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O Evangelho de Marcos em nossa vida

Os últimos dias e a última refeição — Marcos 14:1-31 (Parte 21a)

Da edição de outubro de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


No segmento anterior, os comentários de Jesus sobre o final dos tempos enfatizavam a necessidade de vigilância. Os discípulos deveriam vigiar e orar. E, sem dúvida, eles acreditavam que iriam fazer isso, mas os difíceis eventos dos últimos dias resultariam em deslealdade e traição.

14:1-9 Dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos. Muitos judeus viajavam para Jerusalém para essa comemoração e eram arrebatados por sentimentos emotivos e nacionalistas. Os romanos estavam sempre alerta para qualquer indício de tumulto.

E os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam... e o matariam. Sem perceber, eles estavam planejando matar o Messias juntamente com as festas que celebravam a atuação salvadora de Deus. Era uma grande ironia. Mas eles estavam evitando fazer qualquer coisa durante a festa, temendo algum tumulto entre o povo.

A cegueira dos líderes religiosos contrasta com a visão clara de uma mulher que não é identificada. Quando Jesus estava em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.

A imagem e o simbolismo da cena são primorosos. Alguns dias antes, Jesus havia feito sua entrada triunfal em Jerusalém como um rei, intencionalmente cumprindo diversas profecias messiânicas. Se sua missão tivesse sido compreendida, ele teria sido ungido como Messias pelo principal sacerdote do Templo. Em vez disso, uma mulher anônima derrama óleo sobre sua cabeça, na casa de um leproso. Da mesma forma como a mulher que depositou duas pequenas moedas, que eram todo o seu sustento, na caixa de ofertas do Templo (Ver Marcos 12:42-44), essa mulher derramou todo o óleo que possuía sobre a cabeça de Jesus.

Sua extravagância, ao quebrar o vaso, não agradou a todos. Indignaram-se alguns entre si e diziam: Para que este desperdício de bálsamo? Porque este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos denários. A receita da venda do óleo, que se aproximava do salário anual de um trabalhador comum, poderia ser entregue aos pobres, considerando que os atos de caridade constituíam um aspecto importante da religiosidade judaica. E murmuravam contra ela.

Mas Jesus, defendendo-a, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo. E acrescentou: Os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes. Estaria Jesus sugerindo que não se fizesse mais caridade? Não. Mas usar o perfume para ungir Jesus era muito mais significativo do que vendê-lo. Além disso, a gratidão, a alegria e a abnegação daquela mulher eram modelos a serem seguidos pelos discípulos.

Jesus continuou: Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura. Dessa forma, ele apresentou outra explicação para sua unção com óleo e novamente profetizou sua crucificação. Jesus proclamou: Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua. Fazendo um retrospecto, podemos perceber que esse único gesto não ilustrava simplesmente a unção de Jesus como Messias, mas também prenunciava sua morte e ressurreição. Por isso essa mulher seria sempre lembrada.

14:10-11 A unção simbólica de Jesus é precedida e seguida por histórias de traição. Desta vez é Judas Iscariotes, um dos doze, quem vai ter com os principais sacerdotes, para lhes entregar Jesus. Os estudiosos atualmente acreditam que Judas era um patriota ardoroso, que havia se desiludido com Jesus e que desejava forçá-lo a mudar seu procedimento. É desnecessário dizer que eles, ouvindoo, alegraram-se e lhe prometeram dinheiro. Judas, retirando-se, buscava... uma boa ocasião para o entregar.

14:12-16 Essa atitude abominável de Judas é tomada em meio a eventos que exemplificam devoção e fraternidade. E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa? Diferentemente do que é relatado no Evangelho de João, que sustenta que Jesus foi crucificado um dia antes da Páscoa, por ocasião do abate dos cordeiros (Ver João 19:31), Marcos afirma que a última refeição deles foi a própria ceia de Páscoa.

Jesus enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água. Como carregar água era um trabalho de mulher, esse homem se destacaria. Jesus não diz onde é que eles encontrariam esse homem, na cidade, só diz que, quando o encontrassem, deveriam segui-lo. Eles devem dizer ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto. Jesus instruiu: ali fazei os preparativos.

Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade... achando tudo como Jesus lhes tinha dito. Muitos estudiosos dizem que isso tudo já havia sido providenciado com antecedência. É possível, mas como Marcos não menciona nenhuma providência anterior, o incidente serve para ilustrar a natureza profética de Jesus, mais uma afirmação de sua condição de Messias. Eles conseguiram tudo o que necessitavam e prepararam a Páscoa.

14:17-21 Esse segundo sinal messiânico é novamente acompanhado por histórias de traição. Ao cair da tarde, foi Jesus com os doze. Quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós, o que come comigo, me trairá. Aqui está outra profecia.

Sem nenhum protesto, os discípulos começaram a entristecer-se e a dizer-lhe, um após outro: Porventura, sou eu? Embora fossem formuladas esperando uma respota negativa, as perguntas são surpreendentes. Por que eles mesmos não descobriam quem era o traidor e tomavam alguma providência? Não sabemos, mas seus temores são confirmados. Respondeulhes Jesus: É um dos doze, o que mete comigo a mão no prato. A Páscoa era uma refeição tomada vagarosamente, durante a qual as pessoas ficavam reclinadas, geralmente em três ocupando cada divã. A afirmação de Jesus sugere que Judas estava no mesmo divã que ele, ou seja, que ambos estavam muito próximos. Jesus indicou que aceitava seu destino, ao dizer: Pois o Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito. Isso não absolve Judas, pois Jesus também disse: Ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!

Apesar dessa revelação, a refeição continuou sem interrupção, sem que Jesus oferecesse qualquer resistência e sem que os discípulos lhe oferecessem proteção alguma.

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