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Candidata dedicada a boas obras

Da edição de março de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Kim e Júlia eram amigas chegadas. Elas gostavam de ir ao cinema juntas e ficavam para dormir na casa ora de uma ora da outra. Às vezes, aos sábados, iam de ônibus para a cidade, apenas para olhar as vitrinas das lojas. Também tinham muitos amigos em comum, na escola.

Certa manhã, o diretor anunciou que haveria na escola a eleição para a diretoria do Grêmio Estudantil. Ele pediu que os interessados registrassem sua candidatura. Os candidatos deveriam criar frases bonitas para a campanha, fazer cartazes e escrever discursos. Kim decidiu candidatar-se ao cargo de tesoureira, muito embora ficasse um pouco apreensiva com a idéia de ter de fazer um discurso em frente a todos os alunos.

Ao subir no ônibus, naquela tarde, ela contou a Júlia a grande novidade. A amiga, porém, ficou quieta. Kim tinha esperanças de que Júlia a ajudasse na propaganda, mas ela simplesmente a ignorou. O que poderia haver de errado? No dia seguinte, Kim descobriu: Júlia também havia se candidatado a tesoureira. E estava falando mal dela pelas costas. Kim ficou arrasada, além de estar envergonhada com as coisas que andavam falando dela. Procurou conversar com Júlia a esse respeito, mas esta manteve sua barreira de silêncio. Na hora do almoço, Kim ainda tentou tratar a amiga com simpatia redobrada, mas de nada adiantou. Pediu que outra amiga fosse falar com Júlia, mas isso só piorou as coisas.

Kim freqüentava a Escola Dominical da Ciência Cristã. Ela lembrou-se das vezes em que seu professor explicara sobre Deus e sobre como Ele criara o homem bom e perfeito, à Sua imagem e semelhança. Kim também se lembrou de como Deus ama a todos os Seus filhos. Ela sabia que, como reflexo de Deus, era natural para ela amar sua amiga. Contudo, parecia terrivelmente difícil amá-la enquanto ela estava sendo tão maldosa. Aí Kim se lembrou de outra coisa que o professor da Escola Dominical havia ensinado: o mal não é pessoa, nem lugar, nem coisa. Procurou a passagem exata em Ciência e Saúde, onde a Sra. Eddy explica esse ponto: “Nada é real e eterno — nada é Espírito — a não ser Deus e Sua idéia. O mal não tem realidade. Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas simplesmente uma crença, uma ilusão do sentido material.” Ciência e Saúde, p. 71.

Kim pensou muito sobre o significado desse trecho. O mal não podia se agarrar a nenhuma idéia de Deus, porque Deus e Seu reflexo são totalmente bons. Como esse é o fato espiritual para todos os filhos de Deus, Kim entendeu que o mal nunca poderia ser, na realidade, um motivo para as ações, sejam elas boas ou más.

Ela não queria prejudicar a amiga. Até lhe ocorreu que talvez fosse melhor renunciar à sua candidatura. Orando, porém, Kim não encontrou nenhum outro motivo para renunciar, a não ser as dificuldades que estava tendo com Júlia. E ela sabia com certeza que agradar à amiga não era um motivo correto para desistir do Grêmio.

Kim conversou com sua mãe sobre o que estava acontecendo. A mãe falou-lhe da história de Neemias, na Bíblia. Neemias fora a Jerusalém para reconstruir os muros que cercavam a cidade. Aconteceu, porém, que Sambalá, Tobias e outros escarneceram de seu trabalho e disseram muitas falsidades sobre o que ele estava tentando fazer. Até conspiraram para atacar Neemias e os outros trabalhadores, durante as obras. Contudo, Neemias não se deixou levar pelas falsas acusações nem pelas intenções maldosas deles. Ficou alerta e pôs “guarda contra eles, de dia e de noite.” Neemias 4:9. Não deixou que coisa alguma impedisse o trabalho de Deus. E o muro foi construído em cinqüenta e dois dias.

Kim compreendeu que as mentiras não tinham poder para prejudicá-la. Não teve mais medo de perder sua boa reputação, pois reconheceu que as maledicências não tinham nenhum poder nem verdade. Entendeu que, na realidade, Júlia era o reflexo bom e amoroso de Deus e que, portanto, não era preciso temê-la como se fosse uma ameaça ao bem. Pensou sobre as coisas positivas que Júlia estava fazendo. Certamente ela estava tentando melhorar a arrecadação de fundos para a escola e tinha muitas idéias boas sobre como fazer isso. Em vez de continuar com raiva, Kim resolveu amar seus amigos, todos eles, de forma realmente compassiva e sem egoísmo. Cristo Jesus era seu exemplo de como amar com mais pureza.

Decidiu continuar como candidata e ainda tratar sua amiga com simpatia. Quando os colegas na escola indagavam sobre as maledicências que circulavam, ela não reagia às acusações, nem ficava pensando nelas. Em vez disso, simplesmente dizia que eram falsas e ia em frente.

Veio o dia da eleição. Todos os candidatos tiveram de fazer seu discurso duas vezes, primeiro para os alunos mais velhos e depois para os mais novos. Kim achou que o discurso de Júlia foi muito bom. Parecia mesmo que ela iria ganhar, mas Kim não se importou; sabia que tinha feito um bom trabalho também, qualquer que fosse o resultado.

Todos os candidatos se reuniram no refeitório, no fim do dia, esperando os resultados. O cargo de tesoureiro foi o último a ser anunciado — e Kim ganhou! Pouco tempo depois, as fofocas pararam de circular. Apesar da vitória de Kim, Júlia voltou a ser sua amiga. As orações de Kim ajudaram-na a conseguir uma compreensão mais profunda da verdadeira amizade e mostraram-lhe a importância de não se deixar desviar por mentiras que tentam ocultar a bondade inata e natural do homem. Ela se lembrou das palavras de Cristo Jesus: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:16. Ela sabia que nada pode impedir que os filhos de Deus deixem suas “boas obras” brilharem.

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