Sara ouvia a chuva batendo na janela de seu quarto. Deixou rapidamente a cama quentinha, pois era hora de se preparar para mais um dia de aula. Ela tirou do armário seu único par de sapatos. As solas estavam gastas, pedaços surrados de papelão, colados precariamente ao que sobrava do couro.
A mãe chamou-a para comer. Sara sabia que sua mãe estava preocupada por ela não ter um bom par de sapatos, para não ficar com os pés molhados. Mas não tinham dinheiro para comprar outro par. “Antes mesmo de chegar à escola, já estarei de pé no chão, na chuva,” pensou ela ao sentar-se para comer. “Está na hora de colocar em prática algumas das verdades de que fala minha professora da Escola Dominical. Eu quero realmente ir à escola hoje, tantas coisas interessantes acontecem lá!”
Sara freqüentava regularmente a Escola Dominical da Ciência Cristã, perto de sua casa. Ela lembrava que sua professora da Escola Dominical dissera que nós podemos aplicar as verdades curativas sobre Deus e sobre o homem, a qualquer problema, exatamente como aplicamos as regras da matemática para resolver um problema de multiplicação. Lembrou-se de algo que a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “Quem se colocaria diante de um quadro negro e rogaria ao princípio da matemática que lhe resolvesse o problema? A regra já está estabelecida e é nossa tarefa achar a solução. Ciência e Saúde, p. 3.
Sara encontrava apoio em muitas declarações desse livro. E havia decorado algumas, juntamente com os colegas de classe. Ela lembrou-se de outra declaração de Ciência e Saúde, que a confortou: “ ‘Deus é Amor.’ Mais do que isto não podemos pedir, mais alto não podemos olhar, mais longe não podemos ir.” Ibidem, p. 6. A partir dessa afirmação, ela raciocinou que Deus cuida de Seus filhos e supre as necessidades deles. Ela achava que estas palavras de Cristo Jesus, na Bíblia, eram reconfortantes: “Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.” Mateus 6:8. Ele também dissera: “Nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.” João 8:28.
Sara pensou a respeito dessas declarações. Não havia nada que ela tivesse de fazer sozinha. Deus estava bem ali para ajudá-la. Uma doce sensação de confiança animou-a.
Ao comer o último pedaço de torrada, ela ouviu uma leve batida na porta dos fundos. Foi abrir e viu a mãe sorridente de uma colega de escola, que morava ao lado. Debaixo do guarda-chuva gotejante, ela disse: “Sara, quando fui acordar Délia para ir à escola, hoje, notei este par de sapatos que está novinho, mas que ela se recusa a usar pois diz que não gosta dele. Achei que serviriam para você. Aqui está, é seu!”
Sara ficou tão feliz! Ela abraçou a boa vizinha e agradeceu-lhe. Calçou o novo par de sapatos e foi alegremente para a escola, debaixo da chuva. Tomava cuidado para evitar as poças de água e silenciosamente agradecia seu Pai-Mãe Deus pelo par de sapatos tão bonito.
