Tomei conhecimento da Christian Science quando havia me cansado de ir à igreja. Achava que, embora orasse, Deus não me atendia. Disse a mim mesmo que iria orar a Deus pela última vez. Entrei em meu quarto e me dirigi a Deus da mesma forma que falaria com uma pessoa. Disse: “Se em cinco dias você não me responder, estará tudo acabado”. Acho que pedi sapatos ou uma camisa. Continuei: “Pararei de orar e governarei minha própria vida porque é óbvio que não existe nenhum Deus”.
Depois de orar, levantei-me para sair do quarto, mas resolvi voltar. Vi uma Bíblia que um primo havia deixado sobre a mesa. Era a versão “Jerusalém” da Bíblia. Decidi abri-la pela última vez e vi o livro da profetiza Judite, que não está incluído na versão francesa Luís II, da Bíblia. Falei comigo mesmo: “Bem, apenas lerei a história”. Quando a li, compreendi que o povo de Israel fizera a mesma coisa que eu estava fazendo. Quando estavam sitiados pelos Assírios, eles haviam dito a Deus que, se Ele não lhes enviasse chuva em exatamente cinco dias, eles iriam deixar que o inimigo entrasse e destruísse o templo. Aquilo realmente me impressionou e, de repente, senti que havia uma presença comigo, que Deus estava ali.
Durante os cinco dias seguintes, não recebi o que pedira, mas um amigo me deu um livro que me mostrou, pela primeira vez, a idéia de que a oração segue certas regras. O livro era fundamentado em versículos bíblicos que diziam que podemos remover montanhas pela fé. Comecei a orar a partir daquela premissa e vi alguns resultados. Contudo, não conseguia compreender muito bem os conceitos. Durante esse período de questionamento, conversava constantemente com amigos sobre esse assunto, e um Cientista Cristão nos deu alguns exemplares do Arauto da Christian Science em francês, dizendo: “Quando terminarem de ler, passem essas revistas para o Joseph, seu amigo que está fazendo muitas perguntas”.
Quando li o Arauto pela primeira vez, percebi que aquelas pessoas deveriam ter o conhecimento que eu estava procurando. Entretanto, não sabia como encontrá-lo. Vi que elas recomendavam um livro, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, que podia ser encomendado em Boston, Estados Unidos. Orei e pensei em como poderia obter o livro. Foi então que, um mês mais tarde, conheci uma pessoa que tinha um panfleto da Christian Science, que me atraiu bastante. Perguntei àquela pessoa onde havia conseguido o panfleto e ela me falou sobre a Sala de Leitura da Christian Science em nossa cidade. Quando cheguei lá, vi dez exemplares de Ciência e Saúde expostos. Foi assim que tomei conhecimento da Christian Science e do livro Ciência e Saúde.
Perguntei à pessoa que trabalhava ali, o que ele achava essencial no livro. Ele me mostrou a página 259, onde diz que existe um Deus perfeito e que o homem, criado à Sua imagem, é perfeito. Esse trecho ajudou-me, mais tarde, quando contraí malária.
No início, quando comecei a ler Ciência e Saúde, tive algumas curas. Por exemplo, quando tinha dor de cabeça, dizia para mim mesmo: “Posso tentar aplicar o que li nesse livro para ver se consigo resultados”. Desde a infância, sofria muito com dores de cabeça. Mas, com a Christian Science, ao invés de tomar um analgésico quando tinha dor de cabeça, eu orava para saber que existe um Deus perfeito, que sou Sua imagem e não tenho uma mente separada de Deus. Portanto, para que eu tivesse uma dor de cabeça, seria necessário que Deus tivesse uma dor de cabeça, primeiro.
Sempre que me sentia doente, orava dessa maneira e a enfermidade ou dor desaparecia. Contudo, freqüentemente me perguntava: “Se eu tiver uma doença muito mais grave do que uma dor de cabeça, serei capaz de me ater ao que tenho lido em Ciência e Saúde? Dois anos mais tarde, em 1993, descobri que sim.
Tive os sintomas de malária, com terríveis dores de cabeça e na espinha. Acompanhei meu sobrinho ao médico, porque ele também estava apresentando os mesmos sintomas. Depois do exame, o médico lhe disse que estava com malária. Pedi, então, que a enfermeira me examinasse e foi constatado que eu apresentava trofozoóides no sangue, o que significava que também tinha malária. Disse para mim mesmo: “Meu Deus! Essa é uma doença bastante grave”. Estava acostumado a ver que as pessoas tinham de injetar quinino em seus músculos para serem curados de malária. Pensei: “Se por um lado, trabalho a partir de uma nova premissa, por outro, sob um ponto de vista médico, a doença significa a minha morte, se eu não a tratar com remédios. Talvez, eu devesse compartilhar o caso com alguém pois, se eu morresse, essa pessoa poderia testemunhar que eu havia colocado minha confiança na Christian Science e que não funcionara”.
Fui ver um amigo que era Cientista Cristão. Eu estava manifestando todos os sintomas de malária. Ele prometeu me apoiar em oração. Quando cheguei em casa, descobri que meu primo (que vivia comigo) havia comprado as injeções de quinino que haviam sido receitadas para mim, mas joguei todas elas atrás do armário. A primeira coisa que disse para mim mesmo foi que eu iria ler de novo todos os trechos que havia sublinhado em Ciência e Saúde, para ser confortado e encontrar paz. Foi isso que fiz durante alguns dias. Contudo, no quarto dia, eu me senti muito mal. Esse foi o ponto decisivo. Sentia dores atrozes e, para piorar, um parente veio me visitar para dizer que um primo, que tinha a mesma doença e havia sido hospitalizado, acabara de falecer. Quase entrei em pânico, mas uma confiança profunda que adquiri por meio da compreensão da Christian Science, acalmou-me. Os sintomas pioraram na quintafeira. Não conseguia sequer ficar em pé para apanhar Ciência e Saúde, mas me comprometi a aplicar o que aprendera.
Enquanto estava deitado na cama, perguntei-me quem estava em processo de sofrimento naquele momento. Levando em conta o que lera em Ciência e Saúde, comecei a responder: “Eu sou um ser espiritual, criado à imagem de Deus. Não sou um ser material, mortal, portanto, não posso estar sofrendo nessa cama. Visto que sou a imagem de Deus, não posso estar doente. Para que eu sofresse, seria necessário que Deus sofresse primeiro. Portanto, não sou um mortal que está na cama sofrendo. Sou a imagem de Deus”. De repente, todos os sintomas desapareceram. A dor de cabeça parou; e me levantei da cama, às duas horas da manhã.
Na manhã seguinte, carreguei um grande balde para me lavar, porque apanhávamos água de uma torneira. Éramos inquilinos em uma casa onde moravam muitas pessoas e elas ficaram surpresas ao verem que a pessoa frágil, que haviam visto na cama no dia anterior, podia carregar um balde cheio de água. Ouvi seus comentários.
Em meu país, a malária é uma doença que parece estar em toda parte. Sinto-me livre dessa perspectiva, completamente acima dela.
Essa cura aconteceu há dez anos e nunca mais apresentei nenhum sintoma. A cura foi tão surpreendente para as pessoas, que meus amigos diziam: “Ouça, talvez seja um tipo de cura psicológica e os germes ainda estejam presentes. Você tem certeza? Você precisa ser examinado”. Devido à insistência deles, fomos até uma enfermaria e eles contaram ao enfermeiro que acompanhavam um amigo que estivera doente e desejavam uma confirmação de que estava curado. Pediram que ele me fizesse um exame de malária. O enfermeiro colheu meu sangue e pediu que voltássemos em 30 minutos.
Quando retornamos, ele nos disse que levaria mais 30 minutos. Finalmente, quando voltamos pela segunda vez, ele disse que não estava entendendo nada: “Vocês me dizem que ele está doente, mas o exame não mostra nada. Não há nada aqui, não há nada de errado com ele. Ele está bem”. Eu disse aos meus amigos: “Vejam, não é psicológico. Não existe nenhum trofozoóide em meu sangue”.
Em meu país, a malária é uma doença que parece estar em toda parte. Sinto-me livre dessa perspectiva, completamente acima dela. Acho que, se não tivesse conhecido a Christian Science, seria como as pessoas que ainda hoje vêem a malária como um fantasma. O que a Christian Science fez por mim foi extraordinário, pois me elevou a um ponto de vista muito diferente do que eu tinha anteriormente sobre essa doença. Essa e todas as doenças não me assustam mais. Meu relacionamento com Deus permitiu que me libertasse completamente daquele medo.
