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Original para a Internet

A quem pertence a vida?

Da edição de fevereiro de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 3 de novembro de 2022.


Há quarenta anos, foi lançado um filme intitulado De quem é a vida, afinal?” Relata a história de um escultor que recebera o diagnóstico de paralisia irreversível e só queria morrer. Como o título do filme sugere, muitas vezes falamos e pensamos sobre nossa vida como se ela nos pertencesse. Sob essa perspectiva, a vida é uma coisa: boa ou difícil; curta ou longa; pode ser dada ou tirada.

As Escrituras hebraicas, no entanto, dizem que Deus é a nossa vida. Moisés disse aos israelitas que de Deus “depende a tua vida e a tua longevidade” (ver Deuteronômio 30:20). A profunda pensadora espiritual Mary Baker Eddy escreve em sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Os mortais têm um senso muito imperfeito do homem espiritual e do alcance infinito do pensamento desse homem. A ele pertence a Vida eterna” (p. 258). Dizer que Deus é nossa vida exige uma maneira radicalmente nova de olhar para nós mesmos — de pensar sobre nossa verdadeira identidade. A partir dessa premissa, passamos a compreender que a vida não é dada ou tirada por Deus; a Vida é Deus. 

Hoje mesmo podemos começar a nos redefinir, a partir desta ideia simples: “Deus é a minha vida”. Entre outras coisas, esse fato nos permite reconhecer que temos vitalidade inextinguível, força inabalável, movimentos ágeis e energia infinita.

Certa feita, ao voltar de uma extenuante viagem à África, minha esposa apresentou sinais de um grave caso de febre amarela. Fadiga total foi um dos sintomas. Oramos juntos para melhor compreender a afirmação de Moisés de que Deus é a nossa vida.

É importante notar que a Vida é um dos nomes pelos quais a Sra. Eddy identifica a Deus, e em sua resposta à pergunta “O que é a Vida?” ela afirma: “A Vida não está na matéria, nem é constituída de matéria” (Ciência e Saúde, p. 469). Minha esposa e eu compreendemos que nosso objetivo não era fazer algo com a matéria ou para a matéria — para um corpo material. Ao contrário, oramos para compreender melhor que minha esposa era a manifestação direta da Vida divina, Deus, o Espírito. Que mudança de perspectiva!

Sentimos, também, a necessidade de reconhecer seu relacionamento com Deus, com a Vida que é o próprio Deus. Nesse ponto, foi inestimável o exemplo de Cristo Jesus, ilustrado por sua declaração: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Jesus indicou que ele era inseparável de seu Pai, Deus. E, como filhos de Deus, nós também somos inseparáveis ​​dEle. Ficou muito claro para nós que minha esposa estava inseparavelmente unida a Deus, sua fonte divina, seu Pai que está nos céus. A noção de uma vida separada de Deus começou a parecer ridícula. Gradualmente, passamos a reconhecer que, assim como ela refletia a Deus, era a Vida divina que se manifestava nela.

Como resultado da oração, ficou claro que identificar a Deus como a Vida, a fonte e a natureza de toda a existência, elimina o conceito de vida implantada na matéria. O conceito de um corpo físico deu lugar, em nosso pensamento, a um senso espiritual de vida como ideia vibrante.

Aliás, pudemos relacionar a imagem de ideia vibrante com a poesia. Escrever poesias era um deleite especial de minha esposa. Ela gostava de expressar o senso de movimento e de vivacidade em uma variedade de métodos artísticos, especialmente as palavras. Lembrei-lhe um poema que ela havia escrito sobre a alegria e a graça dos esquilos. Reconhecemos esses traços como qualidades vitais provenientes de Deus, fluindo constantemente da fonte da vida, a qual reconhecíamos ser a Vida com V maiúsculo. Mesmo quando não conseguíamos perceber fisicamente a alegria vibrante, podíamos sentir o que ela representava espiritualmente. 

Durante esse período de oração, a vivacidade da Vida retornou pouco a pouco. A tez amarelada desapareceu; o movimento tornou-se natural, até vivaz. A cura foi completa, sem sequelas. Essa experiência me mostrou quão importante é focar mentalmente a Vida divina e sua expressão vibrante, afastando o pensamento de todas as informações que os sentidos físicos apresentam quando focamos o corpo.

Ciência e Saúde diz: “O mal não tem realidade. Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas é simplesmente uma crença, uma ilusão do senso material” (p. 71). Minha esposa e eu ficáramos impressionados com aquilo que os sentidos materiais nos mostravam. Mas nos afastamos desses relatos e passamos a reconhecer o que nosso senso espiritual era capaz de perceber.

Os gramáticos definem a palavra substantivo como “pessoa, lugar ou coisa” e isso indica substância. Substância, no entanto, é uma palavra à qual a Sra. Eddy dá uma definição totalmente diferente. Na Ciência Cristã, a substância é totalmente espiritual; Deus, que a Bíblia afirma ser o Espírito, é definido (em parte) como “toda a substância” (ver Ciência e Saúde, p. 587). Assim sendo, ao orarmos, passamos a redefinir o homem em geral, e minha esposa em particular, como feita da verdadeira substância — a substância espiritual da alegria e da energia ilimitadas. 

É possível manter esse pensamento como algo habitual? Eis uma pergunta importante. Se não permanecermos mentalmente nessa verdade, nossa oração não passará de um mero remédio aplicado a problemas, sejam físicos sejam de outra natureza; e é provável que a deixaremos de lado até aparecer outro problema. Quando continuamos no pensamento correto, em nossas orações, estamos preparados para reconhecer, em todas as circunstâncias, que Deus é a Vida.

Segundo os biógrafos de Jesus, os autores dos Evangelhos, ele com frequência se referia ao reino de Deus, até com insistência. Em especial, ele corrigia a propensão das pessoas a pensarem nesse reino como algo distante —tendência essa ainda comum nos dias de hoje. Jesus, contudo, assegurava a seus seguidores que eles podiam e deviam mudar a maneira de pensar, “…porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 4:17). Nós também podemos e devemos entrar mentalmente nesse reino com nossa maneira espiritual de pensar. Fazemos isso quando compreendemos que a Vida é Deus, portanto, permanente — não algo concedido por Deus, o que implicaria que Ele pode tirá-la.

Esse reino é mental, e é no pensamento que aperfeiçoamos nosso senso espiritual. Dessa forma compreendemos que o reino de Deus não está distante, mas de fato está aqui. É aqui que mentalmente cessamos de identificar a nós mesmos e aos outros como indivíduos materiais, com histórias materiais, com todo tipo de necessidades físicas, e passamos a reconhecer que fomos todos criados por Deus — a imagem pura e perfeita da Vida, borbulhante em originalidade, atividade e beleza.

À medida que enxergamos este reino “aqui” e não “lá”, começamos a vê-lo como o lar onde “vivemos, e nos movemos, e existimos” (ver Atos 17:28), e passamos a obedecer ao mandado de Jesus: mudar nossa maneira de pensar. Nosso senso espiritual nos habilita a identificar espiritualmente a nós mesmos, a todas as pessoas e a tudo o que Deus criou. Nada tem vida separada de Deus; todos são a bela expressão da Vida que é Deus.

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