Como a Sociedade Bíblica do Brasil elegeu 2008 como o “Ano da Bíblia”, O Arauto publicará, durante o ano, artigos que mostram como os ensinamentos bíblicos podem ajudar, de forma prática, o dia-a-dia de todos.
Durante uma determinada época do período escolar, nas séries iniciais, eu tinha um desempenho satisfatório em Matemática e não gostava da matéria. Então, comecei a fazer aulas extracurriculares para evitar problemas nas séries seguintes. O professor era excelente; rigoroso, exigia disciplina e muito trabalho. Em pouco tempo, minhas notas começaram a melhorar significativamente e ainda ajudava os colegas que precisavam aumentar suas notas na disciplina. Passei a gostar da matéria. Ficou muito claro para mim que eu não gostava de Matemática porque não a entendia. O fato de eu não compreender, gerava resistência de minha parte para o aprendizado. Mas, por fim, descobri a beleza daquela ciência exata que, de forma tão efetiva, resolvia problemas simples ou complexos.
Paralelamente a essa transformação, comecei a freqüentar a Escola Dominical da Ciência Cristã. Lá, estudávamos as histórias bíblicas sob um prisma diferente e prático. Eu tinha certa resistência a ler a Bíblia, mas aprender sobre a aplicabilidade de suas idéias nas situações diárias, incentivou-me a estudá-la.
Ganhei minha primeira Bíblia de uma professora de Escola Dominical e a guardo até hoje, com muito amor. Comecei, então, a lê-la, fato que me levou a perceber que a resistência a estudá-la provinha da minha falta de entendimento sobre ela.
Adquiri a firme convicção de que estudar a Bíblia faria toda a diferença. Lembrei-me de que Mary Baker Eddy se voltou para as Sagradas Escrituras e, mesmo após ter sido desenganada pelo médico local, foi imediatamente curada das seqüelas de um acidente que a deixara paralisada, após ler a cura de um paralítico (ver Mateus 9). A partir dessa época, Eddy se dedicou a examinar minuciosamente as Escrituras e descobriu as leis espirituais existentes na palavra inspirada da Bíblia. Leis do bem que trazem a cura a todos aqueles que desejam aplicá-las no dia-a-dia.
Mary Baker Eddy chamou sua descoberta de Ciência Cristã e escreveu Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, um livro que realmente é a chave para entendimento metafísico das Escrituras.
Quanto mais se entende a Bíblia, melhor se demonstra o bem, conforme consta de Apocalipse: “... Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a Chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá: Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar...” (Apocalipse 3:7, 8).
O estudo da Bíblia à luz de Ciência e Saúde traz a compreensão espiritual que permite perceber Deus como Amor que tudo pode, tudo cria, constitui e governa.
Pude comprovar que a Ciência Cristã, por ter seus ensinamentos fundamentados na Bíblia, é o caminho para entendê-la.
Certa vez, em uma quarta-feira à noite, fui com uns amigos ao Maracanã assistir à final do campeonato estadual de futebol do Rio de Janeiro. Ao término do jogo, após me despedir de meus amigos, não conseguia pegar um ônibus de volta para casa, pois todos desviavam de seu percurso para evitar o tumulto perto do estádio. Fiquei assustada, pois estava ficando tarde e os ônibus logo parariam de circular.
Então, lembrei-me da história bíblica de Daniel na cova dos leões. Daniel era um dos três ministros do rei Dario e se destacava pelas qualidades que expressava. Provavelmente movidos por inveja, os outros dois presidentes convenceram o rei a estabelecer um decreto que lançaria na cova dos leões qualquer homem que, no período de trinta dias, fizesse petição a outros deuses ou a alguém que não fosse o rei. Eles sabiam que Daniel se punha de joelhos três vezes ao dia para orar a Deus e que, por isso, seria condenado e lançado na cova dos leões.
Mesmo contra sua vontade, o rei sentiu-se obrigado a condenar Daniel à cova dos leões, pois, segundo a lei da época, não era possível anular um decreto estabelecido anteriormente.
No dia seguinte, Dario foi à cova, chamou por Daniel, e, com voz triste, perguntou se o Deus a quem Daniel servia continuamente o havia livrado dos leões. Para a alegria do rei, Daniel respondeu que Deus enviara um anjo para fechar a boca dos leões. Ele não havia sofrido dano algum (ver Daniel 6:1-23).
Ponderei sobre quem (ou o que) desempenhava o papel dos leões, que naquele momento me ameaçavam. Entendi que era o medo, a falsa percepção de insegurança que me fazia sentir indefesa e desprotegida no meio daquela confusão. Contudo, dei-me conta de que Daniel não teve esses pensamentos que me afligiam, mas sim uma percepção inabalável do eterno cuidado e proteçāo que Deus dá. Esse raciocínio inspirado pode ser aplicado por todos, em qualquer momento, pois a Verdade, Deus, é imutável, eterna e “fecha a boca de leões”, tais como a discórdia, o medo e a tristeza, trazendo a harmonia à luz. Apoiei-me nesse pensamento. Acalmei-me prontamente e senti que os anjos de Deus haviam fechado a boca daqueles “leões” que me atormentavam, ou seja, o medo e a ansiedade haviam se desvanecido.
Em menos de 10 minutos, um conhecido que havia trabalhado comigo passou de carro. Ele parou e me ofereceu uma carona até minha casa. Fiquei muito grata por sua gentileza e solicitude, pois eu morava bem longe dali e não nos dávamos muito bem, quando trabalhávamos juntos. Essa foi uma oportunidade para “fechar a boca de mais um leão” e anular desavenças.
Esse é um exemplo simples de como é possível aplicar os ensinamentos da Bíblia. A mesma lei espiritual que agiu nos relatos bíblicos, atua hoje e está disponível a todos.
Pela leitura contínua da Bíblia, descobri a beleza da Ciência Cristã, que de forma tão efetiva, leva a todos os que a estudam a achar uma solução para as “equações da vida”, sejam elas de ordem afetiva, financeira, física ou de segurança.
O fato de eu ter persistido em estudar a Bíblia, mesmo quando achava a leitura difícil e complicada, levou-me a amar seus ensinamentos, habilitou-me a vencer os desafios e transformou minha vida. É maravilhoso comprovar que o poder curativo das Escrituras está sempre à mão e nunca falha.
