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"Espiritualidade e Cura na Medicina — Segundo Simpósio"

Da edição de julho de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


Em dezembro do ano passado, foi realizado em Boston o segundo simpósio anual sobre "Espiritualidade e Cura na Medicina", sob o patrocínio da Faculdade de Medicina de Harvard e do Instituto Médico Mente/Corpo do Hospital Deaconess. Assim como no primeiro simpósio, realizado no ano anterior, os participantes eram médicos, psicólogos, administradores hospitalares, enfermeiros, profissionais da saúde, assistentes sociais, religiosos e outros simplesmente interessados em saber mais sobre a cura espiritual. Foram proferidas palestras sobre a cura espiritual do ponto de vista dos ritos africanos, do budismo, judaísmo, catolicismo, islamismo, movimento pentecostal e da Ciência Cristã. Debates sobre a eficácia da cura espiritual e seu papel na medicina de boje também fizeram parte do programa. O simpósio foi repetido em Los Angeles, Estados Unidos, nos dias 15, 16 e 17 de março.

Durante o simpósio de Boston, um dos livros que chamaram a atenção dos participantes foi: Timeless Healing: The power and Biology of Belief ("Cura a qualquer tempo: o poder e a biologia da crença", Nova lorque: Scribner, 1996), escrito pelo diretor do evento, o médico Herbert Benson, em co-autoria com Marg Stark. Numa das seções do livro, dedicada à aplicação da auto-ajuda, o Dr. Benson destaca que seria muito interessante investigar a vida dos Cientistas Cristãos. "É apenas a fé que os cura?" pergunta ele. "Será que temos algo a aprender com esse grupo de pessoas que se apóia unicamente na fé e não em comprimidos e procedimentos médicos?"

O Dr. Benson analisou alguns desses pontos numa entrevista concedida aos periódicos da Ciência Cristã.

A ABORDAGEM CIENTÍFICA

"Quando lançamos esses cursos sobre espiritualidade e cura na medicina, foi gratificante e surpreendente constatar a receptividade das pessoas", diz o Dr. Benson. "Excedeu em muito qualquer coisa que eu considerasse possível. Parece haver uma fome por esse tipo de síntese. Muitos dos médicos me disseram: 'Muito obrigado Herb, por que você esperou tanto tempo?'

"É importante salientar que, na medicina, somos treinados a não aceitar nada que não seja provado cientificamente", disse ele. "portanto, os médicos participantes do simpósio gostaram da abordagem científica da espiritualidade. Dessa forma, a espiritualidade tornou-se aceitável para eles. Era algo que queriam mas não tinham permissão para agregar à sua vida profissional, apesar de, possivelmente, fazer parte de sua vida pessoal."

O Dr. Benson admitiu que ainda há muita resistência às formas de cura apresentadas nesses simpósios. "Precisamos de tempo", disse ele, "para persuadir muitas pessoas de que há uma ciência por trás disso. Um dos fatores que ajudará a quebrar a resistência é o fato de que esses métodos, que incluem auto-ajuda e espiritualidade, são eficientes em termos de custo. As pessoas vão ao médico com menos freqüência!

"O que é importante", diz o Dr. Benson, "é a crença. Justamente aquilo que, como a ciência moderna está mostrando, pode se manifestar na cura física. Esse, porém, apenas um dos aspectos da espiritualidade e religiosidade. Há muitos outros aspectos que transcendem a cura. No entanto, se reconhecemos que para muitas pessoas a crença mais forte que sentem é a fé em Deus, então essa fé se torna poderosa por si mesma. A partir daí, se considerarmos essa mesma fé unicamente sob a perspectiva da saúde, já estaremos em posição de absoluta vantagem. Mas, para a pessoa que tem uma convicção religiosa, essa é apenas uma das manifestações de Deus, e ver que essa manifestação é cientificamente comprovada, apenas reforça a fé de que se trata de uma das maneiras que Deus escolheu para agir. É a confirmação da fé. Não há dúvida nenhuma de que a fé regenera e transforma a vida das pessoas. Elas passam a encarar o mundo de uma maneira diferente."

AUTO-AJUDA

O Dr. Benson nos disse que fica maravilhado com a variedade de pontos de vista apresentados nos simpósios de Harvard. "Eu acredito que, quanto mais forte for a fé, mais provável é a cura e afirmo isso de um ponto de vista científico. E, nesse aspecto, nenhum grupo age de maneira mais clara do que os Cientistas Cristãos, que se dispõem a não fazer uso da [prática médica], que outras pessoas aceitam sem questionar.

"Sempre procurei investigar se Deus existe, ou não" diz o Dr. Benson. "O que me fez chegar a isso foi a ciência. Ela simplesmente me conduziu a essa investigação. Era inevitável. Eu não podia me desviar dela. Hoje em dia, na medicina, as pessoas se apóiam de forma excessiva na farmacologia, na cirurgia e nos outros procedimentos médicos. Sonho com o dia em que as pessoas passarão a assumir mais a responsabilidade sobre sua própria saúde e bem-estar e reconhecerão a importância de suas crenças. Para a maioria dos americanos, nenhuma crença é mais importante do que a fé em Deus. Esse elemento de fé poderia ser trazido para a medicina em bases científicas."

Em sua palestra nesse recente simpósio, a Sra. Virginia S. Harris, presidente do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, disse que, para além da fé, existe a compreensão espiritual sobre Deus, que é fundamental na cura. Transcrevemos, a seguir, alguns trechos da palestra que ela proferiu sobre a Ciência Cristã e a cura espiritual:

• É um privilégio e motivo de alegria conhecer tantos sanadores e trocar idéias com vocês! Fiquei animada com a quantidade de telefonemas que recebi de pessoas que assistiram ao simpósio do ano passado. Gostei dos encontros que mantive com vários professores durante o ano. É maravilhoso ver que a espiritualidade está sendo cada vez mais aceita na cura.

• Todos nós, não importa nossa convicção pessoal, estamos unidos na busca da cura da doença. De certa forma, cada um de nós, aqui presentes, acendeu uma vela. Estamos numa silenciosa marcha para vencer a opressão do medo, da dor e do pesar.

• Existem três pontos importantes que eu incluo em minhas orações:

Em primeiro lugar, eu sei o que Deus é — Ele é onipotente, o Pai-Mãe Deus amoroso e todo-poderoso que está sempre presente.

Em segundo lugar, reconheço a espiritualidade inata do homem — um ser espiritual íntegro e saudável.

Em terceiro lugar, reconheço a conexão existente entre Deus e o homem — o relacionamento que cada um de nós tem com Deus. Afirmo que essa ligação é permanente, e que é impossível ela ser interrompida pelo mal ou pela dor. Estou ligada a Deus como um raio de sol está ligado ao sol.

• O tratamento pela Ciência Cristã é acessível a todos. A pessoa não precisa ser membro da Igreja. Qualquer pessoa pode entrar em contato com um praticista da Ciência Cristã e fazer-lhe uma visita. Os praticistas tratam de pessoas das mais variadas religiões e também de quem não tem nenhuma filiação religiosa.

• Também é natural a um praticista da Ciência Cristã manter contato com uma pessoa que esteja sob tratamento médico. Nesse caso, o tratamento específico do ponto de vista da Ciência Cristã não é dado, pois há um respeito natural e ético, e o propósito de não interferir com o tratamento médico que está sendo ministrado. No entanto, os praticistas da Ciência Cristã estão disponíveis para conversar e encorajar a pessoa que esteja sob cuidados médicos, para trazer-lhe uma perspectiva espiritual mais elevada, auxiliando-a a sentir o benefício do amor de Deus.

• É o terno amor de Deus, ao ocupar o pensamento, que diminui o medo, substituindo-o por esperança, coragem, alegria e que acaba por não deixar nenhum espaço, na consciência humana, para pensamentos de medo, dor e moléstia. Dessa forma, à medida que a presença e o poder de Deus despontam no pensamento, o medo e a crença em doença e mal cedem lugar ao que Deus sabe a respeito de cada um de nós, como Seus filhos espirituais. Portanto, é no pensamento do paciente que a mudança deve se realizar para que a cura ocorra; a cura do medo, eliminando a profunda inquietação ou ansiedade. A oração proporciona essa mudança na consciência humana à medida que a pessoa reconhece sua inteireza e liberdade inatas.

• As pessoas que estão sofrendo ou sentindo dores tendem a se sentir isoladas, sozinhas, desanimadas, de certa forma renegadas por Deus. Para elas, a doença pode parecer a única coisa que existe, parece absorver completamente sua vida. Para muitas, começa até a fazer parte de sua identidade. Elas falam de "meu câncer", "minha artrite", "minha dor de coluna", "minha depressão".

• A oração não é uma estratégia ofensiva contra alguma coisa que pertença ao paciente. Ela é a humilde busca daquilo que Jesus simplesmente chamou de "o reino de Deus. .. dentro de vós". Lucas 17:21. A oração traz à luz o bem-estar espiritual que é inato ao homem. Ciência e Saúde, escrito pela Sra. Eddy, diz: "A oração não pode modificar a Ciência do ser, mas contribui para pôr-nos em harmonia com essa Ciência." Ciência e Saúde, P. 2

• A saúde, portanto, não é algo que conquistamos, algo que temos e outros não têm; não é algo que ganhamos ou perdemos. E certamente não é um agradável intervalo entre doenças. A saúde é um aspecto daquilo que somos em nossa genuína e permanente natureza como filhos espirituais de Deus; é a expressão natural da verdadeira masculinidade e feminilidade. Quando a saúde é compreendida por meio da oração, ela passa a ser a norma, o padrão de nosso pensamento e de nosso ser; a evidência de uma autoridade mais elevada. Uma vez demonstrada, ela não admite a volta a modelos ultrapassados — modelos de doença — como se fossem normais ou naturais.

• Espero ter-lhes proporcionado pelo menos um vislumbre da liberdade que a oração proporcionou a mim e às centenas de milhares de pessoas que nela se apóiam para a cura física.

O texto completo da palestra da Sra. Harris foi publicado no The Christian Science Journal do mês de março de 1997.

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