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Original para a Internet

Totalmente espiritualizado e ileso

Da edição de agosto de 2017 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de junho de 2017.
Artigo publicado originalmente na edição de abril de 2017 do The Christian Science Journal.


Um dia minha filha me disse que, sempre que alguém lhe fazia algo descortês ou indelicado, ela se sentia justificada ao ficar magoada e zangada. Ela raciocinava que a culpa era da outra pessoa, não dela, e que, por isso, ela tinha o direito de ficar aborrecida. 

Foi então que minha filha se deu conta de uma coisa importante. Ela reconheceu que suas reações nesses casos estavam, na verdade, relacionadas a uma falta de autoestima que ela estava abrigando. Ela percebeu que, à medida que compreendia sua verdadeira identidade como a filha de Deus completa e perfeita e, portanto, inteiramente boa, as ações das outras pessoas não a magoavam mais.

No livro de Mary Baker Eddy, Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, um artigo intitulado “Taking Offense” (“Sentir-se ofendido”) diz: “Nada menos do que nossos próprios erros deveria nos ofender. Aquele que de forma intencional tenta causar danos ao outro é objeto de piedade em vez de ressentimento; e eu me pergunto se acaso existe alguém tão bajulador, tão tolo ou tão mentiroso que consiga ofender uma mulher totalmente espiritualizada” (p. 224). 

Como podemos reconhecer a nós mesmos como esse homem (ou essa mulher) totalmente espiritualizado, que não se sente ofendido? No mesmo livro, a Sra. Eddy escreve: “Como havemos de chegar à nossa verdadeira identidade? Por meio do Amor” (p. 104). Volvermo-nos ao Amor divino, e pedir que Deus nos faça amar mais pode nos ajudar a enfrentar desafios em qualquer situação. Quanto mais amamos a nós mesmos e aos outros, quanto mais vemos o homem que Deus criou, menos ficaremos ofendidos, não importa o que os outros façam.

As oportunidades para aprender a amar mais são abundantes. Várias ideias me ajudaram a reconhecê-las. A primeira é a declaração de Cristo Jesus de que o reino de Deus está dentro de cada um de nós (ver Lucas 17:21). Isso implica o fato de que nossa verdadeira identidade é boa e pode ser reconhecida. Jesus via cada pessoa que ele encontrava como a expressão pura do Deus supremamente bom. Sempre que me sinto tentado pela dúvida, são as palavras e o exemplo de Jesus que me trazem de volta à rocha da Verdade.

A segunda ideia veio de um artigo que li há muito tempo em um dos periódicos da Ciência Cristã sobre como lidar com casos de doenças consideradas incuráveis. O artigo observava que todas as doenças são, em realidade, exemplos de pensamento mortal mesmerizado, mas que Deus é a única Mente real e essa Mente não pode ser mesmerizada e não contém doenças incuráveis. Os traços de personalidade negativos também podem parecer incuráveis, mas eles também podem ser revertidos com a verdade a respeito da individualidade espiritual do homem. 

Como é maravilhoso compreender que não temos de restringir nosso conceito com relação a nós mesmos, ou a outros, a um senso material de homem! A Ciência Cristã ensina que toda identidade provém do incomparável e único criador: nosso Pai-Mãe Deus. O homem que Deus criou é composto de Suas qualidades e ideias espirituais, que nunca são limitadas. Pense na qualidade da integridade, por exemplo. Se uma pessoa expressa um elevado grau de integridade, será que isso significa que há menos integridade para os outros expressarem? Muitas vezes, o que acontece é exatamente o oposto. Quando uma pessoa expressa uma qualidade boa, outros podem ser inspirados a expressar mais dessa qualidade também.

Não importa por quanto tempo nós tenhamos acreditado nos aspectos negativos da nossa personalidade, eles nunca foram o que realmente somos. Uma falsa crença não tem nenhum poder para transformar um mito em verdade.

Uma amiga compartilhou um conceito comigo. Certa vez, ela contou a um Praticista da Ciência Cristã que ela não se sentia digna de cura. O praticista respondeu enfaticamente que esse tipo de pensamento é egotismo. Esse comentário surpreendeu minha amiga, mas ela reconheceu que o termo estava certo. A palavra egotismo se refere a um senso inflado a respeito da nossa própria importância. Quando ouvimos essa palavra, traços de orgulho e de arrogância vêm ao nosso pensamento, mas a autodepreciação é também uma maneira de inflar o ego, impedindo-nos de reconhecer a Deus como nosso criador totalmente bom.

Quando compreendemos que Deus é a fonte completa da nossa identidade, nós não mais entretemos pensamentos de orgulho ou de autodepreciação. Precisamos ver a nós mesmos como a ideia perfeita de Deus, de forma a honrar a Sua totalidade.

Como podemos reconhecer a nós mesmos como esse homem (ou essa mulher) totalmente espiritualizado, que não se sente ofendido?

Tive muitas oportunidades de crescer em minha compreensão do fato de que nós todos somos a expressão total e completa da Alma divina. Vou relatar aqui apenas um exemplo do que aconteceu há alguns anos, quando eu estava fazendo um curso de licenciatura na faculdade, na área de química. Eu estava trabalhando com um orientador e, no começo, nosso trabalho em conjunto foi muito bem.

Contudo, certo dia a caminho da escola, ouvi uma informação no rádio com relação à energia nuclear. Achei que a informação era muito interessante e a compartilhei com uma das minhas classes. Depois disso, meu orientador veio falar comigo. Ele estava muito furioso pelo fato de eu ter levantado aquele tópico na classe errada. Seu rosto estava vermelho de raiva. Fiquei chocada com sua reação. Essa situação ocorreu em uma sexta-feira à tarde, e nós fomos para casa para o fim de semana sem resolvê-la.

Quando cheguei em casa, eu estava arrasada, cheia de indignação. Eu achava que aquele homem estava totalmente fora da realidade e queria mesmo contar a alguém o quão horrível ele era. Porém, eu sabia que ficar falando a respeito das falhas de alguém não traz cura. Depois de lutar com pensamentos imbuídos de presunção de retidão pessoal durante algum tempo, eu ainda não estava conseguindo amar ou perdoar aquela pessoa. Mas então, veio-me uma ideia: Muito embora eu estivesse tendo dificuldade em sentir amor por ele, eu sabia que Deus o amava, e que eu refletia o amor de Deus. Em realidade, Deus é a única fonte de amor, e o Amor divino é infinito.

Quando a manhã de segunda-feira chegou, meu orientador entrou na sala com o mesmo rosto vermelho que estava quando havíamos conversado na sexta-feira. Agora eu não me lembro mais do que eu disse a ele, mas realmente me lembro de ceder à presença infinita de Deus e de sentir o amor de Deus fluindo em mim. Eu literalmente vi a raiva e a vermelhidão desaparecerem do rosto do professor, e esse foi o fim do problema. O assunto nunca mais foi mencionado, e nosso relacionamento continuou harmonioso e cordial durante o resto do semestre.

Houve outra ocasião em minha experiência quando as ações negativas de outra pessoa para comigo foram de magnitude muito maior. Um praticista me disse que o amor e o perdão são nosso dever cristão para com o nosso próximo, não importa qual seja a ofensa. Imediatamente, alinhei minhas ações com esse conselho, mas meus pensamentos demoraram um pouco mais para se alinharem.

Certa noite, enquanto estava orando sobre a situação, veio-me o pensamento de que se nós verdadeiramente amássemos nosso próximo, nunca ficaríamos remoendo ou repetindo em nosso pensamento as circunstâncias que pareceram tão prejudiciais. Esforcei-me por obedecer essa mensagem angelical. Logo no dia seguinte, recebi um telefonema da outra pessoa. As palavras dela indicavam uma reviravolta total, e não havia dúvida de que o Cristo havia tocado nós duas e uma cura havia ocorrido.

A Sra. Eddy nos diz em Miscellaneous Writings que aqueles que nos causam os maiores problemas são realmente nossos melhores amigos. Ela diz: “Antes de mais nada, e em última análise, eles estão te beneficiando de uma forma que vai muito além do conceito de bem que tu possas ter no momento” (p. 9). Imagine: Nossos piores inimigos são realmente nossos melhores amigos! Por quê? Porque eles nos forçam a nos elevar muito mais em nossa compreensão do Amor.

Não importa o quão magoados nos sintamos, podemos considerar seriamente a declaração da Sra. Eddy: “A relação entre Deus e o homem, o Princípio divino e a ideia divina, é indestrutível na Ciência; e a Ciência não conhece nenhum desvio da harmonia nem retorno à harmonia, mas sustenta que a ordem divina, ou seja, a lei espiritual, na qual Deus e tudo o que Ele cria são perfeitos e eternos, permanece inalterada em sua história eterna” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 470–471).

Amar pacientemente diante da adversidade nem sempre é fácil. Expressar aquela graça que não reage, mas que, em vez disso, envolve cada pessoa com apreço, ternura e verdade espiritual, não importa como elas possam nos tratar, exige vigilância e esforço. Mas amar é o que Deus está fazendo o tempo todo, todos os dias, com cada um de nós, e é o que estamos, na verdade, fazendo como reflexo de Deus. Podemos crescer nesse reconhecimento da graça à medida que obedecemos à Regra Áurea e aprendemos a amar os outros como amamos a nós mesmos.

Valorizo as bênçãos que tive como resultado do aprendizado sobre o Amor divino, e sei que há muito mais bênçãos me esperando, à medida que continuo a trocar os conceitos materiais pelo conceito espiritual de Deus. Gosto deste verso do Hino 85 do Hinário da Ciência Cristã: “Todo o Teu amor nós temos para amar” (Edith Gaddis Brewer, original em inglês e tradução © CSBD). Aprender sobre o amor de Deus amplia continuamente nosso senso de família e nos ajuda a reconhecer que todos os filhos de Deus são completos e amados.

Jesus é o nosso modelo perfeito nesse esforço, e nosso crescimento em graça é sustentado pelo exemplo dele. As verdades que Jesus ensinou apontam para a única realidade que alguma vez existiu ou existirá. Elas nos mostram a própria substância do nosso existir e, à medida que nos atemos a elas, reconhecemos a nós mesmos e aos outros como perfeitos, sadios e ilesos, exatamente como Deus nos vê.

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de junho de 2017.
Artigo publicado originalmente na edição de abril de 2017 do The Christian Science Journal.

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