Uma pequena aldeia no Oriente Médio há dois mil anos. Algo que dificilmente seria notado em circunstâncias normais tinha acabado de ocorrer. Contudo, nesse caso, anjos anunciaram o evento. Os pastores mais humildes, com seus rebanhos no campo, ouviram as boas-novas. Dignitários, homens sábios, viajaram grandes distâncias para oferecer presentes especiais como sinal de respeito e reverência.
Na verdade, neste evento singular, uma promessa divina se realiza; uma grande bênção é concedida à humanidade. Uma mulher humilde chamada Maria, dá à luz a um filho, Jesus. O mundo nunca mais seria o mesmo.
Entretanto, tudo isso ocorreu em um período muito distante da história. Será que o Natal ainda tem alguma relevância nos dias de hoje?
Poderíamos argumentar que seguramente tem uma grande relevância comercial. Muitos lojistas na sociedade ocidental compartilham a opinião de que o ponto mais importante do negócio depende do bom desempenho das vendas durante as festas natalinas.
Na verdade, o mais valioso para muitas pessoas, é que a celebração do Natal continua considerada uma tradição religiosa. É uma ocasião em que elas dizem freqüentemente que se sentem um pouco mais altruístas e mais solícitas umas com as outras. Vivenciam um toque de alegria e de paz que parece fazer muita falta durante vários meses do ano.
Junto com a importante dimensão moral da época natalina, existem também lições metafísicas profundas associadas com chegada de Jesus a Belém, há muitos séculos. Além disso, é essa dimensão espiritual que aponta para o que realmente torna o Natal relevante nos dias de hoje.
A Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, falou sobre essa dimensão espiritual em uma mensagem que escreveu justamente quando o século XX ainda estava despontando. Ela observou: “Mais uma vez o amado Natal está aqui, repleto de bênçãos divinas e coroado com as mais claras lembranças da história humana — o advento terreno e a natividade de nosso Senhor e Mestre...”
“...Hoje o Cristo é, mais do que nunca, 'o caminho, a verdade e a vida', — 'que vinda ao mundo, ilumina a todo homem', curando toda mágoa, doença e pecado. Nosso coração humildemente se ajoelha perante seu auspicioso Natal, que santifica o encerramento do século XIX. Possuímos a graça, o renovo e a cura que ele traz. Nesta hora imortal, todo ódio humano, todo orgulho, toda ganância e luxúria, deveriam inclinar-se e declarar o poder de Cristo, sendo que o reinado da divina Verdade e Vida deveria tornar puro e abençoado o ser do homem” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos] pp. 256–257).
Com o nascimento de Jesus, o reconhecimento do Cristo sanador se tornou inegavelmente tangível para a humanidade. O Cristo é de fato a atividade eterna da Verdade divina que chega até nós com a mensagem da graça de Deus para todos. O Cristo revela nossa natureza espiritual como o reflexo de Deus, a Mente infinita única. Jesus incorporou essa manifestação divina da natureza de Deus e demonstrou o poder de curar e salvar da Ciência do Cristo, que se estende para além do tempo e do espaço. Em sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy explicou: “Cristo exprime a natureza espiritual e eterna de Deus...” (p. 333).
Com o nascimento de Jesus, o reconhecimento do Cristo sanador se tornou inegavelmente tangível.
“O advento de Jesus de Nazaré marcou o primeiro século da era cristã, mas o Cristo não tem começo de anos nem fim de dias. Através de todas as gerações, tanto antes como depois da era cristã, o Cristo, como idéia espiritual — o reflexo de Deus — tem vindo com certa medida de poder e de graça a todos quantos estejam preparados para receber Cristo, a Verdade” (Ibidem, p. 333).
A luz do Cristo é extremamente necessária hoje em dia. Muitas vezes, parece haver certa escuridão em nosso mundo: famílias desfeitas pela violéncia doméstica, comunidades lutando contra um crescente aumento do uso de drogas e da criminalidade violenta, nações engajadas em conflitos armados, pessoas assoladas pela doença e pela pobreza. Contudo, eis que mais uma vez chega o Natal, um sinal da luz que jamais pode ser extinta. Uma luz divina, sanadora que “Vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (João 1:9), ou seja, todo homem, mulher e criança. Aos olhos de Deus, ninguém é indigno. Ninguém é excluído. Ninguém é desprezado.
Talvez esta época de Natal possa ser um momento em que nos dediquemos a nós mesmos para preparar nosso próprio coração para “receber o Cristo, a Verdade”, valorizar a majestade da Ciência do Cristo e como as leis de Deus se aplicam a todos os aspectos e situações humanas. Isso certamente responderia a todas as questões sobre a relevância do Natal nos dias de hoje.
