunca dantes, a terrível irrealidade chamada o mal.” Ciência e Saúde, pp. 109–110.

O ponto central do cristianismo é a adoração de um único Deus, um Deus cheio de amor transcendente, revelado através da vida de Cristo Jesus, que não reconheceu nenhum outro poder, autoridade ou causa além de Deus. Apesar de ter cumprido a lei e os costumes humanos, mostrou a vontade inegavelmente superior de Deus para o homem. Quando Jesus disse: “Segui-me”, provavelmente ele não quis dizer apenas: “Calçai as sandálias e vinde comigo”, mas sim, aprendei a ver e a entender o que eu vejo e entendo. Mediante a Ciência Cristã, os discípulos de hoje estão aprendendo a fazer isso e estão descobrindo, na vida de Jesus, a prova de que não há poder, efeito, ação ou condição verdadeiras que não provenham de Deus. Tal reconhecimento honra a Deus e capacita-nos a ter consciência de Sua onipotência e onipresença, de Seu caráter e de Sua natureza. Essa tomada de consciência inevitavelmente modifica nossa perspectiva de vida, de um sentido de mal para a grande realidade do bem. O resultado é sempre a regeneração e a cura espirituais.

A ousada declaração de que “o mal é irreal” é em grande parte incompreensível até que comecemos a vislumbrar algo da grandeza, da extraordinária totalidade de Deus, o bem. A admissão sincera de que Deus é bom e é Tudo traz um influxo de bondade e amor à nossa vida. Na proporção em que sentimos essa verdade, que captamos a realidade desse fato, não ficamos apenas argumentando sobre a irrealidade do mal, mas constatamos a prova dessa irrealidade.

A demonstração da irrealidade do mal é a alma do cristianismo. Jesus provou a falta de poder e a nulidade do mal. Triunfou sobre ele em todos os aspectos. O modo como o Mestre demonstrou esse fato para todos nós comprova a realidade e o poder absoluto do Amor.

A cobiça, o ódio, a inveja e a indiferença, que procuraram ao máximo matá-lo na cruz, falharam redondamente. Ele provou que o ódio e o mal não eram a realidade definitiva. A Vida é essa realidade. A força do Amor inextinguível é real. A vontade de Deus para o homem — saúde, pureza, bondade, paz — é real. O homem como obra de Deus, perfeito e bom, é real.

A irrealidade do mal não é compreendida imediatamente através do raciocínio ou da lógica intelectual. Ela só se torna evidente e irrefutável à medida que nos esforçamos por viver a partir da mesma base espiritual do Mestre. Muito embora desafiar diariamente a realidade do mal possa parecer assustador, tal prática nos leva a um conhecimento íntimo de Jesus e a uma compreensão de sua missão para com a humanidade. Revela-nos a profundidade do amor que ele trouxe para um mundo carente. Capacita-nos a compreender a Deus, a acreditar nEle e a servi-Lo. Dá ao cristianismo sua vitalidade e seu poder curativo para transformar o mundo.

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