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Matéria de capa

Prepare sua manjedoura

Da edição de dezembro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Para inúmeras famílias, a alegria do Natal vai muito além do carinho e dos sorrisos entre as pessoas que gostam de se reunir nessa data.

Criados na Ciência Cristã e inspirados pela nossa mãe, meus irmãos e eu sentíamos a influência divina do Natal, a presença do Amor, ou Deus, de forma muito tangível. Mais do que celebrar o nascimento de Jesus, para nós era a promessa da cura espiritual para todos, ou seja, era a verdadeira missão do Cristo que tornava nossas reuniões significativas.

Contudo, logo após meu casamento e minha mudança para uma cidade longe de minha família, tive de descobrir um novo amor pelo Natal. Certa manhã, ao me sentir muito desanimada, ocorreu-me que um passeio de carro talvez ajudasse, mesmo que fosse pela cidade. À medida que dirigia, pedia a Deus uma resposta para preencher aquele vazio interior. Sabia que Seu amor é constante, mas me sentia muito triste. Portanto, parei o carro junto ao meio-fio e clamei: “Pai, o que não estou compreendendo? Eu só quero ficar junto da minha família”.

Logo o conceito de manjedoura passou a ter um significado especial para mim

Quase que imediatamente, como se uma voz falasse comigo, veio-me ao pensamento esta ordem: “Prepare sua manjedoura”. Então, pensei: “Você está brincando? Preparar minha manjedoura”?

Geralmente, sinto-me motivada e me regozijo com as mensagens de Deus, mas fiquei imaginando como essa idéia podia ser a resposta que precisava. Portanto, descartei-a. Porém, ela veio ao meu pensamento repetidas vezes: “Prepare sua manjedoura”.

Crescera em meio a celeiros e manjedouras, ou estábulos, portanto, a idéia de Jesus ter nascido em um estábulo, tendo uma manjedoura como berço, era-me muito nítida. Sempre me parecera surpreendente que o menino Jesus pudesse ter dormido em algo tão familiar para mim, simplesmente uma caixa de madeira que contém a comida dos animais, em um abrigo para o gado! Por isso, logo o conceito de manjedoura passou a ter um significado especial para mim.

Não poderia encher minha manjedoura com tristeza, uma vez que Deus já havia me concedido Sua paz e consolo

A Ciência Cristã havia me ensinado a pensar no Cristo sanador como a idéia divina de Deus, disponível a todos os Seus filhos. Havia vivenciado curas mediante o reconhecimento de que Deus já concedera a cada um de nós o que necessitamos. Também, havia compreendido que ninguém jamais ficaria de fora de Seu cuidado e suprimento.

Mesmo assim, naquela manhã, ao descer do carro e entrar em uma lanchonete na cidade, simplesmente desejava que aquela mensagem da manjedoura fosse embora, mas não foi. Aliás, ela continuou a vir ao meu pensamento. “A manjedoura”, compreendi então, era mais que uma caixa contendo alimentos para os animais, mais do que um lugar para abrigar o pequeno Cristo naquela noite, há milhares de anos.

Aos poucos, comecei a ver minha consciência, meu pensamento, como uma espécie de manjedoura, onde poderia abrigar as idéias de Deus. Exatamente naquele momento, ali mesmo na lanchonete, fui envolvida pelo mais puro sentimento de consolo. Compreendi que não poderia encher minha manjedoura com tristeza, uma vez que Deus já havia me concedido Sua paz e conforto.

Aos poucos, comecei a ver minha consciência, meu pensamento, como uma espécie de manjedoura, onde poderia abrigar as idéias de Deus.

Deus abraçava a nós dois

Aquela mensagem parecia dizer: “Esteja pronta para abrigar tudo quanto Deus provê”. À medida que raciocinava dessa maneira, o regozijo começou a me inundar. Então, notei um adolescente sentado sozinho em um canto da lanchonete. Ele parecia muito jovem, cansado, com frio e faminto. Perguntei se ele gostaria de comer algo.

Logo ele sentou-se comigo. Seu nome era Michael e me contou que tinha dificuldades em casa com seu padrasto, a perda de um irmão e problemas na escola. Ele estava triste e amedrontado. Ocasionalmente, mencionava o suicídio como uma solução para os problemas, pois ele não achava que estivesse correspondendo às expectativas que sua família tinha a seu respeito. Às vezes, seus sentimentos pareciam dominá-lo completamente.

Ficou claro para mim que Deus estava abraçando a nós dois. Nossa conversa não foi sobre tentar encontrar soluções humanas para aquele jovem. Esse tipo de raciocínio certamente não acabaria com minha tristeza e sabia também que não traria a ele consolo duradouro. Também não me cabia prover-lhe de conforto, uma vez que Deus, o próprio Amor, estava lá para nós dois.

Minha escuridão mental se desvaneceu

Ao me libertar do senso de responsabilidade pela felicidade de Michael, senti-me impelida a lhe dizer que nós dois podíamos confiar em Deus para cuidar de cada detalhe de nossa vida. Além disso, da mesma maneira que eu havia sentido o toque do amor de Deus assim que entrei naquela lanchonete, comecei a perceber a mudança em Michael. Era como se ele tivesse compreendido quando lhe disse que seu Pai-Mãe verdadeiramente o amava. Era evidente que esse fato espiritual tocava a ambos. Ainda posso visualizar o rosto de Michael se acalmando, a fisionomia se relaxando, até que ele deu um profundo suspiro. Conversamos a respeito de como sua identidade espiritual e hombridade come filho de Deus o supria de vigor e jamais o decepcionaria.

Tal como séculos atrás, em que a experiência da manjedoura do menino Jesus representou o jorrar do Amor divino a todas as pessoas, também Michael e eu sentimos seu poder sanador ali mesmo, na lanchonete. Minha escuridão mental havia se desvanecido. Eu estava cheia de alegria e, de repente, sentime em casa, na certeza da amorosa provisão de Deus para nós dois. Estava testemunhando a resposta às minhas orações e me sentindo segura de que ninguém jamais esteve fora do alcance do amor de Deus.

Michael e eu conversamos durante aproximadamente duas horas, embora parecessem minutos. Pelas suas respostas, parecia que ele estava receptivo a me ouvir falar sobre sua filiação espiritual como filho de Deus. Foi uma oportunidade doce e poderosa.

Tal como séculos atrás, em que a experiência da manjedoura do menino Jesus representou o jorrar do Amor divino a todas as pessoas, Michael e eu sentimos seu poder sanador ali mesmo, na lanchonete. Minha escuridão mental havia se desvanecido.

Sua mãe, padrasto e irmã correram para recebê-lo de braços abertos

Quando me ofereci para leválo de carro para casa, ele pediume que primeiro eu ligasse para sua mãe, apenas para ter certeza de que seus pais queriam que ele voltasse. Quando sua mãe atendeu ao telefone, ela chorou e disse: “Estamos esperando por ele durante dez dias. Por favor, traga-o para casa”! Michael não havia mencionado que havia fugido de casa e que estava vivendo nas ruas.

Quando chegamos à sua casa, sua mãe, padrasto e irmã correram para recebê-lo de braços abertos. Sua mãe convidou-me para entrar, e todos eles manifestaram alegria e amor genuínos. Contei à sua mãe sobre nossa conversa na lanchonete, sobre o amor que Deus dedica a cada um de nós. Então, Michael disse a seus pais que ele agora compreendia mais a respeito de sua hombridade espiritual e que não sentia mais medo.

Por vários natais depois desse encontro, meu marido e eu recebemos cartões dele, nos informando sobre o que fazia e como se sentia feliz.

Isso aconteceu há muito anos, mas para mim foi uma experiência transformadora de vida. Ela me impeliu a ampliar meu senso de família, a fazer trabalhos voluntários em minha comunidade e a observar a influência do Divino em tudo que faço. Não tenho como enumerar as bênçãos e curas que tenho vivenciado, à medida que, a cada dia, continuo a preparar minha manjedoura para a idéia Cristo!

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