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Original para a Internet

O noticiário sobre assédio sexual impele uma mãe a orar

Da edição de março de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 22 de janeiro de 2019.


O nome da autora foi omitido para respeitar a privacidade das pessoas mencionadas neste relato. Sua filha também nos conta como ela orou ao passar por esta experiência.

Atualmente, o noticiário está sendo inundado com alegações de assédio sexual em muitas áreas da vida cotidiana, nos escritórios, nas salas de aula e na arena política. Parece que novos casos surgem quase que diariamente na mídia.

Sou uma mãe cuja filha sofreu assédio sexual e tenho lutado com essa questão e, o mais importante, tenho orado a esse respeito. Narro a seguinte experiência que ocorreu há vários anos, na esperança de que ela ofereça encorajamento e mostre a eficácia do tipo de oração que a Ciência Cristã me ensinou.

Minha filha havia acabado de conseguir o emprego que considerava ideal para ela. No entanto, alguns meses depois, sua alegria e entusiasmo se transformaram em tristeza e medo.

Em uma sexta-feira à noite, ela decidiu trabalhar até mais tarde em um projeto de software que sua empresa estava lançando. O gerente a chamou em seu escritório com o pretexto de falar sobre o projeto. Em vez disso, ele fechou a porta e a intimidou com comentários de cunho sexual sobre o corpo dela. Ela ficou assustada e nervosa, mas decidiu não denunciá-lo ao departamento de recursos humanos da empresa, porque temia a mesma retaliação que já havia sofrido por denunciar assédio sexual em empregos anteriores.

Ela me pediu que eu orasse por ela, e eu lhe assegurei que o faria. Lembrei-lhe que ela estava envolvida no amor de Deus e que o Amor divino não a deixaria sem uma resposta, como ela já havia constatado muitas vezes na vida.

Orei durante todo o fim de semana, ponderando especificamente esse incidente em meu tratamento por meio da oração na Ciência Cristã. Não importa qual seja a situação, esse tratamento metafísico sempre começa estabelecendo no pensamento o fato de que Deus, o bem, é Tudo-em-tudo, e de que não há nenhum outro poder ou presença. Essa verdade começa a aliviar o medo de que alguma situação possa estar fora do alcance da Sua ajuda ou de que não possa haver uma boa solução.  

Em minhas orações, perseverei em saber que todos nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus — o que significa que todos nós, em nossa verdadeira identidade espiritual, refletimos a Verdade divina e, portanto, expressamos honestidade e integridade. O homem — a identidade espiritual de todos os homens e mulheres — criado à semelhança de Deus, o Espírito, tem a substância do Espírito, não da matéria. Esse homem verdadeiro é, portanto, governado não por instintos animais nem por impulsos sensuais, mas pelo impulso do Amor divino. Governado pelo Amor, suas tendências são puras e boas. Ele tem apenas uma única motivação real: ser a manifestação da pureza do Espírito.

Essas verdades destroem a crença de que o homem seja uma pessoalidade sexual que pode ser um predador ou a vítima de um predador ― erro esse que é outro resultado da crença errônea, de que o homem seja material ― e revelam que a vida e o existir são totalmente espirituais.

Minha filha retornou ao trabalho na segunda-feira, e me informou que o gerente a deixara em paz e a tratara de maneira profissional. Mas, como é compreensível, ela se sentia pouco à vontade no trabalho. Continuei a apoiá-la em minhas orações, pois eu achava que deveria haver uma solução que fosse uma bênção para todos.

Um dia, esta declaração em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,de Mary Baker Eddy, veio-me ao pensamento: “Pedir a Deus que sejaDeus, é vã repetição. Deus ‘ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre’; e Aquele que é imutavelmente certo fará o que é certo, sem que seja necessário lembrá-Lo de Seu dever” (pp. 2–3). Eu me perguntei: Como Deus “fará o que é certo” nessa situação? A resposta que me veio foi que Deus faz o que é certo por meio de Sua expressão, o homem; portanto, o homem reflete a natureza divina, que é isenta de pecado. De maneira que esse homem somente pode fazer aquilo que é certo. Compreendi que isso era verdadeiro tanto para minha filha quanto para o gerente em questão. 

E assim aconteceu. Algum tempo depois do incidente, o gerente sentiu-se impelido a ir ao departamento de recursos humanos e contar as coisas inapropriadas que ele havia dito à minha filha. Eu fiquei muito grata porque a verdade veio à tona. Sua confissão não só provou ser uma bênção para minha filha, mas também restaurou sua respeitosa relação de trabalho com o gerente.

O livro de Jó diz a respeito de Deus: “...ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça” (37:23). A solução harmoniosa do problema da minha filha exemplifica a natureza de Deus como a Verdade divina e demonstrou que Sua vontade, expressa em justiça e misericórdia, está sempre em ação. Cristo Jesus nos ensinou a orar assim: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10), uma afirmação de que não existe nenhum lugar onde a Verdade não esteja em ação. Em vez de condenar o transgressor, a Verdade divina traz à luz o erro que esse transgressor precisa enxergar e do qual precisa arrepender-se, condena esse erro e liberta o transgressor de suas amarras. A Verdade também revela que a verdadeira natureza do homem é inocente e boa, ou seja, que ele é o reflexo da natureza divina, e a compreensão espiritual de sua verdadeira natureza regenera o caráter humano.

Em meio à tempestade de denúncias vindo à tona atualmente, sinto grande conforto em saber que a Verdade divina é suprema e finalmente acabará por nos livrar da crença que está na raiz da sensualidade e do pecado, isto é, a de que haja vida na matéria. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde:“A desagregação das crenças materiais pode parecer fome e peste, carência e aflição, pecado, doença e morte, que assumem novas fases até que sua nulidade apareça. Essas perturbações continuarão até o fim do erro, quando toda a desarmonia será tragada pela Verdade espiritual” (p. 96).

À medida que, por meio da oração, persistirmos em ver que a verdadeira identidade do homem é espiritual e isenta de pecado (apesar das agressivas evidências dos sentidos materiais em contrário), estaremos acelerando “o fim do erro” — o fim não somente do assédio sexual, mas de toda espécie de desarmonia.

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A filha forneceu a seguinte declaração, corroborando o relato, e solicitou que seu nome fosse omitido.

Sou grata pela oportunidade de confirmar o relato de minha mãe.

O incidente com o gerente ocorreu, como minha mãe relatou, uma noite em que eu estava trabalhando até mais tarde. O gerente havia deixado o local, mas voltou depois, bêbado. Ele me pediu para ir a seu escritório para uma reunião individual a respeito do meu trabalho. Eu obedeci e ele fechou a porta atrás de nós. Começou a fazer comentários sobre o meu corpo e a contar suas fantasias sexuais.

A Verdade também revela que a verdadeira natureza do homem é inocente e boa.

Isso continuou por algum tempo, mas eu não conseguia me levantar e sair porque estava paralisada de medo. Quando ele começou a cair em si, seu semblante ficou sério e ele tentou me culpar pelo comportamento dele: minhas roupas, meu cabelo, meu perfume. (Eu não estava usando perfume nem maquiagem, e estava vestida de maneira sóbria.) No fim, ele me pediu para não comentar sobre o ocorrido, porque nossa reunião era de natureza confidencial e dizia respeito à minha continuidade na empresa.

Fui para casa e chorei. Eu estava com tanto medo de perder o emprego que decidi não denunciar o incidente.

Quando ainda era uma jovem estudante do ensino médio, sofri pela primeira vez assédio sexual de um superior, durante um trabalho de verão, e aprendi que ir a um gerente ou seguir os canais normais para denunciar incidentes de assédio nem sempre funciona. Minha mãe havia me levado ao gerente (nesse caso, uma mulher) para denunciar o assédio, que na verdade fora uma agressão, mas tudo havia sido em vão.

Mais tarde, ainda jovem, recusei-me a ter um relacionamento amoroso com um gerente encarregado das contratações e, quando denunciei seu comportamento aos superiores, eu perdi o emprego. Houve outros incidentes na minha vida profissional também. Isso foi bem antes da onda atual de denúncias nas redes sociais, e embora o mau comportamento acabasse por ser descoberto, o resultado sempre se voltava contra mim.

Após aquele lamentável incidente com o encarregado das contratações, decidi fazer o Curso Primário da Ciência Cristã. Ficou claro para mim que eu precisava de uma compreensão mais profunda sobre meu relacionamento com Deus. A Ciência Cristã ensina que esse é o nosso relacionamento mais importante, que não pode ser corrompido nem rompido. Conhecer e aceitar esse fato melhora nossos relacionamentos humanos. Durante o curso, vivenciei o que pode ser descrito como um novo nascimento. Adquiri uma nova perspectiva a respeito da vida, porque compreendi mais claramente a natureza espiritual de toda a humanidade, nosso propósito espiritual e minha individualidade espiritual. Mais importante ainda, o Curso Primário da Ciência Cristã me equipou com as ferramentas espirituais para conhecer melhor a Deus como a Mente e o Amor infinitos, e para orar sobre o meu propósito e lugar na vida. Como resultado, senti-me orientada por Deus a me mudar para o outro lado do país, seguir carreira em outra área, e acabei conseguindo esse novo emprego.

No entanto, depois da noite em que fui submetida ao assédio verbal, no escritório do meu gerente, fiquei tão paralisada pelo medo que achei difícil orar por mim mesma. Pedi que minha mãe, Praticista da Ciência Cristã, orasse por mim e apoiasse meus próprios esforços para orar.

Embora já tivesse orado sobre muitas coisas no passado com bons resultados, eu nunca havia pensado em orar sobre a questão do assédio sexual ― até aquele momento. Eu sabia que os caminhos de Deus são mais altos que os meus e que eu podia confiar no fato de que a Mente divina, que tudo sabe, revelaria a verdade e a solução para todos os envolvidos ― embora eu não soubesse qual seria essa solução, nem poderia imaginá-la.

Na manhã da segunda-feira após o incidente, voltei ao trabalho e tudo estava normal. O gerente não me chamou ao seu escritório nem passou pela minha mesa. Durante os meses que se seguiram, embora eu ainda tivesse o meu emprego e estivesse indo bem, a atmosfera permaneceu desconfortável. Minha mãe continuava a orar e eu recorria às úteis anotações do Curso Primário e as estudava. Lembrei-me das palavras do meu Professor de Ciência Cristã: “Ninguém pode nos tirar do lugar dado por Deus, a não ser o próprio Deus”. Também agarrei-me aos seguintes versículos bíblicos do livro de Isaías: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (55:7–9).

Certo dia, algo inesperado ocorreu. Meu gerente me pediu para acompanhá-lo ao escritório de recursos humanos para uma conversa. Ali, ele contou ao representante de RH que ele havia me tratado de forma inadequada e relatou o que havia me dito naquela noite de sexta-feira, meses antes. Então, ele me pediu desculpas. O representante de RH me perguntou se eu queria trabalhar em outra equipe e avisou que meu gerente seria colocado em período probatório. O gerente humildemente aceitou esse resultado, pois já sabia que isso ocorreria quando admitisse o ocorrido. Eu disse ao representante de RH que estava disposta a permanecer na mesma equipe o tempo que fosse necessário. Daquele dia em diante meu trabalho na empresa foi harmonioso, assim como minha relação de trabalho com o gerente, e logo depois fui promovida a um cargo de gerente. Além disso, tenho sido tratada com profissionalismo e respeito nos locais de trabalho subsequentes.

Sou muito grata pelos ensinamentos da Ciência Cristã, que nos permitem confiar nos caminhos e meios de Deus. O apoio inabalável de minha mãe e a persistente oração na Ciência Cristã, pelos quais também sou extremamente grata, foram essenciais para a resolução harmoniosa dos acontecimentos aqui relatados.

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