Há alguns anos, minha esposa e eu fizemos uma viagem ao Peru. Ao nos prepararmos para essa aventura, encontramos vários relatos de turistas que tiveram intoxicação alimentar com a comida local. Como eu já tinha tido intoxicação alimentar, decidi orar a respeito desse problema durante nossa ida rumo ao Peru e durante nossos passeios lá.
Mais ou menos uma semana depois de começada a viagem, porém, acostumei-me com a culinária local e aos poucos fui deixando de orar por proteção tão assiduamente como o vinha fazendo. Quando estávamos a caminho de Machu Picchu, comi algumas iguarias diferentes, comecei a me sentir mal, e fiquei bem doente. A essa altura era de noite e na manhã seguinte deveríamos acordar cedo para ir visitar as ruínas de Machu Picchu, mas não me parecia que eu estaria em condições de fazer esse passeio.
Deitado no quarto do hotel, orei fervorosamente. Comecei com a definição de Deus, a que é minha favorita: absoluto. Elevei meu pensamento e declarei que Deus é para sempre imutável e eterno. E que Ele é também onipotente, onipresente e onisciente. Continuei declarando que Deus é o bem, o que quer dizer que o bem tem todo o poder e enche todo o espaço, e não existe realmente nada além do bem em todo lugar. Qualquer coisa que pareça divergir do bem e da harmonia divina é uma ilusão e não tem realidade. Lembrei-me de que aprendera que Deus é a Mente, a única Mente que existe, e que em realidade apenas essa Mente divina se comunica com cada um de nós. Deus está constantemente enviando ternos pensamentos angelicais que nos asseguram de que temos direitos divinos e também temos, agora e por toda a eternidade, o status de sermos o reflexo completo de Deus.
Depois de orar dessa forma por vários minutos, alcancei um entendimento mais claro a respeito de minha relação com Deus. Mas mesmo depois de ter reafirmado para mim mesmo essas verdades e de tê-las compreendido sem hesitação, a cura que eu esperava não se manifestou. Tendo usado todo o meu entendimento e ainda assim estando com os sintomas de intoxicação alimentar, decidi chamar uma praticista, e contactei a que era também minha Professora da Ciência Cristã, pedindo que me ajudasse por meio da oração.
Apesar de eu estar em uma remota região montanhosa da América do Sul, poucos dias depois do Natal, em menos de cinco minutos consegui fazer a ligação telefônica a ela. Ao ouvi-la, lembrei-me de muitas lições espirituais que eu aprendera estudando a Ciência Cristã, e senti-me mais confiante em minha maneira de orar.
Fiquei profundamente agradecido pelas orações e poderosas ideias espirituais que ela compartilhou comigo, mas expliquei que eu havia telefonado também porque queria saber como eu poderia orar mais eficientemente, e como poderia demonstrar naquele mesmo instante a lei de Deus que cura, conforme foi demonstrada por Cristo Jesus e descoberta por Mary Baker Eddy.
Eu disse para a praticista que eu havia estabelecido firmemente em meu pensamento a verdade de que Deus é tudo, mas minha mente humana parecia não estar entendendo essa ideia, pois meu corpo ainda estava apresentando os sintomas de intoxicação. Eu disse também que confiava em minha compreensão da minha identidade espiritual, mas minha identidade física não parecia sequer haver começado a corresponder a essa compreensão. Minha mente material e aparência física exterior ainda não estavam demonstrando o estado mental espiritual que eu acabara de alcançar. Ao que ela prontamente respondeu: “Você não tem uma mente material!”
Obviamente eu havia acreditado na falsidade de que eu tinha uma “metade” espiritual que controlava minha outra “metade” material, e de que de alguma forma se havia interrompido a conexão entre elas. Mas não existe verdadeiramente uma metade material de nossa identidade; nossa verdadeira identidade, por ser o reflexo de Deus, é puramente espiritual. O falso testemunho dos sentidos materiais é apenas uma ilusão elaborada, que se desvanece sob os raios solares da Verdade e do Amor divinos. Como todos os filhos e filhas de Deus, eu sou e sempre fui inteiramente espiritual. Sou o reflexo do único Deus que existe, que é a Vida e o Amor todo-poderosos, que é a harmonia perfeita e o eterno bem que enche todo o espaço. Tudo o que aparenta ser dor, males ou doenças é apenas uma ilusão, pois tudo aquilo de que consiste a criação de Deus inclui somente o eterno e onipotente bem, e não pode apresentar nenhuma situação da qual o bem esteja ausente.
Quando compreendi que a origem de minha identidade e existência não é a matéria, como muitas vezes parece, mas é unicamente Deus, o Espírito, deixei de reconhecer poder ou realidade na dolorosa condição material. Reafirmei que Deus é, sempre foi, e eternamente será a causa única e o único Criador, e compreendi que isso, exclusivamente, era tudo o que eu poderia refletir por ser filho de Deus. Nesse momento o sofrimento começou imediatamente a desaparecer.
Minha esposa depois me perguntou o que exatamente a praticista me dissera naquele telefonema, porque todo o sofrimento cessara imediatamente, e logo adormeci tranquilo. Eu já não tinha nenhum dos sintomas. Acordei de manhã cedo, pronto para prosseguir. A visita às ruínas foi maravilhosa, e apesar de não ter comido muito durante o dia, à noite desfrutei de uma refeição completa. Durante esse jantar estávamos admirados com a maravilha e sublime majestade das ruínas da antiga cidade inca, e com a inspiração espiritual que nos trouxeram. E demos graças por tudo de bom que temos em nossa vida.
Jay Frost 
Washington, DC, EUA
    