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REFLEXÃO

O que um animal me ensinou sobre caridade

Da edição de dezembro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando comecei a estudar a Bíblia em hebraico e grego, aprendi o significado de palavras antigas, tais como: virtude, verdade, justiça, fé, luz, sabedoria e muitas outras. Os significados dessas palavras têm muitas nuances, que nem sempre podem ser plenamente captadas em uma tradução.

Uma das palavras mais interessantes é tzedakah, de origem hebraica, normalmente traduzida como “justiça” e sempre ligada à lei de Moisés, a qual proporcionou aos israelitas um plano detalhado para uma sociedade justa e benevolente, em que os pobres, as viúvas, os órfãos e os estrangeiros fossem cuidados e tratados com igualdade. Como resultado, essa virtude se tornou sinônimo de caridade.

Hoje, muitas pessoas consideram que caridade é fazer doações em dinheiro para organizações que atendam às necessidades das pessoas que sofrem algum tipo de dificuldade, quer estejam próximas ou distantes. Esse é um dos aspectos das boas obras.

Nos tempos bíblicos, a caridade era uma ação local de generosidade

Contudo, nos tempos bíblicos pré–televisão e Internet, a caridade tinha uma tendência mais local. Era a ação terna de ajudar o próximo; a presença amiga quando alguém está em dificuldade, doente ou passando necessidade; o generoso presente, o desejo de cuidar de uma criança, cujos pais não possam sustentá-la; e, até mesmo, dar sua própria vida pelos amigos. Portanto, ser justo realmente significa cumprir a lei com bondade.

Ao mesmo tempo, eu estudava Ciência e Saúde, que elucidou esse conceito bíblico para mim com o pensamento: "Os ricos em espírito ajudam os pobres numa grande fraternidade, em que todos têm o mesmo Princípio, ou Pai; e bemaventurado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem" (p. 518). Esse era o ideal mais generoso e elevado que eu podia imaginar, e ansiava por praticá-lo.

Assim como freqüentemente acontece quando novas idéias ampliam nossa percepção, comecei a aprender sobre esse tipo de justiça com a experiência, bem como pelo estudo dedicado. Um dia, comprei um bilhete de rifa de uma escola particular, em frente à qual sempre passava a pé. Fiz isso em parte para apoiá–los e em parte porque o prêmio era um carro novo.

Ora, na verdade eu não ansiava por um carro novo, mas gostava da escola e lhes desejava o bem. Achava que não haveria mal algum, caso ganhasse o carro. Ao mesmo tempo, não me sentia totalmente tranqüila por confiar na “sorte” para satisfazer às minhas necessidades de transporte.

A lei divina supre a todos, sem exceção

Portanto, na noite do sorteio, liguei para um tio meu que praticava a cura espiritual e confessei que tinha um bilhete da rifa. Ele me disse com bastante firmeza para "simplesmente esquecê-lo", pois compreendia que nenhum bem verdadeiro provém do acaso e que Deus é a fonte do bem. A lei divina supre e cuida de todos, sem parcialidade ou exceção.

Depois de conversar com meu tio, passei bastante tempo orando pelas necessidades da escola e, em seguida, como tive a oportunidade de ser absolutamente sincera com Deus, acrescentei que na verdade eu não queria nenhum carro, mas apenas um belo cavalo como aqueles que conduziram Elias aos céus em 2 Reis 2:11.

Aproximadamente seis meses mais tarde, visitei uma amiga que criava adoráveis cavalos árabes. Ela me levou ao padoque e chamou seis potrinhos que pastavam no campo. Quando eles galoparam até nós, segurei minha cachorrinha Wuffy no colo. Ainda acalmava Wuffy, quando uma amável potrinha se aproximou de nós, ergueu a longa orelha da cachorrinha e encostou o focinho nela e em seguida aceitou um afago meu.

Minha amiga contou-me sobre uma de suas éguas, a quem ela chamava Amor. Comecei a ficar entusiasmada, porque acredito muito no que o Apóstolo João diz: “Deus é amor”. Perguntei–lhe se um daqueles potrinhos era cria da Amor. Sim, a mesma que havia sido carinhosa com a Wuffy e comigo.

Minha oração estava sendo atendida

O antepassado da filhotinha era Magna Terra Rajah e, enquanto minha amiga continuava a descrevê–lo, eu traduzia freneticamente do latim e do árabe até chegar ao “Rei da Grande Terra”. A mãe da potrinha é Amor e o pai é o Rei da Grande Terra! Não pude deixar de me lembrar da ocasião em que orei pela escola e pedi a Deus um cavalo. Parecia realmente que minha oração estava sendo atendida.

Naturalmente, o preço de mercado dos filhotes ia muito além do meu orçamento. Enquanto ponderava sobre aquele momento, minha amiga recebeu uma ligação de um homem que havia entregue cinco toneladas de feno naquele dia. Pude ouvir minha amiga dizendo: “tudo bem”, o que significava que ela teria o dinheiro na segunda–feira. Um pesado silêncio reinou enquanto ela desligava o telefone.

Senti-me impelida a lhe perguntar se estaria disposta a vender a potranca para mim, caso eu lhe desse um sinal suficiente para cobrir o custo do feno. Portanto, antes de deixar a fazenda naquele domingo, fechei um negócio altamente vantajoso de compra de uma potranca árabe, à qual dei o nome de Caridade de Deus, em homenagem à noite em que orei por mim e pelo sucesso da escola.

Ainda sou grata por ter orado não para ganhar o carro, mas unicamente pelo bem da escola, porque aquele ponto de vista honesto e de oração trouxe para minha vida algo indescritivelmente verdadeiro e justo.

Contarei apenas um dos atos de Caridade que fizeram com que eu vivesse à altura do melhor senso de justiça, que é buscar nosso próprio bem no bem que proporcionamos a outrem. Aproximadamente um ano mais tarde, estava na faculdade e recebi uma bolsa de estudos completa para o ano seguinte. Portanto, usei o dinheiro que havia guardado para os estudos para fazer o pagamento final à minha amiga pela potranca Caridade.

Quando ela assinou os documentos que passavam a égua para o meu nome, juntamente com o recibo de venda, disse-me: "Eu devia os impostos da fazenda e estava orando. Mas, graças ao Senhor, você me deu exatamente a quantia que eu precisava". Essa foi uma maravilhosa prova de que o amor de Deus abençoa todos igualmente. *

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