Sofrer de uma doença debilitante crônica pode ser extremamente desanimador. Mas, como diz Mary Baker Eddy no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Para os que se apoiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos” (p. vii). No mesmo livro ela conta a história do Sr. Clark, que padecia de uma ferida crônica no quadril, causada pela queda sobre uma estaca pontiaguda, quando era ainda menino (pp. 192–194). O ferimento nunca havia sarado completamente e piorou a ponto de ser considerado fatal pelo médico. Chamada para tratar do caso, Mary Baker Eddy, por meio tão somente da oração, restaurou a saúde do Sr. Clark logo após entrar na casa onde ele jazia à espera da morte. Ao encerrar o relato, ela explica o poder em ação nessa cura efetuada pela oração: “Foi-me demonstrado que a Vida é Deus, e que o poderio do Espírito onipotente não compartilha sua força com a matéria nem com a vontade humana”.
O que me chama a atenção nesse trecho é a absoluta convicção que ela teve de que o Espírito é o único poder que age na cura. Os meios materiais e a vontade humana não fizeram parte do poder restaurador e da força do Espírito, na cura do Sr. Clark. O onipotente Espírito divino é por si só suficiente e não necessita de nenhuma ajuda, uma vez que o Espírito é o “infinito sustentador” que abençoa os que nele se apoiam.
Eu sofri com enxaquecas por quase vinte anos. Elas eram tão previsíveis em ciclos de duas semanas que eu já marcava no calendário os dias previstos, e não agendava nada para aqueles dias. Sendo Cientista Cristão, ao longo dos anos pedi ajuda em oração a alguns praticistas da Ciência Cristã, mas embora muitas vezes tenha tido alívio da dor, o ciclo quinzenal continuava. Minha esposa lia para mim trechos de Ciência e Saúde enquanto eu ficava deitado na cama, incapaz de pensar ou orar por mim mesmo. Essas leituras acalmavam meu pensamento e eu adormecia em paz, mas duas semanas depois as dores de cabeça voltavam.
Fiquei desanimado e busquei alívio nos analgésicos. Embora isso diminuísse a dor, as enxaquecas se repetiam, e eu sabia que os comprimidos não iriam me curar. Além disso, durante esse período, eu bebia café todos os dias de manhã, e refrigerantes à tarde. Isso me parecia ser um hábito inofensivo. Amigos tinham me dito que a cafeína era boa para enxaquecas; outros afirmavam que não fazia bem. Decidi parar com o hábito de uma vez por todas. Sofri com a abstinência, que era bastante dolorosa, em várias tentativas ao longo dos anos, na esperança de que, eliminando a cafeína ficaria curado das enxaquecas. Mas não adiantava. Permanecia o desejo de beber café e refrigerantes e eu acabava voltando a esse hábito.
Sabendo como é desanimador ter essas enxaquecas crônicas e debilitantes, eu tenho imensa compaixão por todos os que têm o mesmo problema. A certa altura, senti-me tão desesperançado que achei que esse problema seria minha cruz a ser carregada pelo resto da vida. Mesmo assim, restava um vislumbre de esperança, porque eu tinha sido curado de outros problemas por meio da oração na Ciência Cristã.
Passados uns dezessete anos nessa luta, decidi abandonar toda medicação, parar com as tentativas de largar a cafeína por meio da força de vontade e, em vez disso, confiar inteiramente em Deus, o Espírito. Pensando na cura do Sr. Clark, decidi me apoiar somente na onipotência do Espírito, sem tentar ajudar o Espírito com a matéria (isto é, comprimidos) nem incrementar o Espírito com a vontade humana (isto é, esforços para pôr fim à dependência de café e refrigerantes). Nas palavras de Paulo, na Bíblia, eu encontrei apoio: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:4, 5).
Vi que esses problemas, que pareciam fortalezas diante de mim, nada mais eram que sofismas e altivez tentando se levantar contra o conhecimento de Deus. Não passavam de ilusões. Desde esse momento, notei que a dor passou a ser consideravelmente mais fraca, quando vinham as enxaquecas. Embora continuassem a aparecer a cada duas semanas, eu conseguia fazer tudo quase normalmente e com pouca dor. Comecei a sentir o controle do Espírito em minha vida, e fiquei animado.
Então, um ano atrás, na manhã seguinte a uma dessas enxaquecas brandas, acordei sentindo algo diferente. Era a calma convicção que posso descrever melhor nestas palavras: “Você está livre”. Foi uma sensação intuitiva, impossível de ignorar, e senti que era o resultado de meu empenho em levar cativo todo pensamento à obediência do Cristo, na certeza de ter o domínio dado por Deus. A convicção foi persistente e quase palpável e me trouxe serenidade.
Após dois dias sem café nem refrigerantes, não tive nem sinal da síndrome de abstinência, e não senti a menor vontade de bebidas com cafeína. Passaram-se mais duas semanas sem eu ter nenhum desejo dessas bebidas. Passaram-se um, dois, seis, oito meses e mais, e não só não retornei ao velho hábito, mas também não tive mais enxaquecas. Embora às vezes eu tome um cappuccino descafeinado ou beba um refrigerante de vez em quando, o desejo por cafeína nunca voltou, e a libertação desse hábito, e da enxaqueca, trouxe uma alegria indescritível.
Alguns meses após essa libertação, comecei a duvidar da autenticidade da cura. Um pensamento se repetia de que se tratava meramente de um ajuste fisiológico do corpo à ausência da cafeína, e não tinha nada a ver com a cura espiritual. Esse pensamento inoportuno ameaçava roubar a alegria trazida pela cura. Isso me fez lembrar de João Batista, que inicialmente havia reconhecido Jesus como o Messias, mas depois começou a duvidar e perguntou: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mateus 11:3). Raciocinei que, se a ausência da cafeína dera fim às enxaquecas, então por que as enxaquecas não haviam parado nas tantas vezes em que me forçara a ficar sem beber café nem refrigerantes? Declarei com firmeza que o Espírito onipotente é o único poder de cura que existe, e que o Espírito não necessita de auxiliares. O pensamento incômodo desapareceu, e minha alegria retornou.
Com essa experiência aprendi que para uma cura verdadeira, as tentativas bem-intencionadas da vontade humana e os meios materiais devem dar lugar ao “poder do Espírito onipotente.” O Espírito é o único sustentador infinito, e não pode deixar de nos abençoar, quando nos voltamos para Ele com fé e perseverança.
Sou especialmente agradecido aos praticistas que fervorosamente oraram comigo ao longo desses anos, e à minha esposa cujo apoio nunca faltou.
Se você padece de algum problema crônico e aparentemente sem esperança, não desista! Deus está ao seu lado, e o Espírito onipotente é a sua força, por meio da qual você vai vencer e se libertar.
Steve Warren
Austin, Texas, EUA