Quando eu era estudante universitária, no início dos anos 60, tive a oportunidade de fazer uma excursão pela Europa Ocidental e pela União Soviética. Durante nossa segunda semana na Rússia, fiquei doente, com uma grave diarreia.
Fiquei alguns dias sem conseguir reter nenhum alimento. Sentia-me sozinha e com medo, e não havia como ligar para um praticista da Ciência Cristã, nem para minha mãe. Eu tinha medo de que, se o guia da excursão percebesse que eu estava doente, me internaria em um hospital na Rússia!
Eu estivera orando por mim mesma, mas não vira nenhuma melhora. Na terceira noite, decidi dispensar o jantar e ficar no meu quarto, orando. Sentia-me fraca demais para ler, mas certamente tinha condições de orar! Perguntei a Deus o que precisava realmente ser curado.
A Guerra Fria estava no auge naquela época. À medida que eu orava, percebi que a atmosfera mental de depressão, bem como a questão da dominação do governo e da falta de liberdade, estavam pesando no meu pensamento. Quando me dei conta desse fato, vi que precisava inverter essas crenças mundiais negativas que eu vinha remoendo. Como me era difícil ler, recorri aos hinos do Hinário da Ciência Cristã, que eu tanto amava e que eu sabia de cor.
O quarto verso do poema “Satisfeito”, de Mary Baker Eddy, (que foi musicado para o Hinário) me veio ao pensamento:
O Amor te salva, e me conduz
Do ódio ao bem.
Saber é força; Vida, luz;
E Tudo é Deus.
(Hino 160, trad. © CSBD)
Aí estava a minha resposta. Compreendi que o Amor divino estava me elevando acima das falsas impressões materiais. Não importava onde eu estivesse, meus pensamentos podiam ser de liberdade e coragem, devido à certeza de que Deus, o bem, é Tudo.
Então, orei e ponderei sobre quais eram as qualidades espirituais de Deus que, quando aceitas e expressadas, podiam destruir os pensamentos negativos e cheios de temor, que não têm espaço na Mente divina. Alegria foi a qualidade que me veio à mente. Perguntei a mim mesma qual era o hino mais alegre que eu conseguia lembrar. Um hino sobre a Páscoa, Nº 413, me veio imediatamente ao pensamento. E a essa altura eu consegui cantá-lo! Começa assim:
Exultemos, eis a Páscoa,
Doce luz alvoreceu;
Nova fé o Amor nos trouxe,
Pois a pedra removeu.
O último verso termina assim:
Não sentimos dor nem mágoa,
Vamos só a Deus honrar.
Cada dia é nova Páscoa,
Que nos vem abençoar.
(Frances Thompson Hill, Hinário da Ciência Cristã, trad. © CSBD)
Esse hino me fez lembrar a definição de ressurreição em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, que inclui “espiritualização do pensamento” (p. 593). Com imensa gratidão, eu tive a certeza de que era isso o que eu havia vivenciado.
Consegui pegar no sono e dormi a noite inteira. No dia seguinte, tomei um belo café da manhã. Eu estava completamente curada e pude aproveitar o resto da viagem.
Sou imensamente grata por essa experiência, que foi um ponto decisivo na minha vida, e pelas inúmeras curas pela Ciência Cristã que minha família e eu vivenciamos nos anos seguintes.
Diane Tokheim
Palo Alto, Califórnia, EUA
