No início do ano, temos a tendência a fazer mil planos. “Este ano, se Deus quiser, vou finalmente...” e cada um acrescenta sua própria esperança, seu próprio desejo. Sempre dizemos “se Deus quiser” quase por superstição, achando, inconscientemente, que, se não o dissermos, a coisa pode não dar certo. Muitas vezes, não paramos muito para pensar em qual é realmente a vontade de Deus. Sempre esperamos que Ele queira o mesmo que nós. E, na maioria das vezes, nós sabemos muito bem o que queremos, o que precisamos, o que é melhor... ou pelo menos achamos que sabemos.
Por outro lado, outras vezes fazemos um planejamento “negativo”, por assim dizer. Chegamos à conclusão de que não poderemos realizar algo, e ponto final. “Não vai dar, não adianta tentar.” Assim, planejamos não fazer nada a respeito, porque achamos que será inútil.
Todavia, a Bíblia nos diz que “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor” (Provérbios 16:1). E em Ciência e Saúde lemos: “A sabedoria do homem não é suficiente para autorizá-lo a dar conselhos a Deus” (p. 3). No entanto, quando pedimos em oração que um determinado plano nosso dê certo, ou quando aceitamos de antemão que algo não vai ser possível, nós estamos, de certa forma, “dando conselhos a Deus”.
Quando colocamos a Deus e Suas leis no controle de nossos planos, as circunstâncias se ajustam.
O melhor que podemos fazer é deixar de lado o “eu” (eu quero/não quero, eu posso/não posso, eu acho/não acho) e procurar compreender o que Deus quer, pode e faz. Aquilo que denominamos “a vontade de Deus” sempre confere paz. Deus nos criou para sermos felizes, saudáveis e bem sucedidos. Por Sua própria natureza, Ele promove nosso progresso, Seu plano para cada um de nós é harmonioso, sem entraves, pois não há poder que possa contrariar a Deus e prejudicar o plano dEle.
É interessante notar como, muitas vezes, a “vontade de Deus” é sutilmente equiparada a algo diferente daquilo que almejamos. Quando dizemos: “Seja o que Deus quiser” ou “seja feita a vontade de Deus”, é como se estivéssemos nos conformando com algo ruim, difícil de aceitar. No entanto, a Bíblia nos diz exatamente o contrário: “...não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). A vontade de Deus não é somente boa, não é somente perfeita, ela é também agradável.
Quando colocamos a Deus e Suas leis no centro de nossos planos, isto é, quando estamos dispostos a servir a Deus e à humanidade, as circunstâncias se ajustam. Nosso progresso se enquadra no plano de Deus. Podemos nos lembrar, então, de que Ele tem recursos infinitos para realizar Seu plano, não precisa ser do nosso jeito. Sabemos que Deus é Amor, por isso, o progresso que Ele quer para nós não envolve dificuldades nem sofrimento. Por esse motivo, não precisamos manter a expectativa de que teremos de sofrer ou “suar a camisa” para conseguir algo bom, como é o progresso; muito pelo contrário, podemos contar com Sua ajuda a cada passo do caminho e Ele mesmo vai nos mostrar esse caminho. Essa atitude mental, tomada logo de saída, nos permitirá enxergar possibilidades novas e encontrar soluções eficazes, assim como os recursos adequados.
O mesmo raciocínio serve para qualquer outro desejo que vise ao bem, nosso e dos outros. A lei divina do bem está a nosso favor, se aquilo que desejamos realizar manifesta, de alguma forma, a bondade divina para com todos. Por isso, é importante perguntar-nos se a realização do nosso desejo irá abençoar todas as pessoas envolvidas. Aquilo que é realmente bom, o bem divino, é bom para todos, não só para alguns. E é bom em todos os sentidos, completamente.
Para o ano novo, façamos o plano de conhecer melhor a vontade de Deus, de seguir e realizar o plano que Ele tem para nós.
