“Detesto esta viagem”, disse meu companheiro de barco, enquanto navegávamos pela costa do estado de Maine, nos Estados Unidos.
Eu também estava detestando o passeio. A paisagem podia ser bonita, mas o cheiro de sal e de água era tudo o que eu vinha sentindo nos últimos três dias. Meu estômago estava embrulhado e eu estava apavorado.
Nesse dia, especificamente, eu tinha de conduzir nossa embarcação de um ponto ao outro da nossa rota e tínhamos de ir bem longe, talvez uns 10 quilômetros. As ondas estavam altas e havia muito nevoeiro. Nosso barco de dez metros parecia minúsculo naquele mar agitado, e eu estava imensamente ansioso por voltar à terra firme e segura. A água estava tão agitada e o barco balançava tanto que nós quatro ficamos enjoados.
Naquela noite, escolhemos um péssimo local para lançar a âncora — perto de um rochedo — e as ondas estavam implacáveis. Fiquei com a primeira vigília daquela noite, o que significava ficar acordado por mais uma hora, enquanto todos dormiam.
Entretanto, nessa noite houve uma total mudança de atitude com relação à viagem. Quando me sentei no convés, observando a lua e as estrelas, vi como eram lindas e pensei em Deus. Na Ciência Cristã aprendi que Deus é a fonte de toda a beleza e de todo o bem. E, como Deus está sempre presente, tenho de ser sempre capaz de vivenciar o bem de Deus, se eu estiver disposto a voltar meus pensamentos a Ele em vez de ficar reclamando. Eu sabia que Deus estava comigo, ali mesmo no meio do oceano, onde parecíamos estar tão longe da segurança e do conforto.
“Sabe”, de repente comecei a pensar, “talvez esta viagem não seja tão ruim quanto a estou fazendo parecer.” Percebi que, em vez de desejar estar em outro lugar, eu poderia ser grato a Deus por esse aprendizado. Eu poderia ser grato a Deus por Ele estar sempre comigo, iluminando meu caminho. Era o brilho das estrelas e da lua, refletido na água, o qual me lembrava disso. A Bíblia diz: “...Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 João 1:5). Não era o tipo de luz que eu estava vendo na água, mas a luz espiritual — a inspiração que eu estava tendo, que estava fazendo desaparecer todos os meus pensamentos sombrios, ingratos e cheios de medo.
À medida que agradecia a Deus por todas as coisas pelas quais sou grato, percebi que meu enjoo tinha desaparecido por completo. Em vez de desejar estar em outro lugar, eu tive gratidão por esse momento de me sentir perto de Deus. Eu sabia que o resto da viagem seria agradável e tranquilo. E assim foi.
Essa experiência me faz lembrar de que todas as vezes em que eu estiver passando por uma situação negativa, a resposta é voltar meus pensamentos a Deus, que sempre me supre de tudo o que necessito. E é por me voltar a Deus que consigo reconhecer o bem de Deus e encontrar cura.