Antigamente, as pessoas que sofriam de hanseníase (lepra) eram consideradas impuras e acabavam isoladas da sociedade. Os outros tinham o cuidado de não tocar nelas, nem mesmo chegar perto delas, por medo de contrair a doença. Então, imaginem o efeito impressionante daquele momento em que Cristo Jesus estendeu a mão e tocou um leproso — e o curou.
Este é o relato bíblico: “E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:2, 3).
Jesus não tinha medo da contaminação, porque compreendia que a verdadeira natureza do homem é espiritual e boa, por ter sido criada por Deus, o Espírito divino. Onde outros viam uma pessoa com uma doença contagiosa, Jesus via, em vez disso, a expressão do Espírito divino, para sempre intacta, e livre de condições materiais. A disposição do Mestre de tocar o leproso, representou o toque do Amor divino, revelando o verdadeiro valor espiritual do homem como filho de Deus. E a cura foi imediata. No mesmo instante, libertou-se o homem do pesado fardo que carregava, o qual lhe fora imposto pela opinião pública quanto à doença e ao contágio.
A verdade é que ninguém pode colocar o outro em perigo, seja por contágio ou por qualquer outro meio.
A condenação não poderia persistir diante do modo cristão de ver o homem puro e perfeito. O pesar e o sofrimento por estar doente e ser marginalizado — por perder a família, os amigos e a ocupação produtiva — foram substituídos pela integridade física e pelo bem-estar. O leproso teve a evidência do que significa ser amado e reconhecido como filho de Deus.
A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, explica que Jesus tinha a capacidade de transmitir essa compreensão sagrada a respeito do homem, porque reconhecia sua própria identidade espiritual como sendo o Cristo. Ela escreveu: “O Cristo é a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana. O Cristo é incorpóreo, espiritual — sim, é a imagem e semelhança divina, que dissipa as ilusões dos sentidos; é o Caminho, a Verdade e a Vida, que cura os doentes e expulsa os demônios, que destrói o pecado, a doença e a morte” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 332).
Viera do Cristo o toque mental que o leproso sentiu, e que lhe tirou do pensamento as imagens tenebrosas que produzem doenças. Esse Cristo está aqui junto a todos nós hoje mesmo, para revelar nossa verdadeira identidade como a semelhança espiritual de Deus — os filhos e filhas de Deus, inseparáveis dEle — e para purificar-nos dos pensamentos que provocam doenças. As imagens mentais doentias talvez surjam a partir do medo de estarmos separados de Deus, do bem; ou da ignorância quanto a Deus e Sua criação; ou ainda, de nossa desobediência à lei de Deus. Seja qual for sua natureza específica, quando as imagens mentais destrutivas são extirpadas do pensamento, o resultado é a cura. A ação do Cristo é como um agente purificador da consciência humana.
Embora Jesus não esteja aqui pessoalmente hoje, o Cristo está sempre conosco, revelando a verdade sanadora que vem de Deus, para que os corações e mentes receptivos possam ouvi-la e segui-la.
Não devemos subestimar a importância de reconhecermos que o Cristo está conosco, e que podemos ser receptivos à sua mensagem sanadora. No mundo de hoje, estão por toda parte mensagens referentes a doenças — mensagens contrárias ao Cristo, a Verdade. O rádio do carro, o alto-falante do supermercado, os anúncios de TV, os pop-ups da tela do computador, as redes sociais, as agências governamentais e até mesmo os empregadores, todos constantemente nos enviam avisos bem-intencionados relativos ao contágio e aos procedimentos de segurança.
Embora essas mensagens tenham geralmente a intenção de ajudar, muitas vezes o resultado é que aumentam o medo. Em Ciência e Saúde lemos: “A imprensa propaga inadvertidamente muita tristeza e doença na família humana. Isso ela faz divulgando o nome das doenças e publicando longas descrições que retratam nitidamente no pensamento imagens das enfermidades. Um nome novo para um distúrbio físico afeta o público como um nome parisiense para um traje de última moda. Todos se apressam em obtê-lo” (pp. 196–197).
O medo incutido pela mídia precisa ser removido de nosso pensamento por meio da Verdade divina, a fim de mantermos saudável o corpo. A oração nos permite compreender que nenhuma forma de disseminação material pode influenciar uma consciência iluminada pela Verdade.
Visto que Deus é infinito, só existe, realmente, uma única verdadeira comunicação — a mensagem plena de saúde e paz do Cristo, vinda da Mente divina, revelando nossa verdadeira identidade como criação espiritual de Deus.
Todos temos um senso espiritual inato que nos permite distinguir entre as mensagens de saúde vindas do Cristo, e aquelas que surgem do raciocínio material e que produzem medo. Quando nos recusamos a ouvir e participar de conversas sobre o receio do contágio e, ao contrário, nos voltamos para a verdade da onipresença e bondade divinas, demonstram-se em nossa vida a cura e a poderosa proteção vindas de Deus.
Recentemente, senti os sintomas típicos de um resfriado. Ao prestar atenção silenciosamente à inspiração do Cristo, a Verdade, compreendi que o corpo, sendo material, não tem capacidade alguma de comunicar algo quanto à saúde. O cérebro material, os nervos, os olhos e os ouvidos realmente não têm inteligência para transmitir informações materiais, que, aliás, são sempre limitadas e equivocadas.
Também me dei conta de que nenhuma pessoa, lugar ou clima pode ser uma ameaça, porque em realidade vivemos na atmosfera do Amor divino. No meio ambiente do Amor, não há vírus, bactérias nem germes — e nenhum contágio. Pensamentos sagrados e puros, vindos de Deus são os únicos que podem ser comunicados. Em pouco tempo, fiquei livre dos sintomas de resfriado.
A verdade é que ninguém pode colocar o outro em perigo, seja por contágio ou por qualquer outro meio. O homem, sendo a expressão do Espírito divino, é puro, santo, feliz, e produtivo, e só pode transmitir saúde. O Cristo está falando a todos, comunicando um senso de paz, com o reconhecimento de que somos inseparáveis do Amor divino. No reino espiritual de Deus, no qual vivemos agora e sempre, só o bem está sendo comunicado.
