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Às vezes é indispensável, neste mundo tão necessitado, ver as coisas sob nova luz. Novas Perspectivas é uma seção apropriada para aqueles que querem dar um enfoque especial a assuntos de interesse comum.

O preparo do Leitor

Da edição de julho de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando Fui Eleita para ser Leitora de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, meu primeiro pensamento foi: agora preciso preparar-me bem para esse cargo importante!

Ele é importante. Todos os domingos os Leitores conduzem o culto lendo a Lição Bíblica. Ao referir-se à necessidade dos Leitores dedicarem tempo suficiente para o preparo da Lição-Sermão, a Sra. Eddy diz no Manual de A Igreja Mãe que esta é uma “lição da qual grandemente depende a prosperidade da Ciência Cristã.” Man., Art. 3°, § 1.

A Sra. Eddy esperava que os membros da Igreja fossem dedicados estudantes da Bíblia e de suas obras. Ela também destacou a importância do preparo espiritual. Num artigo intitulado “Leitores da Igreja” ela diz: “O que nossas igrejas necessitam é daquela qualidade de pensamento devotado e altruísta que espiritualiza a congregação.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 249.

É evidente que se exige mais de um Leitor do que apenas eloqüência e boa escolaridade. Quando nos devotamos a Deus, crescemos em pureza e somos mais abnegados, então nos tornamos mais espiritualizados. Sempre que as coisas do Espírito são prioritárias no pensamento do Leitor, a Verdade irradia com mais clareza em sua leitura.

Deus é Verdade. É Deus que supre as necessidades da congregação e dos Leitores. Por meio de Sua Palavra, Deus cuida com ternura de nossa igreja e da comunidade. Ele soluciona nossos problemas e satisfaz o coração faminto. Sua Palavra é encontrada na Bíblia e em Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy. A Lição Bíblica, composta de citações desses livros, encoraja, ilumina e cura em maior medida os que a ouvem, quando estes estão com o coração receptivo e quando os próprios Leitores expressam receptividade à Verdade e cedem ao governo perfeito da única Mente.

Se você tem problemas com sua leitura, encontrará as respostas de que necessita, esforçando-se com mais abnegação para ceder à influência da Mente divina. O Leitor prepara-se melhor quando aumenta sua espiritualidade, o que inclui a disposição de orar, reconhecendo que Deus é a única Mente, ou Espírito. Deve ficar bem claro que não há outra mente, nenhum espírito mau, que possa interferir com a mensagem de Deus.

O Leitor também pode reconhecer que, como ele é, na verdade, criado à semelhança de Deus, expressa naturalmente vitalidade, sabedoria e beleza, as capacidades ilimitadas da Mente onipresente infinita, do Espírito puro. Sua genuína identidade é espiritual e imortal, e enaltece a Verdade.

Os mortais, por sua vez, não são o reflexo do Espírito infinito. São limitados em sua habilidade e expressão. Não existem, entretanto, dois tipos de homem, o imortal e o mortal. Existe apenas um, o homem imortal, e esse é o homem que realmente somos.

Todos podemos chegar a um conceito mais elevado sobre nós mesmos, um conceito espiritual sobre nossa verdadeira capacidade outorgada por Deus. A Ciência Cristã eleva a mente humana acima de suas limitações, acima de tudo o que é egoísta e material. Mostra-nos como cultivar a espiritualidade que dissolve aquilo que tenta impedir nossa expressão da Verdade, a espiritualidade que faz com que a Palavra de Deus seja sentida com mais poder.

No Sermão do Monte, Cristo Jesus revela o cerne daquela devoção altruísta voltada para Deus, que espiritualiza nosso pensamento. Ele ensina a nos desfazer dos males que procuram se impor, tais como rancor, sensualidade, vingança, orgulho e interesse próprio. Ensina-nos a cultivar, em vez disso, qualidades altruístas, tais como perdão, temperança, compaixão, mansidão, modéstia e uma confiança irrestrita no Espírito. Devemos ter um Deus, uma Mente, um Amor. Jesus disse: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso”. Mateus 6:22.

Se porventura somos eloqüentes, mas não estamos imbuídos da espiritualidade com sua pura expressão de amor, será que nossa leitura satisfará o ouvinte que está em busca da luz e da bênção do Espírito? Em sua Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo escreve: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.” J. B. Phillips traduz esse versículo para o inglês moderno da seguinte forma: “Se eu falar com a eloqüência dos homens e dos anjos, mas não tiver amor, não serei mais do que o barulho do gongo ou o som do sino.” 1 Cor. 13:1. O puro amor que se origina em Deus comunica-se com eficácia. Imprimimos poder e graça à leitura quando expressamos o Amor em qualidades morais, tais como a afeição e a mansidão.

Por meio de nosso profundo amor a Deus e de uma afeição altruísta pela congregação e pela comunidade, podemos vencer as limitações que a mente carnal tenta impor. É necessário o esquecimento de si mesmo para buscar a orientação de Deus, um coração aberto para aceitá-la e humildade para segui-la. Deus nos mostra como podemos cumprir com êxito todas as exigências de nosso trabalho.

Preparei-me diligentemente quando fui eleita para o cargo de Leitora. Reservei tempo adequado para orar e estudar a Lição Bíblica todos os dias. Fiz pesquisas em dicionários e concordâncias bíblicas, tomei algumas aulas de leitura em voz alta e praticava com freqüência. Apesar de todos esses esforços, comecei a ouvir críticas.

Foi então que recebi, numa terça-feira, uma carta de duas páginas da diretoria da igreja. Dizia que havia problemas na maneira como eu lia e pedia que me preparasse melhor. A carta incluía uma lista de coisas que eu talvez devesse fazer. O problema era que eu já estava fazendo justamente essas coisas! Quase desisti.

Sei que essa não era uma questão de vida ou morte para mim ou para a igreja. No entanto, a Ciência Cristã auxilia-nos a cumprir com tudo o que realmente devemos fazer, seja em pequena ou grande escala. Naquele momento, parecia que eu estava falhando em algumas de minhas responsabilidades como Leitora.

Momentos como esses, em que nos defrontamos com um intransponível obstáculo em nós mesmos, exigem que renunciemos ao sentido pessoal e busquemos o crescimento espiritual. À medida que nos afastamos do sentido material, prestando atenção à orientação de Deus e obedecendo às exigências do Espírito, descobrimos mais a respeito de nossas capacidades inatas como filhos de Deus.

Eu tinha a impressão de que chegara a meu limite mas, ao mesmo tempo, sabia que não tinha chegado ao limite de Deus. O trabalho não podia ser realizado a partir de um conceito pessoal sobre mim mesma e minhas capacidades, pois todas as coisas são possíveis a Deus. Imbuída da mais profunda humildade, voltei-me de todo o coração para Ele.

Eu sabia que Deus ama a todos os Seus filhos e que Sua vontade é sempre boa. Estava, portanto, de acordo com Sua lei que a leitura expressasse a mais alta qualidade e que congregação fosse beneficiada por ela. Compreendi, também, que eu tinha a capacidade inata, oriunda de Deus, de ser bem sucedida nesse trabalho. Como Deus é a única Mente, percebi que não havia outra mente verdadeira ou outro poder que pudesse me impedir de saber o que precisava saber para expressar meu potencial divino.

Dois dias depois, numa assembléia, li o relatório de uma comissão da igreja. Percebi que havia lido melhor. Por que? Eu havia ficado mais próxima do microfone.

Essa era a resposta para um de meus problemas. De fato, pode soar como uma solução simples, mas serviu de metáfora que me apontou uma necessidade espiritual mais profunda. Reconheci que eu me afastava da congregação enquanto lia. Tinha medo de críticas. Além do mais, eu estava me afastando da exigência divina de expressar domínio sobre mim mesma e meus temores, por meio do amor e de progredir a serviço de Deus e da humanidade.

A exigência de Deus era de que eu crescesse espiritualmente. Precisava crescer na forma de expressar o Amor. O amor que reflete o Amor divino comunica-se adequadamente. Ele ultrapassa as falsas crenças de muitas mentes críticas, diferenças de opiniões, perturbações, falhas e a preocupação com o próprio desempenho, para revelar a única Mente que fala ao ouvido receptivo. Quando o Leitor se prepara espiritualmente, imbuído de amor a Deus, à Sua Palavra, à congregação e ao culto da Ciência Cristã, ele cumpre suas responsabilidades de forma adequada.

Orei para crescer dessa forma. Orei até sentir a compaixão, a ternura, o perdão, o cuidado e o afeto que procedem do Amor. Passei a amar a congregação. À medida que assim procedi, a preocupação com meu desempenho e o medo diminuíram.

No domingo seguinte, aproximei-me fisicamente do microfone e mentalmente da congregação. Apeguei-me ao amor que sinto por Deus e por Sua mensagem, como é transmitida na Lição Bíblica, e ao amor que sinto pela congregação. Quando terminou o culto, algumas pessoas agradeceram pela leitura e comentaram que eu havia melhorado muito. A partir daí, nunca mais ouvi críticas e minha leitura continuou a melhorar.

A preparação não é um sacrifício que fazemos para sentir a alegria de ler aos domingos e às quartas-feiras. É, na verdade, parte integrante da alegria e da recompensa por servirmos como Leitores. Muito tempo depois de termos terminado nosso mandato, estaremos colhendo os dividendos de nosso preparo espiritual.

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