A Sra. Eddy diz-nos, em seu sermão The People's Idea of God (A idéia que as pessoas têm de Deus): "Todos nós somos escultores, trabalhando nossos próprios ideais, deixando as impressões da mente sobre o corpo, assim como as deixamos na história e no mármore, cinzelando os ideais da mente até atingir um grau mais alto de perfeição, ou então, deixando que se corrompam e caiam em ruínas. Se reconhecermos isso, como é de dever, volver-nos-emos freqüentemente do mármore ao modelo, da matéria para a Mente, para embelezar e elevar nossa vida."Peo., p. 7.
Ao olhar para a Mente, estamos olhando para nosso Criador e para a perfeição de Sua criação. Mas qual é a natureza dessa criação, o homem que Deus fez? Acaso a expressão ideal de Deus é um mortal feliz, próspero, bonito e livre de doenças, como o pensamento materialista nos quer fazer acreditar? O homem não é, nem jamais se tornará, um mortal. A imagem de Deus, o Espírito, é espiritual e imortal. Essa imagem reflete todas as qualidades que fazem parte da natureza divina.
Sem acatar o que os cinco sentidos apresentavam, Jesus via o homem espiritualmente, como a impecável idéia da Mente. Ele provou, por meio de seu trabalho de cura, que a estrutura do homem é espiritual e, por isso, eternamente completa e perfeita, em nenhum aspecto definida ou deformada pela matéria. Demonstrou que a força e a ação do homem são eternas, não são proporcionadas nem subtraídas pela matéria. Deixou claro que a capacidade e percepção mental do homem são ilimitadas, não se originam nem se deterioram na matéria.
O Mestre se manteve fiel a essa elevada visão sobre o homem. Se quisermos segui-lo, precisaremos aceitar, como verdade do ser, a perfeição espiritual que ele via e empenhar-nos firme e ativamente por demonstrar essa verdade. Nosso alvo deveria ser admitir como realidade nada menos do que a perfeição, medir nossos pensamentos e ações à maneira do Cristo.
Nossa Líder, a Sra. Eddy, define muito bem a base sobre a qual precisamos trabalhar. Ela escreve: "A Ciência Cristã é absoluta; não está aquém do ponto de perfeição, nem está avançando para ele; ela está exatamente nesse ponto e deve ser praticada a partir daí. A não ser que percebas plenamente que és o filho de Deus e, portanto, perfeito, não terás Princípio para demonstrar nem regras para sua demonstração."The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 242.
Porventura acreditamos necessitar de algo mais, para ser completos? Então encontraremos nossa resposta para a aparente necessidade, à medida que trabalharmos com base na perfeição espiritual. Uma vez que Deus é Mente e o homem é a emanação, ou idéia, da Mente, o homem inclui todo o bem e é eternamente consciente desse bem. Essa é nossa verdadeira consciência. Ela não pode mudar nem precisa mudar, porque é a expressão de Deus, é perfeita agora. O homem reflete para sempre tudo o que está na Mente divina e não é capaz de conhecer nada além disso. Ele está espiritualmente alerta, mentalmente desperto e ativo, conhecendo e vivenciando somente o bem.
Visto que o mal tem sua suposta origem na crença de uma mente separada de Deus, ou seja, a mente carnal, descrita por Paulo como "inimizade contra Deus", é importante negar que o pensamento materialista possa ocupar algum espaço em nós. Identificarmo-nos corretamente como o reflexo da consciência divina perfeita, é trabalho necessário para cada um de nós, diariamente. Significa reivindicar nosso direito inato à compreensão espiritual! Significa "trabalhar nosso próprio [ideal]." Precisamos reconhecer que o homem tem agora a Mente que havia em Cristo Jesus, que conhece a realidade, que vê com percepção espiritual, que compreende a verdade e vivencia a perfeição. É importante declarar e chegar a sentir, com convicção, que refletimos a Mente que é Verdade neste momento, e que não estamos simplesmente tentando refleti-la.
Qualquer coisa que negue nossa habilidade e poder concedidos por Deus é a mente carnal. Como se fosse nosso próprio pensamento, a mente carnal sugere: "Não sei o bastante.... Gostaria de saber tanto quanto fulano.... Parece que eu não consigo aferrar-me à verdade o suficiente para curar.... É muito difícil ter inspiração."
Crer que estamos lutando para compreender a Deus e a nossa relação com Ele, com uma habilidade mental limitada, é desanimador e, em realidade, inverídico. É maravilhoso entender que, como vivemos nEle e refletimos Sua natureza, como refletimos a Mente única, é perfeitamente natural conhecer a Deus. Não estamos investidos de uma capacidade limitada para conhecer nosso Criador, pois o homem é a própria expressão dEle.
Jesus declarou que era sua união com Deus que lhe dava poder. Disse certa vez: "Quando levantardes o Filho do homem, então, sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo." João 8:28, 29. Ao compreender nossa união com a Mente divina, podemos firmemente rejeitar as sutis, mas persistentes sugestões da mente mortal, que parecem ser nosso próprio pensamento, tais como: "Bem, eu sei que realmente sou perfeito, mas gostaria de poder ver ou demonstrar isso melhor." Não nos enganemos. Declaremos, conscientemente, que estamos alerta para o nosso ser perfeito que está glorificando a Deus neste exato momento.
Da mesma forma, este pensamento: "É óbvio que tenho algo a aprender", quando estamos lutando para eliminar uma dificuldade, pode ser visto como uma tentativa da mente carnal de afastar-nos do ideal espiritual de perfeição e de deixar-nos arraigados na crença de que somos mortais imperfeitos, em luta. Embora haja alguma lição especial a ser aprendida em cada experiência, o que realmente deve ser aprendido em todos os casos, é que o homem é perfeito e imortal agora.
Diversas vezes, em minha família, tivemos o que eu chamo "curas de emergência", isto é, ocasiões em que uma criança teve dores devidas a uma concussão, queimaduras de segundo e terceiro graus, cortes que precisariam levar pontos e o que parecia ser uma fratura no nariz. Esses e muitos outros problemas foram curados quase instantaneamente. Ao refletir sobre essas experiências, dois fatos me chamaram a atenção. O primeiro foi que era necessário eliminar imediatamente a dor e foi isso, e nada menos do que isso, que reivindiquei. Volvendo-me de todo o coração a Deus, sem reservas, tive a fé absoluta de que a cura ocorreria num instante. Insisti no fato de que Deus não permite nada de prejudicial ou doloroso para Seus filhos.
O segundo foi de que eu, nem por um momento, pensei que a criança tivesse algo a aprender ou que a cura viria quando ela fosse menos barulhenta, mais obediente ou mais ordeira. Ao reconhecer e aceitar somente o modelo espiritual da perfeição, naquele exato momento e local, via a inocência da criança como a expressão pura, perfeita e amada de Deus.
Refletindo sobre essas experiências, comecei a ver mais claramente quão sutil pode ser a mente mortal. Não só nos faria lutar contra o nada como se fosse alguma coisa, mas também nos faria trabalhar sem expectativas, acreditando que há muito a ser feito antes de a cura ocorrer, ao invés de saber que o trabalho de Deus está terminado, perfeito e completo.
Isso não quer dizer que o conhecimento de si mesmo, o arrependimento e a regeneração não tenham um papel importante em muitas curas. Na verdade, a cura na Ciência Cristã é regeneração. Não é um esforço para remendar a matéria. Não queremos desenvolver a matéria, mas sim, eliminar totalmente a crença nela. Por isso, a necessidade de espiritualizar o pensamento e vencer o pecado e o mal não pode ser desprezada. Entretanto, a base do pensamento e da demonstração precisa sempre ser Deus perfeito e homem perfeito. É a partir desse "ponto de perfeição" que se demonstra a inteireza do homem; é a partir daí que a transformação genuína e a cura ocorrem na experiência humana.
Trabalhar a partir do ponto de vista do modelo perfeito não significa ignorar algum passo necessário para a cura; significa saber o que Deus sabe sobre Sua criação. Assim como Deus não pode permitir, conhecer nem contemplar o mal, Sua semelhança também não pode. Com base nessa compreensão, a crença no mal, seja qual for sua forma, é desmascarada e destruída. Paulo diz para prosseguir "para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." E segue: "Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se porventura pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá." Filip. 3:14, 15.
À medida que negamos a suposta realidade da mente carnal, sabendo que o poder transformador do Cristo está sempre presente na consciência humana, reconhecendo que há somente um reino, uma Mente, uma Verdade, nosso pensamento se eleva para o alto. Expressamos, então, a intuição necessária para detectar o erro, a sabedoria para lidar com ele corretamente e a humildade e o desejo de progredir e de ser curado, independentemente de quanto esforço se faz necessário. Volvendo-nos à Mente divina para buscar o nosso modelo de homem, somos escultores da perfeição.
Rendam graças ao Senhor
por sua bondade e por suas maravilhas
para com os filhos dos homens!
Salmos 107:31
