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Original para a Internet

Encontrar a si mesmo, encontrar a alegria

Da edição de fevereiro de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de novembro de 2022.


Onde quer que olhemos, vemos que cada elemento da inteira criação tem uma individualidade distinta, tem identidade e propósito específicos. Isso por si só nos dá muito o que pensar e muito o que demonstrar em nossa própria vida. Essa individualidade vem daquela que a Ciência Cristã chama Mente divina — a fonte de toda a criação, que consiste nas ideias espirituais de Deus. Visto que a Mente é individual — um único Deus — é fascinante perceber que a Mente, e apenas a Mente, sabe tudo o que há para saber a respeito de cada individualidade. Tudo o que é espiritual é individual, e a individualidade é a maneira como Deus expressa Sua infinita unicidade. Cada ideia tem um propósito específico e uma específica razão de ser, governados por Deus, inspirados por Deus, fortalecidos por Deus — cada ideia possui design, contorno, forma, cor específicos. Criar, manter e preservar a individualidade é a prerrogativa e a esfera de ação da Mente divina. Cada um de nós, como imagem de Deus, é completo e expressa a individualidade, no sentido mais elevado da palavra.

Assim escreve Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã: “O Ego único, a Mente única, o Espírito único chamado Deus, é a individualidade infinita que provê toda forma e beleza e que reflete a realidade e a natureza divina no homem espiritual individual e nas coisas espirituais e individuais” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 281).

Fui impelida a aprofundar o tópico da individualidade durante um período difícil de minha vida. Perto de terminar o mestrado, enfrentei uma série de problemas que pareciam não ter solução. Precisava compreender quem eu era, qual era meu propósito de vida e meu lugar no mundo. Sentia-me sem chão. Quando olho para trás, vejo que raramente sentia alegria, embora tenha conseguido continuar trabalhando e poucas pessoas, fora da família, soubessem o que eu estava enfrentando. Lembro-me até de sentir como se estivesse olhando para outra pessoa no espelho. Essa não sou eu, pensava. Mas quem era eu? Levei muito tempo para encontrar uma saída dessa sensação de desamparo.

Um momento de descoberta ocorreu inesperadamente ao assistir a um episódio da série de TV Jornada nas estrelas: A nova geração. No episódio chamado “Laços de Família”, a conselheira da nave estelar, Deanna Troi, conversa com o Capitão Picard sobre a melhor maneira de ajudar uma pessoa a superar a depressão e o pesar. Nessa conversa afetuosa, a conselheira faz esta incontestável observação: “Ao longo dos anos, constatei que é na alegria que se revela a singularidade de cada indivíduo”.

Essa é uma ideia e tanto. Nossa singularidade é uma individualidade “única” pela qual Deus é o responsável. E essa singularidade é vista na alegria. Como estudante da metafísica, reconheço que a alegria é a substância do existir. Tudo no reino dos céus é feito com alegria e de alegria. No livro-texto da Ciência Cristã, lemos: “A alegria isenta de pecado — a perfeita harmonia e imortalidade da Vida, possuindo a beleza e o bem ilimitados e divinos, sem nenhum prazer ou dor corpóreos — constitui o único homem verdadeiro, indestrutível, cujo existir é espiritual” (Ciência e Saúde, p. 76).

Que pensamento revolucionário: o existir é puramente espiritual — e alegre! Ao ler o trecho acima, percebi que a alegria é um dom espiritual, uma parte essencial da vida, o sinal de que Deus e o homem estão juntos e presentes. A alegria é expressa de infinitas maneiras — de maneiras infinitamente individuais.

Posteriormente, também me dei conta de que todo indivíduo tem uma razão para existir — um propósito específico na vida. Constatamos isso quando abandonamos os conceitos materiais limitados que temos a nosso respeito, e nos desprendemos do ego. Por trás de nossa individualidade — e de todo desprendimento do ego — está o Princípio absoluto, eterno e espiritual, que a Bíblia chama de Amor. E o homem está eternamente conectado a esse Amor.

Esse laço não precisa ser criado; o laço entre Deus e o homem já existe e sempre existirá por toda a eternidade. O Salmista escreveu: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmos 16:11). Esse “Tu” é Deus, o Amor. Por termos um vínculo eterno com o Amor e sermos verdadeiramente a expressão do Amor, estamos onde o Amor está, na presença do Amor. Por isso, a individualidade do homem se expressa melhor onde há alegria.

Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A individualidade espiritual do homem nunca está sujeita a errar. Ela é a semelhança do Criador do homem” (p. 491). E o título marginal do parágrafo do qual a citação foi tirada é: “O homem é vinculado ao Espírito”. Não tenho palavras para descrever o alívio que foi compreender cada vez mais que minha “individualidade espiritual… nunca está sujeita a errar”. Essa compreensão me ajudou a ver que eu tenho o direito a existir e que não preciso esperar até me tornar alguém — eu já sou, todos nós somos, a semelhança de Deus: a imagem espiritual.

Foi nesse ponto que minha aventura realmente começou: fui aprendendo aos poucos a me conhecer a partir da perspectiva do bem espiritual — comecei a sentir uma nova (na verdade, antiga ou eterna) identidade, que depende (e continua a depender) somente de Deus. A individualidade não dependia, nem depende, do grau de instrução ou de processos educativos, embora estes possam estar incluídos nos meios para chegar a essa compreensão. A individualidade não é uma personalidade material. A individualidade é a expressão de Deus, e compreendê-la depende de ouvirmos a Deus. Percebi que ouvir verdadeiramente significa abrir a mente a ideias puras e repletas de bem; essas ideias revelaram a minha verdadeira e alegre individualidade.

Passei a ter uma vida mais feliz e a sentir uma profunda satisfação, como às vezes havia sentido antes desse período de minha vida — e que sinto até hoje. Os problemas que eu tinha antes da depressão foram solucionados um após o outro, praticamente sem precisar de nenhum esforço, e eu soube que caminho seguir.

Certo dia, me peguei cantarolando enquanto realizava uma tarefa em casa. A escuridão se fora e nunca mais voltou. Eu podia, finalmente, aceitar de todo o coração esta verdade declarada por Mary Baker Eddy em A Unidade do Bem: “Tudo o que é belo e bom na tua consciência individual é permanente” (p. 8). Agora posso ver que ter a Deus no centro do pensamento e do sentimento estava me preenchendo com tudo aquilo de que eu precisava ao longo dos anos. Meu amor por Deus ficou mais profundo e está sendo expresso em meu amor por aquilo que cada um, e tudo no mundo de Deus, realmente é. Há o desejo honesto de seguir a orientação da Mente divina e de reconhecer o que sou.

Antes dessa revelação, a individualidade era um mistério para mim. Parecia ser mais o resultado da biografia, do desenvolvimento, da educação e das escolhas feitas no passado. Mas quando aceitei os fatos eternos e incontestáveis de nosso alegre e santo existir em Deus, eu conscientemente me identifiquei como a expressão da Mente.

Isso só aconteceu por meio de séria dedicação. A vitória sobre o senso limitado de uma personalidade material é o degrau pelo qual chegamos a ver a realidade espiritual da vida, e essa vitória precisa ser diária. Dia após dia, constatei que essa verdade do existir precisa ser vivenciada.

Cada um de nós tem seu próprio caminho a trilhar, a fim de viver de acordo com nosso potencial espiritual, contrariando e abandonando os traços materiais de caráter que talvez consideremos ser nossa personalidade. Cada um de nós tem de viver sua própria aventura para descobrir quem somos, e não há nenhum outro propósito na vida, nem maior alegria, do que o de conhecer a Deus — e a expressão de Deus: o homem. Nessa busca, constataremos que nossa individualidade é pura alegria. Se a maneira em que pensamos a nosso respeito não nos traz alegria, então essa opinião não é a verdade a nosso respeito. Não é esse um valioso parâmetro para nosso pensamento?

Se estiver em busca de quem você é, siga a trilha da alegria espiritual e adote a verdade eterna de que a Mente conhece e ama você específica e diretamente — você — o indivíduo alegre, diferente, sem igual no grande universo de Deus, o qual está repleto de maravilhas indescritíveis. 

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