Você Já Foi alguma vez à mercearia porque precisava comprar leite? E quando foi pagar a conta viu que sua sacola de compras continha pãezinhos que estavam baratos, morangos que pareciam tão frescos, costeletas de porco que poderiam ir para o congelador. .. menos o leite! Muitos de nós já fizemos isso, permitimos várias distrações que nos afastam de nossa intenção original.
Mesmo em áreas muito importantes do desempenho humano, algumas vezes nos distraímos e perdemos de vista nosso propósito inicial. O estudante universitário talvez necessite recordar seu objetivo fundamental ao se dedicar aos estudos. O empregado talvez precise identificar outra vez a visão que primeiramente o induziu a aceitar determinado emprego.
Semelhantemente, o estudante de Ciência Cristã necessita manter-se no propósito da mais profunda missão da Ciência Cristã, que é a cura do pecado. Podemos estar considerando a cura física como objetivo fundamental da Ciência Cristã. Mas a Sra. Eddy explica: “A cura da doença física é a parte mínima da Ciência Cristã. É apenas o toque de clarim ao pensamento e à ação, na escala mais elevada da bondade infinita. O objetivo preponderante da Ciência Cristã é a cura do pecado; e esta tarefa, às vezes, pode ser mais difícil que a cura da doença; porque conquanto os mortais gostem de pecar, não lhes agrada adoecer.” Rudimentos da Ciência Divina, pp. 2–3.
Ao salientar a cura do pecado, a Sra. Eddy está seguindo o Guia, Cristo Jesus, que constantemente ensinava seus seguidores a arrepender-se do pecado. As multidões eram atraídas a Jesus por suas maravilhosas obras de cura. Essas curas agiam como um “toque de clarim”. Mas quando as pessoas vinham a Jesus, ele não lhes ensinava, especificamente, sobre a saúde física. Antes, ensinava-lhes a ver sua filiação com Deus e expressá-la em um viver cristão. A humildade devia substituir o orgulho. O perdão devia substituir o ódio. A genuína santidade devia substituir o ritual religioso.
O Mestre certa vez explicou sua missão nestas palavras: “Não vim chamar justos, e, sim, pecadores [ao arrependimento].” Mateus 9:13. Acaso não podemos dizer também que o “objetivo preponderante” do ministério de Jesus era a cura do pecado, era vencer tudo o que pretendesse separar-nos de Deus, o bem divino? Para ser seguidor honesto de Cristo Jesus (e ser Cientista Cristão honesto), cada indivíduo deve, como prioridade, vencer as crenças pecaminosas. Esse é nosso objetivo preponderante.
Eliminar do caráter o pecado, requer de nós a admissão de que o pecado pode ser curado. Jesus não nos pedia para fazer algo impossível, mas apenas abandonar o que não é normal nem natural em nossa vida.
O pecado é curável porque o homem, como reflexo de Deus, o Espírito, é sempre espiritual e inocente. Qualquer pretensão de um eu mortal e pecaminoso é o oposto de Deus e está destinado a ser aniquilado, já que Deus é o único Princípio criador verdadeiro.
Em geral, progredimos gradualmente na demonstração desse fato espiritual. Temos a tendência de perceber a irrealidade do pecado de modo mais ou menos lento porque, às vezes, pensamos sobre certas falhas como legítimas, até mesmo inevitáveis. A mente mortal ou carnal sugere que alguns pecados estão demasiadamente arraigados para que possam ser curados e que outros são demasiadamente insignificantes para serem considerados como pecado. A mente mortal pretende opor-se à cura do pecado porque esse progresso espiritual silencia a pretensão da mente mortal, de que temos um eu material.
É um grande estímulo ver outra pessoa livrar-se definitivamente de pecados como raiva, procrastinação ou autodepreciação. O exemplo dessa pessoa pode nos inspirar a resistir aos argumentos desencorajadores da mente mortal e seguir em frente com nossos próprios esforços para demonstrar que, por graça divina, o homem está isento de pecado.
Quando sentimos necessidade de ajuda nessa luta, podemos volver-nos à Bíblia, ao livro Ciência e Saúde, e a outros escritos de autoria da Sra. Eddy. Aí aprendemos a importância de reconhecer o pecado, arrepender-nos e compreender que o pecado não tem criador.
Reconhecer o pecado
O pecado não se anuncia geralmente como o mal ou o indesejável. Muitas vezes este permanece sem ser reconhecido devido às fraquezas e imperfeições humanas. Embora, algumas vezes, com jactância e egoísmo, o pecado se exiba publicamente e pretenda ser legitimado, nosso trabalho mais freqüente é desalojá-lo do lugar tranqüilo em que foi aceito e assim anular o argumento sutil de que somos um pouco diferentes da idéia de Deus.
Mesmo uma leitura superficial dos Evangelhos mostra que Jesus era persistente em expor o pecado. A Pedro, ele disse: “Não cogitas das cousas de Deus, e, sim, das dos homens.” Marcos 8:33. Para uma mulher imoral que ele nunca havia visto antes, Jesus disse: “Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido.” João 4:17, 18.
Talvez para resumir seus esforços de pôr o pecado a descoberto, Jesus declarou: “Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado.” João 15:22.
Por que será que Jesus devotou tanto tempo para denunciar o pecado? Certamente não estava procurando acumular tormento sobre os pecadores. Jesus amava as pessoas. E esse profundo amor tinha o efeito de pôr a descoberto o mal que pretendia agarrar-se à inocência dada por Deus ao homem. O método do Mestre era detectar o pecado a fim de que se compreendesse que o pecado não era de Deus. Daí ser o pecado desprovido de poder e de identidade.
A maneira pela qual Jesus expressava o amor de Deus, era a de amor redentor. Um amor como o de Cristo traz o pecado à tona com o único propósito de curá-lo. Por isso é que devemos identificar tudo o que é pecaminoso.
Reconhecer o pecado requer auto-exame e autoconhecimento honestos. Por sermos, em realidade, filhos de Deus, a única Mente, podemos expressar a sabedoria de ver o que é bom e digno no caráter e o que não é bom nem verdadeiramente digno. Podemos perceber que o bem é dado por Deus e, portanto, é real e que o mal não é de Deus e, portanto, é incapaz de subsistir. À medida que percebemos que ser pecador ou encobrir o pecado não faz parte da nossa natureza verdadeira, podemos alijar, de nosso caráter e de nossa vida, essa tendência.
Arrepender-se do pecado
Uma vez que tenhamos tido o discernimento honesto o necessário para reconhecer o pecado, podemos nos arrepender e afastarnos de suas tentações.
O genuíno arrependimento emana de nosso desejo de ser corretos e bons. Isso ocorre quando estamos descontentes com a inconveniência de nossos velhos hábitos e ansiamos por ser melhores. O arrependimento é o efeito da bondade de Deus que vem à consciência humana, mostrando-nos nossa necessidade e nossa capacidade de reforma. A Sra. Eddy declara: “Três pontos cardeais precisam ser alcançados antes que a pobre humanidade se regenere e a Ciência Cristã seja demonstrada: (1) Um conceito correto de pecado; (2) o arrependimento; (3) a compreensão do bem.” Miscellaneous Writings, p. 107.
Um belo e claro exemplo de arrependimento sincero encontra-se no Evangelho de Lucas. Ver Lucas 7:36–50. Uma mulher pecadora veio a Jesus quando ele jantava na casa de um fariseu. Com lágrimas provindas de um coração arrependido, ela regou os pés do Mestre e ungiu-os com ungüento.
Sua contrição apareceu como humildade incondicional. O pesar pelo pecado brotou do mais íntimo do seu coração. Almejando algo melhor, ela chegou-se para prestar honra a Cristo Jesus. Fazendo isso, honrou a integridade e a moralidade que Jesus representava.
Nosso desejo humilde de ser corretos pode crescer e estamos capacitados a empenhar-nos sinceramente em abandonar o pecado, aceitando o fato espiritual de que, em realidade, não estamos atados a nenhum falso traço de caráter.
O pecado não tem criador
O arrependimento verdadeiro não depende de vontade humana, porém de reconhecer que, por determinação de Deus, estamos livres de pecar. Para que o homem fosse prisioneiro do pecado, Deus teria de suprir o homem de pecado e, no mínimo, tolerá-lo em Sua criação. Deus, porém, não é, nem por um momento, o criador do pecado.
A Ciência Cristã afirma que Deus é o único criador e tudo o que Ele cria é bom e digno. A criação de Deus expressa pureza imaculada e fidelidade constante a Ele. Deus, sendo perfeito Amor, não pode jamais modelar o mal, a sensualidade ou a ilegalidade. Deus também não formou o homem para ser um campo de batalha entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Não sujeitou o homem às irresistíveis influências carnais, nem incutiu no homem instintos materiais egoísticos. O homem de Deus é espiritual e para sempre livre de pecado.
O Cristo, a Verdade, desperta-nos para nossa natureza verdadeira, destituída de pecado. O Cristo mostra-nos que não precisamos ser escravos da luxúria, da insatisfação, da intemperança, do ódio ou de qualquer forma de pecado. Nossa natureza eterna é amar somente o que é bom e puro.
Na proporção em que vislumbramos esta verdadeira identidade e fazemos vigorosos esforços para demonstrá-la, o pecado diminui em nossa vivência. À medida que progredimos na compreensão de nosso ser real como imagem de Deus, o bem, descobrimos que o pecado não pode, com sucesso, ocultar-se em nosso caráter. Nossos esforços para vencer o pecado e provar que este é vazio e não tem poder, estão fortalecidos por nossa compreensão da inocência dada por Deus ao homem.
