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Onde é que exercemos a prática pública da Ciência Cristã?

Da edição de setembro de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


Meu Marido E eu havíamos feito inúmeras mudanças. Moramos duas vezes no exterior e fizemos outras mudanças menores. Finalmente compramos uma casa e, do fundo do coração, nutríamos o desejo de nunca mais mudar-nos, embora nunca tenhamos tocado nesse assunto. Alguns anos mais tarde, tornei-me praticista da Ciência Cristã em tempo integral. Minha atividade estava indo muito bem, quando um dia meu marido chegou em casa com a notícia de que haviam lhe oferecido um emprego muito bom no exterior, quase do outro lado do mundo! Além de sentir-me incapaz de fazer mais essa mudança, achei que essa seria uma inaceitável interrupção de meu trabalho.

No entanto, percebi que meu marido estava muito interessado na proposta que lhe haviam feito e compreendi que, ao invés de reagir humanamente, eu precisava examinar o caso em oração. Começar alguma coisa, partindo do ponto de vista humano é, por definição, algo limitado. Eu sabia que se recorresse a Deus, evitaria inundar meu pensamento com opiniões humanas e complicar a questão com a vontade pessoal. A vontade humana desvia-nos da capacidade de ouvir clara e distintamente a orientação divina. Por experiência própria, eu sabia que por mais que raciocinemos humanamente, nunca conseguiremos chegar às respostas satisfatórias que aparecem quando, em oração, ouvimos a Mente divina. O simples desejo de orar já indica que estamos dispostos a nos livrar do sentido humano para ceder ao divino.

A oração eleva a consciência e afasta o pensamento do eu, alinhando-o com Deus. Tornamo-nos, dessa forma, mais conscientes das leis divinas da harmonia. A oração mantém o pensamento no que Deus é e naquilo que Ele sabe, abandonando a confusão do pensamento mortal que pensa que tudo sabe ou acha que não sabe nada. Nenhum desses dois extremos propicia orientação infalível ou paz permanente. Ao passo que, apoiando-nos no perfeito governo de Deus, estamos a salvo da imprudência ou do temor.

Em minha oração, não perguntei a Deus se deveríamos nos mudar ou não. Ao contrário, procurei libertar-me da vontade humana e da ansiedade. Entendi que, pelo fato de a natureza de Deus ser absolutamente amorosa, Ele nunca manteria obscura alguma coisa que Seus filhos precisassem saber. No livro de Jeremias, encontramos a confirmação disso: "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais." Jeremias 29:11. Temos a capacidade divina de reconhecer os pensamentos que se originam em Deus e de seguir obedientemente Sua orientação. Podemos dizer que essa é oração atendida. A orientação de Deus pode ser bem específica e muitas vezes inclui os passos práticos que porventura precisem ser dados. Na Bíblia, encontramos a história de Hagar que, num momento de grande necessidade, (seu filho parecia estar morrendo de sede, no deserto), ouviu o anjo que Deus enviou para confortá-la. Seus olhos foram abertos e ela viu um poço de água, e seu filho foi salvo. Ver Gênesis 21:14–20. Quando oramos, podemos esperar respostas claras e específicas que atendam com precisão ás nossas necessidades.

Ao procurar uma resposta para minha necessidade, apoiei-me num versículo de Salmos que eu havia encontrado no decorrer de minhas orações: "Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança." Salmos 62:5. Nos dias seguintes, meu marido e eu praticamente não falamos sobre a mudança. No entanto, um ajuste interessante estava ocorrendo em meu pensamento. Comecei a agradecer por todos os diferentes lugares em que havíamos morado e agradeci pelo crescimento e progresso alcançados nas várias situações por que havíamos passado. Um sentimento de flexibilidade e de boa vontade começou a substituir o medo e a vontade própria. Consegui me desfazer da presunção de que eu sabia o que era melhor para nossa família, ou qual era o melhor lugar para eu exercer a prática pública da Ciência Cristã. Em vez disso, passei a sentir um genuíno amor pela humildade que confia totalmente no único e onisciente Deus.

Eu ainda não sabia qual seria a resposta, no entanto, reconheci que o que se passava em meu pensamento era a evidência do Cristo, a Verdade, que estava tocando minha consciência, reformando-a e libertando-a de noções preconcebidas e opiniões rígidas, baseadas na mente mortal. O resultado imediato foi que passei a sentir alegria e confiança inabaláveis. Comecei a ponderar mais profundamente o significado da prática pública da Ciência Cristã. O trabalho de praticista adquiriu uma perspectiva muito mais ampla, quando comecei a examiná-lo sob essa nova luz. Novos conceitos estavam vindo à tona! Comecei a perceber que a prática da Ciência Cristã ocorre quando, em nosso pensamento, somos receptivos à atividade do Cristo. Não importa se estamos dando uma aula, trabalhando no jardim ou vendendo sapatos, quando nos deixamos guiar pela orientação divina, cada um de nós é, antes de mais nada, um praticista.

Como a prática da Ciência Cristã expressa o poder do Amor sanador, sempre em ação, seu efeito nunca pode ser retardado, obstruído ou interrompido. A prática da Ciência Cristã traz à luz a lei de Deus sempre em ação. É a atividade do Espírito, portanto nunca pode ser influenciada por nada que seja de natureza material. Por ser governada pela Mente onisciente, a prática não pode estar sujeita a fatores desconhecidos. Tampouco pode ser limitada no tempo e no espaço. Ela expressa a onipresença de Deus, portanto, é tão poderosa num lugar como em outro. A prática não pode ser limitada por medidas materiais, porque Deus não pode ser limitado. Em Ciência e Saúde lemos: "O tudo é a medida do infinito, e nada menos pode expressar Deus."Ciência e Saúde, p. 336.

Ao pensar dessa forma, vi mais claramente que a expressão das qualidades do Cristo em minha vida era a essência de minha atividade como praticista, e isso nunca poderia ser tirado de mim, não poderia ser reduzido, nem tampouco interrompido. Em poucos dias eu estava completamente livre para aceitar a mudança como a coisa certa para toda a família. Senti um grande apoio na afirmação que encontramos em Ciência e Saúde: "Na relação científica entre Deus e o homem, descobrimos que tudo o que abençoa um, abençoa todos, como Jesus o mostrou com os pães e os peixes — sendo o Espírito, não a matéria, a fonte do suprimento."Ibidem, p. 206. Essa não era apenas uma afirmação que trazia conforto e esperança, mas era a lei de Deus que pode ser comprovada e na qual podemos confiar.

Comecei a compreender que a atividade do Cristo depende da pureza mental, não de circunstâncias humanas. Durante esse período, procurei inspiração no exemplo do Mestre. A profecia sobre Cristo Jesus, o aviso sobre sua vinda, seu nascimento e sua missão foram uma prova clara, para mim, de que a idéia divina cumpre a Palavra de Deus, seguindo adiante apesar das condições materiais, sem ser afetada pelas circunstâncias. A vida de Jesus mostra que o progresso é espiritual e depende de nossa demonstração de domínio sobre as assim chamadas leis materiais e limitações. Obstáculos de qualquer natureza são impostos ao pensamento e não têm nenhuma realidade em si mesmos, porque Deus não está neles. Os obstáculos não têm base espiritual.

A estada no exterior, que deveria ter sido de um ano, acabou sendo de três. Durante esse tempo enfrentamos alguns desafios. No entanto, ao encarar cada situação, fui sustentada por uma profunda confiança na bondade de Deus e em Sua orientação infalível. Houve muitos dias, em casa, absolutamente calmos, quando me senti tentada a acreditar que não tinha nada para fazer, que não tinha nenhuma razão para estar ali. Num desses dias, depois de voltar meu pensamento a Deus em busca de orientação, lembrei-me de que, em outras épocas, eu desejara dispor de tempo seguido, para poder ler a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy, do começo ao fim. De imediato comecei a leitura e, no decorrer dos meses seguintes, li esses livros várias vezes. Dentro de pouco tempo comecei a receber pedidos de ajuda em oração, de várias partes do mundo! Para mim essa foi uma grande prova de que eu não estava isolada do mundo, não estava esquecida como o pensamento mortal havia sugerido. Eu era conhecida de Deus e existia no Seu reino, onde todos são amados, úteis e abençoados. Outras oportunidades de crescimento e expansão de idéias espirituais se apresentaram, inclusive ocasiões em que apresentei a Ciência Cristã a pessoas que não a conheciam.

Quando voltamos para o nosso país, eu havia adquirido um senso muito mais amplo da prática pública da Ciência Cristã, tanto minha como dos outros. Aprendi muito sobre paciência, persistência, disciplina e obediência, e continuo aprendendo até hoje.

Quer estejamos pensando em ingressar na prática pública da Ciência Cristã, quer já sejamos praticistas, ou estejamos mudando nosso local de atuação, é importante lembrarmos com freqüência que a prática da Ciência Cristã é o resultado inevitável de nosso amor a Deus e ao homem, e do amor de Deus por nós. A prática tem início e floresce em nosso coração e o amor que sentimos não pode permanecer escondido. Ele encontra a maneira de se manifestar. Num sentido bem definido e claro, essa manifestação é a nossa prática.

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