Durante uma visita aos estúdios do O Arauto da Christian Science, Dulcinéa e foram entrevistados por e falaram da questão muitas vezes debatida hoje em dia: Vale a pena casar-se? Temos agora o prazer de transcrever para os nossos leitores a essência do que foi dito naquela ocasião.
Heloísa Rivas — Hoje em dia fala-se muito sobre o que vem acontecendo com a instituição do matrimônio. Há quem questione a importância que ele tem na vida da sociedade. O que vocês diriam sobre o casamento, e sobre os sentimentos que os motivaram a casar-se?
Mario Torres — Quando duas pessoas assumem a responsabilidade de casar-se, assumem um compromisso baseado em valores e qualidades essencialmente espirituais, que dão permanência e garantias ao casamento. Isso me faz pensar no que Mary Baker Eddy diz em Ciência e Saúde: "O casamento deveria melhorar a espécie humana, tornando-se uma barreira contra o vício, uma proteção para a mulher, uma força para o homem e um centro para os afetos." Mas ela continua, dizendo: "Essa, no entanto, na maioria dos casos, não é sua tendência atual, e por quê? Porque a educação da natureza superior é descurada, e outras considerações — a paixão, os divertimentos frívolos, o adorno pessoal, a ostentação e o orgulho — ocupam o pensamento. "
O homem, é a semelhança de Deus, dono de qualidades espiriuais e capaz de refletir o terno Pai-Mãe, Deus.
H — A Sra. Eddy já dizia isso no fim do século XIX! E agora muita gente acha que o casamento oficial, em si, não é necessário. Mas vocês se casaram com a convicção de que esses valores poderiam ser encontrados no casamento.
— Entre os valores e qualidades espirituais mais importantes no casamento está a confiança em nós mesmos, como aptos para conviver com alguém de forma permanente e dispostos a partilhar todas as experiências juntos, tanto os momentos maravilhosos quanto aqueles que nos obrigam a buscar em Deus uma resposta ou uma solução para uma circunstância difícil. Essa segurança se transforma em confiança um no outro. Outra qualidade essencial é o respeito mútuo, a capacidade de entender o "espaço" da outra pessoa e não invadi-lo. Isso se aplica também em relação aos filhos.
M — Na verdade, como o casamento oferece oportunidades para o crescimento espiritual, ele confere liberdade aos cônjuges, uma liberdade madura, responsável, equilibrada, matizada pela confiança e respeito mútuos, pela segurança do companheirismo e pela alegria de ambos ajudarem-se reciprocamente. Em nosso casamento, o que nos atraiu foi o interesse que tínhamos em comum por viver servindo a Deus e à humanidade e em usar a oração como meio de encontrar a harmonia e compreender a Deus. Esse foi o ponto de atração entre nós.
D — De minha parte, tive de me erguer a um conceito mais elevado do que era o casamento, e de superar uma série de reservas que eu abrigava anteriormente, contra o casamento.
Fui criada numa família em que o casamento era sinônimo de sofrimento. Tive de vencer o medo ao casamento, devido a idéias equivocadas sobre ele, medo de ser escrava do marido, submissa a um carrasco, medo de, uma vez casada, sofrer imediata rejeição.
H — Você se liberou do medo depois de casar-se e ver que não era sempre assim?
D — Não. Primeiro eu estudei muito a Bíblia e as obras da Sra. Eddy, principalmente o capítulo intitulado "O Matrimônio", de Ciência e Saúde, e outras obras em que ela faz referência ao casamento. Percebi que eu realmente desejava constituir um lar feliz. Meu medo desapareceu à medida que mudei minha maneira de pensar sobre o homem, vendo-o como semelhança de Deus, dono de qualidades espirituais e capaz de refletir o terno Pai-Mãe, Deus. Assim eu me curei do medo ao casamento.
M — Eu, por outro lado, tive de me curar de uma sensação de solidão. Sentia necessidade da companhia de alguém que tivesse as qualidades espirituais que eu estava aprendendo a apreciar graças ao meu estudo da Christian Science. Ponderei muito esta frase da Sra. Eddy: "A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma" (Ciência e Saúde, p. 60). Alma é um dos sinônimos de Deus, a Alma é Deus. Eu comecei a vislumbrar essa verdade antes de conhecer a Dulcinéa.
D — Tanto o Mario quanto eu nos curamos desses problemas primeiro, antes de conhecer-nos. Logo após, nos conhecemos, começamos a namorar e dentro de apenas três meses nos casamos.
H — Pode-se dizer então que vocês se sentiram atraídos um pelo outro porque buscavam uma forma de pensar elevada, espiritual, que era igualmente importante para ambos. Isso confirma o que a Sra. Eddy diz em seu livro Retrospecção e Introspecção: "O encontro dos que têm a mente voltada para as coisas do Espírito se dá nos degraus que conduzem ao amor espiritual" (p. 76). Esse senso de buscar a Deus em nossa vida diária enriquece o conceito de família e permite que marido e mulher ofereçam ao mundo algo muito necessário, ou seja, uma contribuição positiva para a harmonia em nossos lares e em nossa sociedade.
