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A oração do Senhor proporciona paz

Da edição de setembro de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Eu Era Um dos quatro professores numa remota aldeia dos esquimós Innuit, no nordeste do Alasca, numa época em que se faziam sentir com muita intensidade as pressões da sociedade moderna sobre essa antiga cultura. As pressões externas pareciam desafiar o sistema de vida dos moradores da aldeia. Em conseqüência, o sistema educacional era questionado por alguns membros da comunidade. Quatro meses após o início do ano escolar, nós, os professores, ao sairmos de uma solenidade comunitária patrocinada pelo sistema escolar, nos vimos rodeados por um grupo de pessoas enfurecidas. Muitas delas estavam embriagadas e algumas munidas de armas de fogo. Comecei a orar a prece que minha mãe me ensinara quando eu ainda era pequenina — a prece dada por Cristo Jesus a seus seguidores e que é muito prezada pelos Cientistas Cristãos — a Oração do Senhor.

Naquela tarde, eu fora alertada para o problema do alcoolismo e havia orado para que a calma e o vigor infalíveis de Deus nos sustentassem e guiassem a todos nós. Quando os insultos e as ameaças pessoais tiveram início, respondi com firmeza, mas sem raiva e o grupo recuou. No entanto, parecia imperativo que nos afastássemos da cena. Já tinha ocorrido uma morte violenta nesse ano, muita destruição e distúrbios nas salas de aula.

Conseguimos passar pelo grupo e fomos para minha casa. Cerrei a porta e comecei a orar. Eu sabia que, em realidade, Deus é meu Pai, nosso Pai, enchendo todo espaço e envolvendo cada um de Seus filhos no Seu amor. Deus não engendra conflitos. O que estava diante de nós não era o homem em seu estado verdadeiro — o homem espiritual governado harmoniosamente por Deus, percebi que tinha necessidade de entender melhor a Deus e aí eu me sentiria abrangida por Seu amor e Sua harmonia. Meus pensamentos se voltaram outra vez para a Oração do Senhor: “Pai nosso que estás nos céus, Santificado seja o Teu nome.” Mateus 6:9.

Quando comecei a entender o significado dessas palavras, senti, pela primeira vez desde que vivia nessa aldeia, o sorriso genuíno do amor por todas as pessoas com quem eu estava trabalhando. Percebi que essa prece não se destinava a um indivíduo, grupo ou raça, mas era uma oração que engloba toda a humanidade. Eu sabia que tinha de ater-me à verdade de que, em realidade, todos nós somos espirituais — o reflexo de Deus, que é Espírito. A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreve em seu livro Miscellaneous Writings: “Os Cientistas Cristãos preservam a unidade e, portanto, prefiguram a substância de nossa fé sublime e a prova de que foi edificada sobre a rocha da unicidade divina, — uma só Deus, um só batismo.” Mis., p. 131. Comecei a entender a noção de irmandade entre os filhos de Deus, todos sob um só Princípio amoroso e governante — nosso Pai, Deus. Todos somos membros de Sua família.

E onde me achava eu? Onde estávamos todos nós? Só podíamos estar no reino de Deus, onde a harmonia e a paz reinam. Como a atmosfera verdadeira em que nós vivíamos fora criada e estava sendo sustentada pelo Amor divino, o amor e a afeição mútuas era tudo o que podíamos expressar. Ódio, ameaças e temores simplesmente não fazerem parte daquilo que compõe o homem autêntico, por não fazerem parte de Deus, a fonte da individualidade espiritual do homem. Fiquei consciente de que nessa base seria capaz de rejeitar o ódio, a ameaça e o temor.

Comecei a rejubilar-me por perceber que a Oração do Senhor aponta para a verdade unificadora de que Deus governa todas as identidades e não apenas uns poucos escolhidos, homens, mulheres e crianças. Deus ama todos nós.

Passado algum tempo, os outros professores pareciam também mais calmos. A conversa se tornara mais positiva e construtiva. Até mesmo os ruídos lá fora deixaram de se ouvir.

A essa altura os outros professores disseram que se sentiam a salvo e prontos para regressar para suas casas. Após a saída deles, sentei-me e agradeci a Deus por Seu desvelo constante e pelo poder da Verdade e do Amor divinos.

As ameaças físicas cessaram nessa noite, para sempre. Daí em diante, uma paz reconfortante e vigorosa parecia envolver a escola e a aldeia. Para mim, a experiência toda foi prova de que Deus, o Princípio divino, de fato governa em harmonia.

O Amor é completo. Não conhece fronteiras. Naquela noite tumultuada, pude ver em meu lar a necessidade desesperada de ampliar minha compreensão do que é o Amor divino e de incluir a comunidade toda em minhas orações. O livro de autoria da Sra. Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, dá o sentido espiritual da Oração do Senhor. A interpretação das palavras: “E perdoanos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” é “E o Amor se reflete em amor.” Ciência e Saúde, p. 17. Deus, o Amor divino, manifesta-se no terno amor por Seus filhos. João diz: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” 1 João 4:7,8. Raciocinei que em meu amor não podia haver limitação, pois eu refletia a Deus, que é Amor infinito. Tive de afastar-me da tentação de acreditar que as crianças e os adultos à minha volta eram mortais e começar a identificar o homem como sendo obra de Deus. Eu precisava passar a ver a natureza espiritual, sem pecado e real, dos outros. Ao fazê-lo, dissipou-se completamente toda sensação de animosidade.

No ano seguinte a equipe de professores foi mudada por completo. Quando falei com esses novos professores, ficou claro que havia ocorrido uma transformação marcante. Os novos professores tinham grande amor por seu trabalho e os moradores da aldeia demonstravam grande apreço pela presença deles.

No dia em que deixei a aldeia, o avô de vários dos meus alunos disse: “Katie, não sei o que você fez este ano na nossa escola, mas nossos filhos aprenderam e a escola é um lugar melhor. Muito obrigado.” Disse-lhe que tudo era obra de Deus e que o que nós todos estávamos aprendendo a respeito de Seu amor, resultara na mudança. Ele aquiesceu com um gesto. Disse com um maravilhoso e amável sorriso: “Os anciãos da aldeia estiveram orando ao mesmo tempo que você e nossas orações foram ouvidas.” De fato, tinham sido ouvidas.

Ao invés de curvar-nos perante a maldade, a violência, o medo, o preconceito, a embriaguês, toda forma de mal, podemos combatê-los mediante as verdades que na Oração do Senhor foram trazidas à luz, mostrando a terna paternidade de Deus e o homem unido a Deus, vivendo harmoniosamente em Seu reino. Essa oração pode proporcionar paz a todas as comunidades.

Filho meu, atenta para as minhas palavras;
aos meus ensinamentos inclina o teu ouvido.
Não os deixes apartar-se dos teus olhos;
guarda-os mais intimo do teu coração.
Porque são vida para quem os acha,
e saúde para o seu corpo.
Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o teu coração,
porque dele procedem as fontes da vida.

Provérbios 4:20–23

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