Certo dia, acordei sentindo alguns sintomas de gripe e resfriado. No final da manhã, estava me sentindo muito mal e precisava encontrar alívio.
Ao longo dos anos, ouvi e li relatos de curas por meio da Ciência Cristã, que incluíam o testemunhante estar ciente de ouvir uma ou mais mensagens angelicais que pareciam “a voz de Deus”. Nas semanas que antecederam eu sentir esses sintomas, eu estivera trabalhando mentalmente para ficar mais alerta a fim de ouvir essas mensagens.
Certa vez, um amigo perguntou-me se eu acreditava em anjos, e eu disse que sim. No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy explica o que são os anjos: “Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração do bem, da pureza e da imortalidade, atuando contra todo o mal, toda a sensualidade e toda a mortalidade” (p. 581). Era exatamente disso que eu tinha necessidade. Com essas ideias em mente, sentei-me para orar e ouvir o que Deus queria que eu soubesse.
Logo depois, as palavras trem de carga me vieram à mente. Eu estava com certa dificuldade em me concentrar na oração e fiquei desanimado quando essas palavras vieram ao meu pensamento. Minha reação imediata foi de que eu deveria parar de me distrair e voltar a ouvir a Deus, pois estava confiante em que Deus, sendo o Espírito, não me levaria a pensar em trens de carga.
Mas, então pensei: “Eu pedi orientação e foi isso que me veio. Então, por que não pensar a respeito, por um momento, pelo menos?” Alguns dias depois, fiquei impressionado ao ouvir uma interpretação excepcional da velha canção popular de Elizabeth Cotten, “Trem de Carga”. Pensei que, se isso fosse significar alguma coisa para mim, deveria ser que a doença tinha de desaparecer bem depressa, como um trem de carga. Então, não se teria ideia nem mesmo de para onde ela teria ido.
Compreendi que essa doença não era nada a não ser uma falsa alegação de que Deus, o Amor divino, não estava no controle da situação e de que eu estava à mercê das crenças coletivas de doenças sazonais e contagiosas. Eu também sabia que tal alegação não poderia ter nada a ver comigo como o reflexo perfeito e espiritual de Deus. Logo comecei a me sentir melhor e no final daquele dia todos os sintomas tinham desaparecido.
Será que Deus de fato envia mensagens sobre trens de carga? Provavelmente não. Então, o que é que havia acontecido? Ao me dispor a ouvir com humildade, consegui compreender meu verdadeiro existir e o infalível amor de Deus por mim. Eu sabia que, na realidade, eu era puro, completo e livre. Certamente que compreender essa verdade do existir foi ouvir a voz de Deus, e, assim, fiquei curado.
Peter Vaughan
Simcoe, Ontário, Canadá