A Maior Revolução social deste século é o ascenso gradual, mas inexorável, da mulher. Ela deixa a posição de subordinação e passa a participar, em igualdade de condições, nas realizações na sociedade, no trabalho e na vida cotidiana. As mulheres vêm fazendo grande progresso. Mas em muitas partes do mundo, ainda resta muito caminho a percorrer, nesse sentido.
O ascenso da mulher significa, de modo básico, que a fortaleza intelectual, moral e espiritual da metade da raça humana está começando a ser amplamente utilizada. O resultado é de alcance incalculável.
À medida que o papel da mulher na sociedade foi se revolucionando, a democracia se transformou. Os políticos passaram a ter de pensar num setor do eleitorado que anteriormente podiam ignorar. "Assuntos de interesse para a mulher" — erroneamente assim denominados, já que afetam a todo o mundo, assumiram suma importância em muitas eleições. A influência política da mulher, nos Estados Unidos e em outros países democráticos, está ainda crescendo e amadurecendo.
Sob outro aspecto, no terreno da família, a modificação no papel assumido pela mulher causou certo grau de libertação, tanto para a mulher como para o homem. Provocou, ao mesmo tempo, certo tumulto e tensão. As exigências apresentadas pela carreira e pelo trabalho da mulher muitas vezes não se harmonizam, no dia-a-dia, com as tarefas de cuidar do lar e criar os filhos. Os homens tiveram de se adaptar, assumindo novas funções, como, por exemplo, participar em maior escala, no cuidado dispensado aos filhos.
Um recenseamento nos Estados Unidos revelou há pouco tempo que pela primeira vez nesse país há maior número de mulheres que completam o ciclo secundário e universitário do que de homens. Estatísticas como essa indicam que o ímpeto do movimento a favor da mulher continua em vigor, e, no fundo, é de ordem mais social, até mesmo espiritual, do que política.
É "espiritual" porque inclui e exige percepções diferentes sobre as mulheres e sobre os homens, percepções que salientam qualidades tais como inteligência, sabedoria, e capacidade, em vez de atributos meramente físicos.
Mary Baker Eddy, a fundadora do jornal em que se publicou este editorial, o The Christian Science Monitor, escreveu, em 1891: "Na lei natural e na religião é inalienável o direito que a mulher tem, de ter o mais elevado senso de compreensão esclarecida e de ocupar os lugares mais altos no governo..."
Esse direito tem gerações de novas campeãs, em todas as partes do globo. Temos o privilégio de testemunhar que neste momento está soando, mais plenamente do que nunca, aquilo que a Sra. Eddy denominou "a hora da mulher".
O voto feminino no Brasil
No Brasil, embora Martim Francisco já tivesse proposto o voto feminino nos idos de 1875, ele só foi consagrado após a Revolução de 1930, em 1932, com o Colégio eleitoral que se editou e isso foi consolidado na Constituição de 1934. Assim, o Brasil se colocou em posição de vanguarda, porque apenas em sete países a mulher votava. No nosso país, destaca-se nessa luta Berta Lutz, em 1922, época em que ocorreu o movimento modernista no Brasil. Na França esse direito só foi estendido às mulheres em 1944. A Suíça só liberou na totalidade de seu território o voto feminino em 1971.
Texto cedido por cortesia da LIBRA. (Liga das mulheres eleitoras do Brasil)
