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Original para a Internet

Aceitar ou rejeitar mudanças?

Da edição de setembro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 13 de abril de 2020.


A maioria dos processadores de texto inclui um modo de revisão que nos permite sugerir alterações ou mudanças no documento de outra pessoa, ou revisar as sugestões feitas por outra pessoa em nosso próprio texto. Esses programas incluem um recurso normalmente chamado “aceitar ou rejeitar alterações”, que exige que você decida se deve ou não incorporar as alterações sugeridas em seu documento. Muitas vezes por dia aplicamos esse mesmo conceito às sugestões que nos vêm ao pensamento. Elas podem ser tão simples quanto a sugestão de que tomar café ajuda a pessoa a ficar mais desperta, ou que uma mentira branca de vez em quando não faz mal a ninguém. Levando em conta que sugestões de todo tipo têm um impacto muito grande sobre nossa saúde, finanças, relacionamentos e muito mais, vamos examinar a lógica espiritual que está por trás desse processo de tomada de decisão.

Sinônimos da palavra sugestão incluem: insinuação, dica, implicação, aviso e alusão, ou seja, coisas que muitas vezes trazem consigo uma influência negativa sobre nosso pensamento. Isso não quer dizer que uma pessoa que esteja sugerindo mudanças em nosso documento (de forma literal ou figurada) não tenha em mente nossos melhores interesses. Mas é sábio sempre levar em consideração a fonte de uma sugestão, bem como os motivos que estão por trás dessa sugestão.

Na alegoria de Adão e Eva, que consta do terceiro capítulo do Gênesis, a serpente disse a Eva: “É certo que não morrereis”, se ela e Adão comessem o fruto proibido. Eva aceitou essa sugestão, e sua decisão de assim agir, com a anuência de Adão, tornou a ambos suscetíveis à crença equivocada de que o homem possa encontrar vida e inteligência na matéria. Essa crença está em oposição direta à verdade anteriormente declarada no capítulo 1 do Gênesis: de que não precisamos buscar a nossa verdadeira vida e inteligência em lugar algum, a não ser em Deus, pois somos criados à Sua imagem. A sugestão contrária da serpente, sutil e capciosa, vai abrindo caminho e infiltrando-se nos pensamentos e nas ações dos antagonistas em muitas histórias bíblicas que amamos, e que culminam no relato do dragão vermelho, conforme consta no décimo segundo capítulo do Apocalipse. Fica ressaltada a importância de rejeitarmos as sugestões tortuosas como a de uma serpente, antes que elas fiquem infladas, parecendo algo muito maior.

A Ciência Cristã ensina que aquilo que traz sugestões desse tipo à nossa consciência é o magnetismo animal. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, define o magnetismo animal desta forma: “o termo específico para o erro, ou seja, a mente mortal” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 103). O magnetismo animal e seus termos correlatos, mesmerismo e hipnotismo, têm um parentesco muito próximo com a definição de sugestão, da qual estamos falando, e que consistem nas proposições que vêm da mente mortal (o hipotético oposto de Deus) que impactariam negativamente nossa felicidade, saúde e bem-estar, se nelas acreditássemos.

A Sra. Eddy considerou tão importante combater e derrotar o magnetismo animal, que dedicou a ele um capítulo inteiro (“Desmascarado o magnetismo animal”, no seu livro-texto). Ela também forneceu aos estudantes da Ciência Cristã os meios para vencerem o mesmerismo e o hipnotismo, incluindo o tema “Denunciadas a necromancia antiga e a moderna, isto é, o mesmerismo e o hipnotismo” como um dos 26 assuntos abordados duas vezes por ano nas Lições Bíblicas que constam do Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Essas Lições são lidas todas as semanas durante os cultos dominicais em todo o mundo. Toda essa atenção ao assunto deixa claro que precisamos identificar o magnetismo animal como “aquele que sugere”, e ficar espiritualmente preparados para responder com um sonoro “rejeitar”.

Tendo em vista esse cenário acima descrito, vamos analisar algumas das sugestões bem conhecidas, porque batem à porta da nossa consciência. E também apresentamos algumas ideias que nos ajudam a explicar claramente a natureza desonesta dessas sugestões.

Sugestão Nº 1: A mudança de estações traz sofrimento devido às alergias. 

Todos os anos, o ramo dedicado aos cuidados médicos e de saúde recebe bilhões de dólares de pessoas que procuram alívio temporário de alergias. Tão comuns e supostamente seguros são os remédios materiais disponíveis, que uma pessoa que esteja lidando com essa sugestão talvez também possa ser tentada por esta sugestão secundária: Não seria mais fácil optar por meios materiais para aliviar meu sofrimento, em vez de confiar em Deus para eliminá-lo?

Em seu livro Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, a Sra. Eddy escreve: “Se o erro que bate à porta de teu pensamento se originou na mente de outrem, tens a liberdade moral para rejeitar ou aceitar esse erro; logo, és o árbitro de teu próprio destino, e o pecado é o autor do pecado” (p. 83). Portanto, não quer dizer isto que, independentemente de qualquer pressão que esteja nos tentando, a decisão de aceitar ou rejeitar pensamentos errôneos está, em última análise, em nossas próprias mãos?   

Fica ressaltada a importância de rejeitarmos as sugestões tortuosas como a de uma serpente, antes que elas fiquem infladas, parecendo algo muito maior.

Então, o que é necessário para rejeitar com firmeza e confiança essa sugestão de alergias? De acordo com o capítulo 1 do Gênesis, sabemos que o homem (genérico) é feito à imagem e semelhança de Deus. Além do mais, em Salmos 17:15 está escrito que nós, quando acordarmos, nos “satisfare[mos] com a tua semelhança”. E quem é essa semelhança, senão o homem, que é filho de Deus? E o que é esse despertar, senão um despertar espiritual? Neste caso específico, despertamos da crença errônea de que somos mortais materiais, sujeitos a alergias, despertamos para a verdade sobre nós, a de que somos a expressão espiritual de tudo o que Deus é, e refletimos Seu bem imutável. 

Assim, se alguma vez formos tentados a pensar que as mudanças de estação podem nos afetar negativamente, podemos imediatamente rejeitar essa sugestão, sabendo que cada um de nós é filho de Deus agora e, portanto, imune ao sofrimento por quaisquer sintomas associados às alergias.

Sugestão Nº 2: O que eu fiz de errado, que me está causando tanta dor?

Essa sugestão é particularmente insidiosa e corresponde a grande parte do pensamento do mundo, que procura a causa e o efeito, e também a cura, na matéria. A não ser que estejamos metafisicamente preparados para rejeitar imediatamente a sugestão, a crença do mundo pode dominar nosso pensamento individual, deixando-nos com aquilo que os Cientistas Cristãos frequentemente chamam “um desafio”.

A Ciência Cristã analisa tais desafios através de um prisma puramente espiritual. Ciência e Saúde diz: “Expulsa a crença na possibilidade de abrigares ainda que seja uma só dor intrusa que não possa ser eliminada pelo poder da Mente, e dessa maneira podes impedir que a dor se desenvolva no corpo” (p. 391). Que declaração reconfortante! Quando obedecemos a essa instrução, fica impossível para o pensamento de sofrimento, causado por uma suposta dor em algum lugar do corpo, conseguir penetrar e conquistar um lugar em nossa consciência.

Uma manhã, acordei com dor em um joelho. Imaginando que eu devia ter dormido com todo o meu peso sobre ele, não dei maior atenção à sugestão inicial, ou seja: a razão da mudança de um joelho material saudável para um joelho material dolorido. No entanto, quando cheguei ao trabalho, a sugestão era que a dor piorara. Enquanto caminhava do estacionamento até o prédio em que eu trabalhava, fiquei pensando: o que teria eu feito no dia anterior, que pudesse ser responsável por essa sugestão de que algo tinha mudado? Como se fosse uma resposta, veio-me ao pensamento uma pergunta muito mais importante: Como é possível eu ficar pensando que as supostas causas e efeitos da matéria possam me proporcionar a cura espiritual? Eu sabia que não podiam; sabia também que precisava desviar meu pensamento do problema, e buscar a solução na Ciência Cristã.

Naquela noite, a minha aparência era a de uma pessoa presa a um corpo mortal e envelhecido. Isso desencadeou uma avalanche de sugestões adicionais, que incluíam: E se essa mudança for permanente? Embora uma vida inteira de confiança na Ciência Cristã para a cura deixasse claro que eu precisava rejeitar, de forma firme e peremptória, a mudança sugerida, à medida que a noite avançava, a dor parecia tão intensa que era quase impossível dormir.

O dia seguinte trouxe a sugestão de que, dependendo de como eu caminhasse, de como eu me sentasse, e de quanto peso eu colocasse sobre a perna, a dor seria menor ou maior. Durante o almoço, liguei para uma Praticista da Ciência Cristã pedindo ajuda em oração. Ela recomendou que eu orasse, sabendo que existe apenas uma causa única, um único Criador: o todo-poderoso, onipresente Deus, o único legislador. Ao ponderar isso, compreendi que a crença em envelhecimento não tem nenhum poder, nenhuma presença, nem representatividade na Ciência Cristã, que é a lei de Deus.

Estimulado por essa verdade divina, recorri à Bíblia e aos escritos da Sra. Eddy em busca de novas ideias, procurando passagens que falassem sobre a verdadeira lei, o verdadeiro poder e a verdadeira causa. Uma inspiração levou a outra até que encontrei esta passagem: “Enfrenta toda circunstância adversa com autoridade. Vigia a mente, em vez de o corpo, para não deixar entrar no pensamento nada que não deva se desenvolver. Pensa menos nas condições materiais e mais nas espirituais” (Ciência e Saúde, p. 419).

Essas instruções me levaram a compreender que eu havia de fato aceitado vários pensamentos, ou seja, aceitado aquilo “que não dev[ia] se desenvolver” na minha consciência, em vez de rejeitar tudo imediatamente. Ficou claro que eu precisava abrir meu pensamento para as ideias de Deus, adequadas para o desenvolvimento. Eu digitei cerca de cinquenta qualidades dignas de serem desenvolvidas no pensamento, imprimi-as, cortei as páginas em tiras e coloquei metade delas sobre minha escrivaninha em casa e metade na mesa do escritório onde eu trabalhava.

Todos os dias, eu estudava uma ou duas daquelas palavras, procurando referências sobre elas nos livros acima mencionados. Simultaneamente, eu fiz um esforço concentrado para não observar quão difícil ou fácil era andar e dobrar o joelho. Renovei também o meu compromisso de seguir o mandamento frequente de Jesus: “Não temais!” Esse mandamento é tão importante, que, sob o subtítulo “Exemplo de tratamento mental”, a Sra. Eddy diz que “A prática científica cristã começa com a nota tônica da harmonia, apresentada por Cristo: ‘Não temais!’ ” (Ciência e Saúde, p. 410).

Meu trabalho de observar o pensamento, em vez de observar o corpo, e de estimular o desenvolvimento das qualidades derivadas de Deus em minha maneira de pensar, resultou em uma cura completa, em poucos dias. Igualmente importante, ponderar e orar sobre qualidades que devem se desenvolver continua a fazer parte da minha defesa diária contra as sugestões do magnetismo animal.

O pastor da Ciência Cristã, a Bíblia e Ciência e Saúde, está repleto de ideias que nos ajudam a rejeitar cada uma das sugestões do magnetismo animal, inclusive aquelas que diriam que a frequência regular à igreja e o tempo gasto “nos livros” não são muito importantes.

A cada dia, temos inúmeras oportunidades de aceitar ou rejeitar as mudanças sugeridas à nossa consciência. Ao manter nosso pensamento alinhado com Deus, nós impedimos que nele entre o que poderíamos chamar de malware (vírus de computador) da mente mortal. Consequentemente, nos tornamos cada vez mais confiantes e alertas para fazer as escolhas certas.

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