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REFLEXÃO

Como vencer o medo e o terror

Da edição de julho de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Um garotinho vem saltitante pela calçada, acompanhado de sua mãe, e leva um tombo. A mãe faz várias coisas ao mesmo tempo: levanta-o do chão, dá-lhe um abraço, limpa-lhe as roupas, arruma-lhe o cabelo, enxuga-lhe as lágrimas e diz que está tudo bem. Sorrindo com tranqüilidade, lhe dá a mão e ordena que continue andando.

Todos nós, vez ou outra, já vimos uma cena como essa. Contudo, esse pequeno incidente que me veio ao pensamento certa vez enquanto orava, tem me ensinado grandes lições de como vencer o medo, até mesmo o pânico ou o terror.

Coloquemos Deus no lugar da mãe. Existe autoridade bíblica para considerarmos Deus como a Mãe divina e em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy define o termo Mãe como Deus (ver p. 592).

Cada um de nós é o filho querido aos cuidados dessa Mãe.

Um estado de temor é desorientador, como o do garotinho que, de repente, se acha caído na calçada, ao invés de em pé e andando. Quando estamos desorientados, acreditamos erroneamente que temos de fazer algo para sair do estado de temor, quer o medo pareça ser justificado por certos acontecimentos ou infligido em nós sem nenhuma razão aparente. Mas, na verdade, como no incidente acima descrito, o garotinho não fez nada a não ser obedecer; a mãe é que foi a parte ativa.

Semelhantemente, quando estamos imersos no medo, o que realmente precisamos é observar mais atentamente e aceitar o que a Mãe está fazendo, isto é, nosso Pai-Mãe, Deus. Não precisamos ajudar a nós mesmos. Deus é o auxiliador, o libertador e Ele sempre nos resgatará, quer nos sintamos desnorteados ou completamente aterrorizados.

No exemplo acima, a mãe faz quatro coisas. Ela consola, corrige, convence e comanda. Cada uma dessas ações é necessária para eliminarmos completamente o medo e é Deus quem nos provê de todas elas.

Deus consola

Deus é a eterna presença amorosa e estamos constantemente envoltos em Seu amor. Na Bíblia, a relação de Deus com Seus filhos é descrita desta forma: “A sua mão esquerda está debaixo da minha cabeça, e a direita me abraça” (Cântico dos Cânticos 2:6). A ternura consoladora, ou seja, a maneira como a mãe abraça o filho, ilustra esse elo abençoado e inquebrantável, que não pode ser perturbado. O filho necessita apenas ser receptivo a esse amor totalmente puro e se volver à Mãe, a fim de receber a consolação e afeição divinas.

A história bíblica de Hagar nos mostra como o consolo de Deus funciona. Expulsa de sua casa com seu filho, achou-se no deserto sem água. Temendo pela vida do menino, desesperada, ela chorou. Então, apareceu um anjo dizendo-lhe que não tivesse medo: “...porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está” (Gênesis 21:17).

Em seguida, Hagar percebeu que havia um poço com água perto dela. Seu medo e suas lágrimas a haviam impedido de ver a resposta ali mesmo, no lugar onde se encontrava. A calma mensagem angelical de confiança permitiu que ela percebesse que seus temores eram infundados e, como resultado, ela e seu filho foram salvos. As mensagens consoladoras de Deus também pairam ao nosso redor. Quer seja em um local cheio de medo e hostilidade, ou mesmo onde tenha ocorrido uma explosão, é impossível estarmos fora do alcance dos braços de Deus.

Quer seja em um local cheio de medo e hostilidade, ou mesmo onde tenha ocorrido uma explosão, é impossível estarmos fora do alcance dos braços de Deus.

Deus corrige

Pensamentos de medo são pensamentos errôneos e a palavra corretiva de Deus, substituindo crenças de medo pelas verdades espirituais, repete-se por toda a Bíblia e diz que não precisamos ter medo. Existem mais de sessenta passagens bíblicas que dizem explicitamente “Não temas”; mais de vinte que dizem “Não tenhas medo”; e muitas outras exprimem, de várias formas, a mesma atitude.

Por que não precisamos ter medo? Porque Deus é Tudo e está acima de tudo. Deus está presente e Sua presença exclui o mal. Exatamente onde o medo aparece e o terrorismo ameaça, está o Amor, restabelecendo a paz em nossos corações. Afirmações como esta em Isaías, proporcionam uma boa razão para permanecermos serenos: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10). É natural confiarmos em tal promessa e amor, porque são reais. O contexto dessa declaração não está atrelado a um período de tempo, mas é permanente, confiável e eterno.

Deus convence

“O pensamento cristão sem preconceito é o que mais depressa é penetrado pela Verdade [Deus] e dela se convence”, escreveu Mary Baker Eddy no Prefácio de seu livro Ciência e Saúde, (p. x).

Como podemos nos sentir convencidos do poder do bem, quando estamos tremendo de medo? Esse poder tem de ser convincente. Quando enfrentamos o medo, precisamos manter uma atitude mental livre dos preconceitos do pensamento mortal e erroneamente instruído. Para sermos prontamente tocados pela Verdade, é preciso ser como uma criança, confiante e humilde diante do mal, a fim de admitir que, embora ele pareça real, Deus é, na verdade, Tudo. Com a força de Deus, podemos superar o medo.

Se o medo se manifestar como uma dificuldade física, é útil compararmos o corpo a um veleiro. Ninguém entra em um veleiro para deixar que o vento e as correntes assumam o controle. O marinheiro tem o controle da vela e usa o leme de direção para conduzir o veleiro em seu curso. Portanto, ao lidar com o corpo, que é dirigido pelo pensamento, podemos recorrer a Deus para termos pensamentos saudáveis e mantêlos em um curso seguro. Mesmo quando enfrentamos situações ou pensamentos ameaçadores, podemos conduzir o pensamento em direção à cura, volvendo-nos a Deus como Princípio divino para um senso de ordem espiritual e de saúde. Deus está ali mesmo onde o mal parece estar. A humildade nos capacita a reconhecer que, embora talvez acreditemos que estamos com medo, Deus nos dotou com o sentido espiritual para reconhecer o bem acima de tudo, sempre .

Se o medo se manifestar como uma dificuldade física, é útil compararmos o corpo a um veleiro.

... podemos recorrer a Deus para termos pensamentos saudáveis e mantê-los em um curso seguro.

Quando o medo se apresenta como um ataque à nossa paz mental, é bom tratá-lo como um invasor, uma imposição, e não considerá-lo como um pensamento legítimo. Às vezes, a fim de expulsar as sugestões mentais agressivas que parecem “penetrar” no pensamento, as repreendo até mesmo em voz alta. Jesus fazia isso. Podemos imitar seus métodos e ver os resultados.

Quando enfrentamos o terrorismo, começar com o firme fundamento de que Deus é o Pai-Mãe universal, coloca a todos nós em uma família universal, unidos pelo Amor divino para amar, não para temer. Cada um é governado pelo mesmo Pai celestial e afirmar esse fato espiritual nos unifica. Isso protege o suposto terrorista, que age movido pelo medo, e a suposta vítima que está reagindo ao medo. “Com um só Pai, isto é, Deus, toda a família humana consistiria de irmãos ...” (Ciência e Saúde, pp. 469-470).

O pensamento que está realmente convicto de que Deus é todo o poder, torna-se inabalável e equipado para derrotar o medo de qualquer espécie. A Sra. Eddy se referiu à consciência do Cristo como uma influência divina. Alinhados com a Verdade influente, ou Deus, temos autoridade. Ao invés de tremermos diante das ameaças do mal, constatamos que os erros realmente se retraem e se enfraquecem quando contestados. Não existe nenhuma substância no mal. Ele é apenas um termo que se refere à ausência de Deus. À luz do que é realmente verdadeiro, ou seja, de que o Espírito é tudo e o mal é o nada, os desafios se transformam em oportunidades de testemunhar a força e o poder do amor de Deus.

A mensagem do Cristo é a mensagem de Deus, que não conhece nenhum medo e é o amor governante de Deus conosco. A autoridade completa de Deus é enfatizada em Ciência e Saúde nesta afirmação: “O medo nunca fez parar o ser e sua ação” (p. 151). Não resta nenhuma dúvida aqui com relação à totalidade e à eterna presença do governo de Deus.

O pensamento que está realmente convicto de que Deus é todo o poder, tornase inabalável e equipado para derrotar o medo de qualquer espécie.

Deus comanda

Voltando à metáfora da mãe com o filho, parte da resposta do garotinho é a obediência. Quando a mãe diz: “ Você está bem” e o garotinho pára de chorar, ele está, na verdade, concordando. Quando o Mestre disse: “Não deixeis que se turbe o vosso coração, nem deixeis que ele se atemorize” (João 14:27, conforme versão King James), ele antes havia conversado com os discípulos sobre obediência. É uma declaração confortadora, mas existe uma condição implícita no uso da palavra deixar. De certa forma, o medo pode ser visto como sendo uma indulgência dos sentidos materiais. A meu ver, o Mestre está ensinando que não precisamos dar poder ao medo, por mais paralisante que ele possa parecer, pois temos sobre ele o domínio que Deus nos deu.

Podemos enfrentar o medo e qualquer tipo de terrorismo porque estamos sempre com Deus e Ele conosco. Nada pode nos tirar dos braços do Amor ou nos desviar das promessas de proteção e segurança da Verdade. Não precisamos nos intimidar pelo medo, porque nossa Mãe divina jamais deixa de nos consolar, corrigir, convencer e comandar para que continuemos a caminhar corajosamente e cheios de alegria.

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