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A cura cristã hoje

Da edição de outubro de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Digamos que você tenha um amigo que sofre de paralisia. O tratamento médico não resolveu o problema e a doença é considerada incurável. Aí Você falar falar de alguém que cura, alguém que cura até casos desesperados, através do poder de Deus. Talvez essa seja uma solução.

Com a ajuda de outras pessoas, você leva seu amigo à casa onde aquele santo homem está ensinando. Mas a multidão em volta é tanta, que não se conseque nem passar pela porta. Num momento de inspiração, alguém tem a idéia de entrar pelo teto! Juntos, vocês levam o seu amigo doente até o teto e então o descem dentro da sala onde se encontra o Mestre.

Agora chega o momento da verdade: será ele capaz de ajudar o seu amigo, ou não? O homem de Deus diz ao inválido: “Filho, os teus pecados estão perdoados.” Você ouve e fica perplexo. Alguns dos presentes também se questionam. O sábio homem responde: “Por que arrazoais sobre estas cousas em vosso coração? Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados...” ele diz diretamente ao seu amigo: “Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.”

Seu amigo realmente se levanta e sai da casa sem a ajuda de ninguém (ver Marcos 2:1-12)

A identidade do homem que curou o paralítico, nesse relato, é conhecida de muitas pessoas. Trata-se de Cristo Jesus, o homem que trouxe à humanidade a mensagem de Deus, uma mensagem de amor eterno por Seus filhos. A vida e as obras de Jesus expressaram o amor de Deus de muitas maneiras, inclusive pela cura física.

Curar o corpo apenas por meios espirituais é uma parte importante do legado de Jesus à humanidade. Conquanto antigos profetas de Deus, tais como Moisés, Elias e Eliseu, fossem capazes de curar os doentes — e tanto Elias como Eliseu ressuscitassem crianças — ninguém, antes de Jesus, conseguiu curar tantas pessoas. Com a convicção de que ele era inseparável de Deus, Jesus curava enfermidades e eliminava o sofrimento de toda espécie. Mas ele era mais do que um ser humano muito espiritualizado. Ele era Jesus, o Cristo — representava a idéia espiritual de Deus, que ele demonstrou ser a verdadeira natureza de todos os homens e mulheres.

A lei divina da cura está sempre atuando

Através da experiência da crucificação e de seu triunfo sobre a morte, Jesus deu evidência tangível de que a lei divina da cura — a lei em que ele mesmo se apoiava — funciona em todas as épocas e em todas as circunstâncias. Seus discípulos receberam a energia do exemplo de Jesus e levaram avante a obra de cura, mesmo após sua ascensão.

Isso estava de acordo com as expectativas do Mestre. Ele havia prometido: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do pai'' (João 14:12). Essa declaração não se aplica somente aos discípulos, mas a você e a mim — a qualquer um que anseie por conhecer a Deus e viver de acordo com a lei divina.

O livro de Atos confirma isso, descrevendo vivida-mente mente o início da Igreja Cristã e seu esforço em aliviar o sofrimento de qualquer espécie. A cura espiritual foi a norma por longo tempo, possivelmente trezentos anos, ou mais. Contudo, quando a primitiva Igreja Cristã se tornou mais institucionalizada e passou a fazer parte da estrutura do poder político da época, dispersou-se o sentido dinâmico da presença de Deus e da união inseparável do homem com o Amor divino.

Um fator importante nessa diluição foi que poucos cristãos estavam lendo a Bíblia por si mesmos. Diversas influências contribuíram para esse estado de coisas. Uma delas foi a perspectiva mais secular da igreja, juntamente com o fato de que as Escrituras ainda não haviam sido traduzidas para a linguagem das pessoas comuns, durante o período medieval. Como resultado, a maioria das pessoas dependia dos outros para aprender a respeito da Bíblia. Mas esse ensinamento nem sempre era inspirado e correto, em parte porque as doutrinas e os erros de tradução haviam corrompido partes dos escritos sagrados.

Essa falta de acesso às Escrituras privou as pessoas de um recurso valioso para se alcançar a consciência da presença amorosa de Deus, na vida de cada um, e isso, por sua vez, minava os esforços de confiar em Deus para a cura. É difícil provar algo que não se compreende.

Esse senso de estar separado de Deus cresceu ao longo dos anos e, gradualmente, a visão errônea de que Deus algumas vezes envia a doença ou a tribulação como punição, voltou à baila, como havia ocorrido nas épocas mais antigas. As pessoas ainda oravam freqüentemente para obter a cura, mas então era com a expectativa de que Deus poderia deixar de curar, caso Ele achasse que elas mereciam sofrer. A oração tornou-se mais um esforço de aceitar a vontade de Deus, boa ou ruim, do que de procurar a cura através da confiança no Seu amor e na Sua graça.

Todavia, a fome por espiritualidade não podia ser negada. Até mesmo antes da Reforma, houve esforços no sentido de se purificar a Bíblia e torná-la disponível nos idiomas comuns. John Wycliffe foi um desses pioneiros, mas houve outros, também. O trabalho dessas pessoas foi um sinal do pensamento em ebulição, do desejo da humanidade por uma melhor compreensão de Deus. Então, com a Reforma, a tradução do Novo Testamento para o alemão, feita por Lutero, deu início a uma revolução mental e espiritual. Conforme Mary Trammell e William Dawley relatam em "The Reforming Power of the Scriptures" (O Poder Reformador das Escrituras): "O público alemão comprou aproximadamente cinco mil cópias do Novo Testamento, nos primeiros dois meses" (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1996, p.141).

Como um relâmpago, essa ebulição do pensamento espalhou-se por toda a Europa e logo a Bíblia inteira foi traduzida para o alemão e outras línguas. As pessoas estavam sendo trazidas de volta a um contato direto com as Escrituras, com seus exemplos do poder sanador de Jesus e com os ensinamentos que ele expunha aos seus seguidores.

Isso deu novo ímpeto à cura espiritual, embora não fosse, muitas vezes, alcançada a cura consistente e confiável, com base exclusivamente na compreensão da lei de Deus. Isso foi devido, em grande parte, ao fato de os seres humanos serem considerados, havia muito tempo, uma combinação de matéria e espírito, sendo que a parte material seria, algumas vezes, influenciada pela espiritual. A cura, partindo desse ponto de vista, nunca era segura, porque poucas pessoas tinham um conhecimento claro da natureza de Deus ou do Seu profundo amor por todos.

Orações pelos doentes

Mesmo assim, em realidade, a cura espiritual nunca desapareceu completamente. Algumas denominações continuaram a oferecer orações pelos doentes, estivessem eles presentes ou ausentes. Algumas vezes os pacientes eram — e ainda são — ungidos por um pastor ou padre, com o intuito de realizar a cura. E, algumas vezes, pessoas tiveram curas miraculosas, que foram definitivas.

A convicção de que cada indivíduo é uma entidade material, entretanto, tem impedido as pessoas de sentirem que a visão sanadora de Jesus é algo real por estar baseada no fato de que Deus é Espirito e de que o homem, como filho de Deus, é inseparável do Espírito. Segue-se daí que o homem é realmente espiritual, não material. Entretanto, por longo tempo, ninguém fez uso desse fato espiritual como haviam feito Jesus, seus discípulos e os primeiros cristãos.

Durante a segunda metade de 1800, nos Estados Unidos em particular, teve lugar um grande despertar espiritual. Foram fundadas novas denominações; conceitos teológicos foram debatidos como nunca ocorrera nos séculos anteriores. Algo profundamente espiritual foi sentido por diferentes tipos de pensadores religiosos.

Um desses pensadores foi uma mulher, Mary Baker Eddy. Quando parecia que iria morrer, ela teve uma percepção da natureza de Deus e do homem, que mudou a sua vida para sempre. Essa percepção não somente a curou, mas também a levou a uma busca para compreender os ensinamentos de Jesus e daí explicá-los de tal maneira que possibilitasse a todas as pessoas serem curadas como ela o fora. A Sra. Eddy relatou sua descoberta em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras e fundou, não somente esta revista, mas também a Igreja de Cristo, Cientista, de âmbito mundial.

Numa época da vida em que a maioria das pessoas de sua idade estava diminuindo o ritmo das atividades, ela começou a estudar os ensinamentos de Jesus com uma nova inspiração. Ela escreve o seguinte sobre esse período: "Os milagres relatados na Bíblia, os quais antes me tinham parecido sobrenaturais, tornaram-se divinamente naturais e compreensíveis, embora intérpretes não inspirados declarem, na sua ignorância, que as curas de Cristo são milagrosas, ao invés de nelas ver a operação da lei divina" (Retrospecção e Introspecção, p. 26).

Mary Baker Eddy dispôs-se a dar à humanidade uma nova apreciação de Cristo Jesus e um novo conceito de Deus — não como um ser físico, pessoal, mas como o Espírito divino, sempre presente, todo-poderoso, todo-amoroso. E com isso veio a compreensão de que a matéria — aquilo de que parecemos ser feitos — não é o produto do Espírito. Ao contrário, é a evidência de um conceito errôneo sobre a Divindade — aliado, talvez, à crença de que o próprio Deus seja uma entidade física. Quando a Sra. Eddy passou a não mais perceber a Deus em termos materiais, foi simplesmente natural que ela discernisse também que o homem tampouco poderia ser material.

Essa compreensão é a chave da cura espiritual, porque ela muda completamente nosso ponto de vista com relação a Deus. Não apelamos mais a um Deus que está "lá em cima", em algum lugar. Ao contrário, o Deus para o qual apelamos é o Espírito, a mesma substância da qual cada um de nós é constituído, como criação de Deus. A matéria, então, torna-se irrelevante para a equação divina, ao invés de aparecer como sendo o aspecto dominante do nosso ser. A convicção de que nossa identidade é, em realidade, espiritual, abre-nos os olhos para a maleabilidade das condições e do pensamento humano. Seguindo os passos de Jesus, percebemos que a cura que se apóia exclusivamente em Deus é possível agora, como o foi na época do Salvador. E ela pode ser a norma, não a exceção.

Um mulher, que havia sido cristã devota durante muitos anos, aprendeu isso após ter conhecido Ciência e Saúde. Antes, havia sido atormentada por ataques periódicos de dor violenta, durante muitos anos. Os médicos haviam dito que não poderiam fazer mais nada por ela. Por sua devoção, ela achava que Deus devia estar lhe enviando essa dor a fim de purificá-la. Ela chegou a acolher as dores de boa vontade e até mesmo a regozijar-se nelas.

Entretanto, quando começou a perceber a natureza totalmente amorosa de Deus, começou a questionar seus conceitos teológicos e a fazer um esforço genuíno para mudar seu pensamento a respeito da dor. Ela havia alimentado a idéia errônea de que Deus envia o sofrimento. Havia também acreditado que ela era meramente um ser material, com uma determinada doença hereditária mais poderosa do que o amor de Deus.

Os muitos anos de pensamento errado e de aceitação da dor não foram vencidos facilmente. Mas, aos poucos, ela conseguia obter cada vez mais vitórias. Então ela realmente esquecia-se da dor por longos períodos, porque não a estava mais sentindo. Pouco tempo depois, a dor sumiu para sempre. Já faz muitos anos agora, desde o último ataque e ela ficou totalmente livre do problema. Muitas bênçãos resultaram dessa experiência, inclusive uma dedicação maior à prática da cura e maior êxito em prosseguir com o desejo de confiar em Deus para manter a saúde.

É possível curar como regra geral

Por mais de cem anos, e ainda agora, as pessoas têm enviado testemunhos de cura para esta revista e para as demais publicações da Christian Science. Esses testemunhos demonstram que a cura é regularmente possível através do poder da lei divina, conforme a praticou Jesus, e conforme demonstrou a mulher do relato acima. Essa lei foi exposta para a humanidade através da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy, de tal maneira que todos podemos conhecer o amor de Deus por nós e saber como esse conhecimento leva à cura.

Essa lei está aqui para mim e está aqui para você. É uma lei que continuará a curar, agora e sempre.

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