Daniela Wilbert é modelo há seis anos e já fez desfiles de moda, fotos para revistas e comerciais para TV. Aqui ela conversa com fotógrafo autônomo para O Arauto.
"Eu
procuro
ter um
conceito
mais
espiritual
sobre
mim mesma."
Como surgiu a idéia de ser modelo?
Na verdade, eu nunca tive a idéia de ser modelo. Foi um caça-talentos que me descobriu e me trouxe para uma agência de modelos de São Paulo, quando eu tinha 14 anos. Eu fiquei um ano em SP e consegui diversos trabalhos, inclusive fui capa da Capricho, a revista mais popular entre os adolescentes. Isso me deixou bastante motivada. Mas, durante esse tempo, eu não consegui manter o peso ideal para uma modelo e, ao tentar mudar de agência, eu não fui aceita. Eu fiquei um pouco triste, mas aproveitei para voltar para minha cidade, Campo Bom e terminar meus estudos.
Mas você não desistiu...
Não. Depois de terminar o ensino médio, quis voltar para São Paulo para recomeçar minha carreira de modelo. Mas, eu ainda continuava acima do peso. Eu orei, e deixei tudo nas mãos de Deus. Orei com um trecho da Bíblia que também aparece na página 1 de Ciência e Saúde: "...Se alguém disser a esta monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele." Pensei que, se fosse a vontade de Deus que eu voltasse a ser modelo, Ele abriria o caminho. Em um período de um mês e meio, conquistei uma autodisciplina espiritual e consegui emagrecer o suficiente. Então, voltei para São Paulo.
Como foi o seu retorno?
Foi difícil. As pessoas talvez pensem que a vida de modelo é fácil. Mas poucos sabem como é difícil rodar sozinha fazendo testes e mais testes para conseguir um trabalho. Felizmente, tenho conseguido diversos trabalhos bons, como desfiles e fotos para revistas conceituadas. Estou feliz e satisfeita, ainda mais porque faz só alguns meses que eu estou em São Paulo.
Como você lida com a pressão de estar sempre bonita?
Eu tento não me preocupar muito com meu corpo, se vai aparecer uma espinha em meu rosto, se meu cabelo está seco ou se engordei um quilinho. Sempre procuro me ver como a imagem e semelhança de Deus e procuro saber que eu reflito a beleza divina, uma beleza espiritual que transcende o corpo.
E sobre seus cuidados com a alimentação?
Minha mãe me mostrou um trecho da Bíblia que diz: "Não andeis ansiosos pela vossa vida quanto ao que haveis de comer ou beber" (Mateus 6:25). Esse trecho me ajuda a não me preocupar tanto com o que como e, ao mesmo tempo, a ver que não preciso comer mais do que é necessário.
Qualquer profissão tem as suas regras. Na profissão de modelo uma delas é manter o peso. Felizmente, não tenho tido dificuldades em manter meu peso. Preciso ter disciplina, é claro, não posso ser gulosa e sair comendo tudo que dá vontade. Recentemente, reparei em um trecho interessante de Ciência e Saúde que diz "que a gula é uma ilusão sensual, e que esse fantasma da mente mortal desaparece à medida que compreendemos melhor nossa existência espiritual e subimos a escada da vida" (p. 221).
Você não acha que o mundo da moda impõe um padrão de beleza muito difícil de alcançar para uma pessoa comum?
Eu acho que a gente deve olhar além do corpo para encontrar a beleza verdadeira. Eu, como modelo, preciso seguir certos padrões de beleza física para conseguir trabalhos. Mas, as pessoas não precisam seguir os padrões de beleza impostos pela mídia. Cada um possui sua beleza natural, simplesmente por refletir qualidades divinas como bondade, inteligência e alegria. Há uma frase maravilhosa em Ciência e Saúde, que diz: "Os homens e as mulheres imortais são modelos do sentido espiritual, traçados pela Mente perfeita, e refletem aqueles conceitos mais elevados de beleza que transcendem todo sentido material" (p. 247).
Você tem mais alguma idéia que gostaria de partilhar com nossos leitores?
Sim. Eu gosto de lembrar que Cristo Jesus também foi um modelo. Na verdade, ele foi o Grande Modelo, pois ele nos mostrou que, como filhos de Deus, todos somos verdadeiramente bonitos.