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Matéria de capa

O poder de cura do Cristo

Da edição de novembro de 2004 dO Arauto da Ciência Cristã


Cresci em um lar em que a cura espiritual era um modo de viver. Meus pais eram praticistas da Christian Science mas, antes disso, minha mãe foi professora e meu pai administrador assistente de escolas públicas. Depois de quitarem nossa casa e de três dos quatro filhos terem ingressado na escola de ensino médio, passaram a dedicar todo seu tempo à prática da cura espiritual.

Éramos muito conscientes do número de pessoas que admiravam o trabalho amoroso que nossos pais faziam — não apenas como sanadores, mas como vizinhos atenciosos. As pessoas do bairro os amavam e esse amor se estendia a toda a família.

O primeiro contato de meu pai com a Christian Science aconteceu com a cura de um caso grave de disenteria, quando servia na I Guerra Mundial. Aquela cura surpreendente o convenceu de que o que mais queria era ter uma carreira dedicada à cura espiritual. Apesar de ter levado trinta e um anos para chegar lá, freqüentemente ele me contava que sabia que tinha tomado a decisão certa. Seu compromisso em ajudar os outros era tão forte que, até mesmo no dia em que faleceu, havia feito uma longa viagem de ida-e-volta de 183 km para orar por alguém que estava gravemente doente. Para nós, aquilo se tornou um eterno exemplo do seu amor pela vida.

Esse compromisso fortaleceu a convicção de meu pai de que nada era mais importante em sua vida do que responder fielmente ao chamado de Mary Baker Eddy, aos membros d'A Igreja Mãe, para que cada um fizesse sua parte ajudando “a comemorar a palavra e as obras de nosso Mestre [Jesus], à qual cumpre restabelecer o cristianismo primitivo e seu elemento de cura, que se havia perdido (Manual da Igreja, P.17).”

Meu pai também amava o livro-texto de Mary Baker Eddy sobre cura, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Todos os dias, à mesa do café da manhã, ele anunciava com entusiasmo peculiar: “Para os que se apóiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos” (p.vii). Depois acrescentava: “Agora saiam e desfrutem dessas bênçãos.” À noite, durante o jantar, aguardava o relato do dia.

Assim como meus pais, Honor e Bill Hill também são praticistas da Christian Science e compartilham de muitos objetivos como sanadores espirituais, embora realizem sua prática de cura separadamente em Dallas, no Texas. Honor cresceu em Newcastle upon Tyne, na Inglaterra, mas passou parte da sua vida adulta no Canadá e nos Estados Unidos. Ela notou que os Cientistas Cristãos, até recentemente, não diferenciavam a cura do tratamento da maneira como o profissional da área médica o faz.

“Quando um paciente tem câncer, mas a raiva e a amargura se desfazem ou há reconciliação dentro da família conflituosa, mesmo se ele falecer os médicos comumente dizem que o paciente não foi tratado, mas sim curado. “Sim, ele foi curado”, diz Honor. “Mas, penso que as pessoas devem estar alerta e manter o objetivo de curar o físico também — ou seja, obter a cura física.

Quando você sofre algum trauma, como sofri quando meu filho faleceu repentinamente aos 14 anos de idade”, explica Honor, “você começa a sentir que o melhor que se pode fazer é esperar por alguma maneira de se adaptar ao problema — encontrar forças somente para sobreviver ao 'ataque' comum dos sentimentos de culpa e remorso, assim como a tendência de culpar a Deus, além dos argumentos desesperadores: “Se tivesse feito isto.” “Se tivesse feito aquilo.” “Por que isso teve de acontecer justo comigo? Por que agora?”

Mas, Ciência e Saúde explica que a morte não é a realidade de Deus e confirma que Deus nunca nos castiga. Ainda nos assegura que não precisamos sentir culpa por alguma coisa teológica e irreversível. Esses conceitos finalmente me pareceram corretos", disse Honor. "Não foi fácil, e levou um pouco de tempo, mas eu não tive de carregar a culpa. Pude dizer honestamente que estava curada da culpa. Pensava freqüentemente nas palavras de Jesus. Ele não disse: "...tende bom ânimo, eu estou me adaptando ao mundo." Ele disse: "...tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João. 16:33).

"Há ocasiões em que todos nós, inclusive os praticistas da Christian Science, reconhecemos e conseguimos entender que, até certo ponto, tudo o que obtivemos foi uma adaptação — assim como um médico que perdeu um paciente se sente satisfeito ao ver indícios de melhora de caráter ou de relacionamento dentro da família sofrida. Com certeza, muita coisa boa pode vir com tudo isso. Mas, na Christian Science a meta é diferente. A perspectiva é de que ocorra o tratamento completo — a cura — não apenas um tipo de controle da dor. Falamos sobre a cura da dor. A cobrança é maior, mais ampla e mais intensa do que somente a adaptação ou reconciliação. Manter essas perspectivas elevadas é importante na prática da cura."

Bill Hill, marido de Honor acredita que nada no mundo atual poderia ser mais importante do que curar. Disse: "gosto de pensar no método de cura como um aprender, ouvir e responder ao que Deus está nos levando a pensar, especialmente sobre tudo aquilo que ocorre em nossa experiência. Honor e eu testemunhamos muitas curas durante todos esses anos, só por meio da oração", conta Bill. "Elas incluem doenças do coração, falência empresarial, glaucoma infantil congênito, câncer de mama, depressão, vista cansada e ossos quebrados."

Wallace Hawley é outro cristão interessado em cura. Ele é corretor da bolsa de valores e freqüenta regularmente uma igreja presbiteriana que oferece cultos de cura todas as semanas, principalmente, diz ele, porque os membros são totalmente voltados para a oração — e a "oração conduz a tudo que é essencial à vida. Se pensarmos na igreja do Primeiro Século, especialmente nos Atos dos Apóstolos narrados na Bíblia, encontramos muitas curas", ele continua. "A vida girava em torno da cura. Na nossa igreja, assim como em muitas outras, estamos ampliando a definição de cura ao não limitá-la ao tratamento médico.

No meu caso, a cura mais significativa não foi realizada por meio da oração de petição: 'Senhor, eu tenho este problema. Por favor, corrija-o'. Ao invés disso, fui conduzido pela oração a alterar o enfoque do meu coração e mente para fazer a obra de Deus, não a minha. Concluí que, se Deus podia fazer por mim o que fez quando eu ainda não O conhecia, imagine o quanto Ele poderia me ajudar e guiar, se eu O procurasse e orasse. Aquilo realmente me ajudou a compreender que o propósito de Deus para mim era que servisse os outros e a Ele, não a mim mesmo. Isso não é uma cura?"

Para Frances Blaisdell, que fez carreira em Nova Iorque antes de dar aula de flauta na Universidade de Stanford, na Califórnia, a cura sempre foi parte fundamental na sua vida como Cientista Cristã. "Antes de me levantar da cama pela manhã", ela diz: "coloco-me nas mãos de Deus e sigo em frente."

Ela relembra a época em que estava tocando na Orquestra do Balé da Cidade de Nova Iorque, com oito apresentações por semana. "O repertório exigia grande habilidade, uma vez que era constituído por obras musicais de difícil execução. Um dos programas incluía 'After-noon of a Faun' (Tarde de um Fauno), de Debussy, peça que começa com um solo de flauta que exige muito colorido, nuances e grande controle. Certa manhã, quando acordei, havia uma bolha no meio do meu lábio inferior, algo terrível para uma flautista. Ninguém na orquestra havia ensaiado aquele solo. Eu era a Primeira Flauta. Tinha de tocar!

Pedi a um praticista da Christian Science que orasse comigo. Conversamos por alguns minutos. Então, ele me disse: 'Você acredita que Deus pode curar isso?' Respondi: 'É claro, por quê?' Ele disse: 'Então, vá em frente. Você tem direito a tocar o solo esta tarde.' Quando chegou minha hora de tocar, apenas, coloquei a flauta naquele lábio problemático, confiante de que estava curado, e toquei. No final, o maestro me disse: 'Você sabia que esta foi uma de suas melhores atuações do Fauno?' Aquela cura me ensinou a confiar plenamente em Deus", conta Frances. "Gostei muito da simplicidade da afirmação daquele praticista. Entrei lá com confiança e sem medo."

Justin Marples, administrador sênior da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, diz: "Para mim, a cura acontece quando adquirimos a compreensão da perfeição do ser de Deus. Isso nunca é alcançado buscando soluções na materialidade. Deve-se olhar para as verdades espirituais. Os dois (materialidade e espiritualidade) não trabalham juntos."

Justin admite que essa mudança de atitude possa causar um pouco de confusão porque, para a maioria das pessoas, as evidências do pecado, da doença e da morte, a cada minuto do dia, são convincentes. Mas, ele diz que a Bíblia mostra como a mudança de consciência pode resultar em uma experiência surpreendente — podendo ser chamada de cura. Cita o exemplo do apóstolo Paulo na Bíblia. "Ele deu uma guinada de 180°. Provavelmente, estava convencido de que era correto perseguir os cristãos, pois estava cumprindo a sua função no trabalho. Então, o surgimento de algo novo — muito além do pensamento restrito de quando seu nome era Saulo — o levou a uma direção diferente. Veja os resultados. Ele se tornou capaz de curar outras pessoas! Simples matemática. Quando, de repente, compreendo que cinco mais cinco é igual a dez, não posso regredir e pensar que talvez seja um pouco menos ou um pouco mais. Deve haver consistência absoluta. Esse princípio básico dá consistência a todas as fórmulas e cálculos da matemática. Portanto, se posso usar esse princípio, posso adquirir o todo. Igualmente na metafísica, ao comprovar que a matéria não é real, eu me posiciono no caminho espiritual em que posso confiar constantemente. Não posso voltar atrás."

Heloísa Rivas, nascida no Brasil, passou a maior parte de sua vida adulta nos Estados Unidos. Reside em Boston, onde é praticista da Christian Science há mais de 20 anos. Ela também viaja bastante e faz conferências sobre a cura espiritual, está familiarizada com diferentes culturas e fala seis idiomas.

"Encontrei um denominador comum em todos os lugares que visitei", ela diz. "As pessoas têm as mesmas aspirações". A maioria está buscando saúde, estabilidade social, relacionamentos harmoniosos, segurança financeira, educação e perspectiva de um futuro feliz para seus filhos.

"Percebi que a distância não podia prejudicar minha paz mental e saúde" Heloísa Rivas

A cura na Christian Science vai além da manutenção de uma boa saúde ou de apenas obter o que se deseja," diz Heloísa, "pois o ajuda a compreender a Deus. Penso que, quando você aprende a sentir a realidade espiritual da presença divina e a confiar no fato de que Deus é o Princípio que governa todo o universo, você encontra os ajustes favoráveis com relação à saúde, segurança, mudança de caráter e demais aspectos da vida. Cultura, raça ou idioma não fazem diferença nesse bem universal e espiritual, ao qual todos podem recorrer, sem levar em conta onde estão ou qual a tradição religiosa que professam."

Heloísa se lembra de quando ficou muito doente durante uma viagem ao Alasca. Ela ficou confinada em um hotel, sentindo-se desesperadamente só e longe de tudo a que estava acostumada, principalmente de sua confortável casa (naquela época ela morava em Miami). Enquanto orava, de repente, lhe veio o pensamento: "Longe de quê?" Então, compreendeu que nunca poderia estar longe da presença de Deus.

"Depois disso, percebi que a distância não poderia prejudicar minha paz mental e saúde. Comecei a me sentir menos solitária e com forças. Meu apetite voltou e me senti bem. Pedi uma refeição e, para minha surpresa, o garçom era brasileiro! Após ter conversado com ele em português, meu isolamento e solidão desvaneceram. No dia seguinte, dirigi durante oito horas sem sentir nenhum desconforto. Aquela cura me mostrou que a realidade espiritual da presença de Deus é universal. Você pode sentir isso em qualquer lugar, a qualquer hora."

Jillie Periton mora em Hampton Court, próximo de Londres. Ela nos conta: "Acredito que a pureza e espiritualidade inata das pessoas está borbulhando para vir à tona. É aí que acontece a cura — e a razão pela qual ela acontece. Para mim, nenhum tipo de doença é natural. É um elemento do pensamento humano. Quando as pessoas tomam uma posição contra a doença, exigindo respostas espirituais, o verdadeiro estado espiritual delas toma forma em ação visível." O pai de Jillie, que era médico, disse-lhe que mais de 60 anos de profissão tinham lhe mostrado que o tratamento médico era limitado. "Em última análise, o futuro pertence à cura espiritual", disse ele. Afirmou que o melhor que havia lido sobre fisiologia estava no capítulo de Ciência e Saúde com esse título.

"Para mim, a cura acontece quando adquirimos a compreensão da perfeição do ser de Deus." Justin Marples

"Na verdade", diz Jillie, "Ciência e Saúde foi o livro que me conduziu à cura de colite (inflamação do cólon). Tal problema havia me deixado debilitada e confinada a uma cama. Levou quatro anos para eu entender sobre o que tratava o livro, mas finalmente a visão espiritual sobre mim mesma prevaleceu. Comecei a ver que eu era muito mais do que carne e ossos. Eu era uma idéia espiritual de Deus. À medida que essa percepção cresceu, os sintomas físicos desapareceram e fui curada."

Essa amostra de experiências de cura na vida de pessoas de diferentes formações e países confirma a convicção de Mary Baker Eddy de que "o reino e o governo da harmonia universal ... não pode ser perdido nem pode permanecer para sempre invisível" (Ciência e Saúde, P. 208). Mostram também que, por causa do pioneiro trabalho dela, a cura foi naturalmente "reduzida a um sistema, a uma forma compreensível e adaptável ao pensamento da época em que vivemos. Esse sistema habilita o aluno a demonstrar tanto o Princípio divino, no qual estavam baseadas as curas de Jesus, como as regras sagradas para a aplicação atual desse sistema à cura da doença" (ibid., P. 146-147).

Graças a meus pais e a outros como eles, sei muito bem que praticistas da Christian Science estão à frente do caminho para a compreensão desse sistema de cura. Mas, também sei que o poder de cura do Cristo — descrito pela Sra. Eddy como a "divindade do homem Jesus" (Ciência e Saúde, P. 26) — está ao alcance de todos. Basta uma oração.

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