Algumas pessoas têm a vaga noção de que moralidade é apenas um punhado de regras arbitrárias, criadas muito tempo atrás por religiosos beatos. Sem perceber, eu mesma aceitei esse conceito por muitos anos. Eu via a moralidade como uma cerca, um conjunto de regras que dividia as pessoas boas das pessoas más. Se você obedecesse às regras, você estaria do lado bom. Por outro lado, quanta diversão havia do outro lado dessa cerca!
Lembro-me de sentir confusão em relação à parábola de Jesus, sobre o filho pródigo e sua família. Lucas 15:11–32. O pródigo havia infringido leis morais, "vivendo dissolutamente" mas depois retornara e encontrara intacto o amor de seu pai, simbolizando o amor indestrutível de Deus pelo homem. Nunca achei ruim de o filho pródigo receber o grande amor e perdão do pai, demonstrado pela festa de boasvindas. Mas sempre me incomodou o fato de que o filho mais velho, o bom filho, não tivesse recebido algum tipo de prêmio extra por ter sido bom e obediente o tempo todo.
Certa vez, quando essa parábola constava da Lição-Sermão semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, parei para pensar sobre a resposta do pai ao irado comentário do irmão mais velho, que dizia nunca ter ganho uma festa em sua homenagem. "Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu", disse o pai. Notei que o pai saiu para falar com o filho mais velho e instou com ele para que viesse à festa do irmão, da mesma forma como havia saído para encontrar o filho pródigo, no seu caminho de volta ao lar. De repente, compreendi que o irmão mais velho havia realmente estado com o pai o tempo todo. Ele estivera em segurança, recebera amor e vivera em abundância, enquanto seu irmão mais novo estivera alimentando porcos, sem casa e passando fome, completamente sozinho. Pela primeira vez, comecei a compreender o verdadeiro sentido da moralidade.
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