Em uma segunda-feira à tarde, ao sair da escola, notei que precisava andar mais devagar do que o normal, porque meu joelho estava rijo. Ao chegar em casa, orei para ouvir o que o Cristo, a mensagem sanadora da presença e do poder de Deus, tinha para me dizer. Visto que tudo o que Deus cria — inclusive a mim — é o reflexo e a expressão do Espírito, eu sabia que a matéria não podia ser a fonte do meu existir. Eu queria reconhecer que nada podia interferir no governo harmonioso de Deus sobre mim, porque Deus é o único poder.
Como professora, eu tinha muito trabalho pela frente naquela semana, e comecei a sentir desânimo. Enquanto orava, contudo, tive a certeza de que Deus estava cuidando de mim. Solicitei um professor substituto para os dias subsequentes, pois eu estava com dificuldade de andar sozinha. Eu não queria ser interrompida, porque desejava ouvir o que a Ciência Cristã estava revelando a respeito de minha verdadeira identidade.
Os momentos de calma foram muito bons. Meu marido me ajudou no que era necessário, pelo que me senti grata, e pedi a uma praticista da Ciência Cristã para orar por mim. Ela comentou que, se em sonho subimos em uma árvore e caímos, ao acordar constatamos que não estamos machucados, porque a queda de fato nunca ocorreu.
Comecei a me preocupar pelo fato de que eu não conseguiria dar duas aulas particulares, pois sem elas seria mais difícil pagar as contas no final do mês. Percebi, no entanto, que todos esses receios não passavam da sugestão de que o Amor, outro nome que significa Deus, não era capaz de cuidar de mim e de minha família. Eu sabia que precisava ver o que era verdadeiro a respeito de Deus e de mim, e que o poder do Amor, a Verdade divina em ação, me faria avançar mental e fisicamente até eu compreender que nunca estivera separada de Deus por uma crença de vida na matéria.
Dois dias depois, com o apoio de uma bengala, consegui andar pela casa e até descer as escadas, sentindo pouca dor. Eu sabia que meu desejo de amar a Verdade, ou seja, Deus, com todo o meu coração, e de ser obediente ao Amor divino, incluía aceitar apenas o que era verdade sobre minha identidade — que eu vivo, me movo e tenho meu existir em Deus. Eu sabia que Deus é Tudo, portanto, não podia haver uma realidade paralela.
Mary Baker Eddy explica no livro-texto da Ciência Cristã: “Não podemos ‘servir a dois senhores’. Estar presente ‘com o Senhor' não é ter mero êxtase ou fé emocional, mas é a verdadeira demonstração e compreensão da Vida como é revelada na Ciência Cristã. Estar ‘com o Senhor’ é obedecer à lei de Deus, é ser inteiramente governado pelo Amor divino — pelo Espírito, não pela matéria” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 14).
Também sabia que, para ser obediente à lei de Deus, eu tinha de expressar amor de maneira consciente.
Naquela tarde consegui dar uma aula particular. Dei-me conta de que precisava rejeitar o que eu havia inconscientemente aceito sobre esse aluno — que ele tinha um pensamento perturbado, inflexível, imutável — e eu precisava reconhecer que todos os filhos de Deus refletem a harmonia da Mente divina, Deus. Durante a aula conseguimos fazer o que precisávamos, e senti-me inspirada a acolher a ideia de flexibilidade e movimento, sem esforço para nós dois.
À noite fui à reunião de testemunhos de quarta-feira na igreja, e no dia seguinte dei todas as aulas programadas. No dia seguinte me lembrei de uma decisão que os professores haviam tomado na escola na semana anterior — fantasiar-se de “velhinhos de bengala” para a festa de Halloween. Senti-me impelida pelo Amor a enviar-lhes um e-mail e comentar que retratar pessoas idosas com problemas de mobilidade seria apresentar um estereótipo. Todos concordaram. Dois responderam, agradecendo por eu ter me dado conta do equívoco e por ter sugerido uma opção. Uma professora comentou que ficara incomodada com a ideia, mas não conseguira identificar o motivo. Acabamos escolhendo uma fantasia diferente.
Embora eu tenha levado uma bengala para a escola na sexta-feira, não a usei. À tarde trabalhei novamente com o aluno da aula particular. Sua participação foi ótima e a aula rendeu muito.
Na semana seguinte eu estava andando e subindo escadas de salto alto, sem nenhuma dificuldade. Sou grata por testemunhar a graça de Deus, a qual transformou meu pensamento, quando vi o Amor divino expresso de maneira tão prática.
Elisabeth Anetta Schwartz
Andover, Massachusetts, EUA
