Muitas pessoas têm constatado que a ideia de que a oração cura é um fato. Inúmeras pessoas com a vida transformada e trazida de volta à harmonia, diagnósticos revertidos e curas notáveis — algumas das quais foram verificadas e relatadas nesta mesma revista — tudo isso atesta esse poder da oração. Essas pessoas vislumbraram o fato de que há algo mais a ser entendido, em nosso mundo e em nós mesmos, do que percebemos como realidade material.
Um artigo recente sobre neurologia, publicado na revista médica The Lancet, aventa a seguinte questão: “Será que o mundo material como um todo nada mais é do que um sonho?”
Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã no século XIX, levou o conceito da natureza mental da existência para um nível mais elevado. Ela comprovou abundantemente em sua vida que a oração, fundamentada na compreensão de Deus, cura, e ela escreveu extensivamente sobre esse tema. Em seu livro A Unidade do Bem, ela escreveu: “De tudo aquilo de que os sentidos físicos têm cognição, alguma coisa é real?
“Tudo tem apenas a realidade que tu lhe dás, e não mais. Aquilo que vês, ouves e sentes é uma modalidade de consciência e não pode ter nenhuma outra realidade, a não ser o senso que dele tenhas” (p. 8).
Isso indica como a oração pode influir no corpo ou em uma situação. Aliás, toda mudança de consciência repercute em nossa existência.
O tipo de oração que cura age primeiro em nosso próprio pensamento. Pode ser tentador concentrar a oração no problema que precisa ser curado. Mas essa é uma armadilha. A cura e o progresso se farão sentir primeiro em nosso pensamento. Então, essa transformação no pensamento se manifestará fisicamente. A mudança pode até ser simultânea à transformação do pensamento.
Às vezes, talvez pareça que nossas orações requerem a obstinação de mover uma montanha inteira com uma única colher de chá, de colherzinha em colherzinha[APC1] [APC2] . Mas não é a mente humana, nem o esforço humano, que são responsáveis pela mudança de pensamento ou pela cura. Ao contrário, o Cristo, a ideia espiritual de Deus, é o agente transformador. Jesus de Nazaré foi quem, mais do que todos os outros, incorporou a natureza divina. O espírito-Cristo era o ânimo de Jesus. Os dois estavam indissoluvelmente ligados. Aliás, o mesmo Cristo, que Jesus manifestou ao longo de seu ministério de cura, está presente hoje, para nos despertar para a realidade da nossa pureza e integridade espirituais.
Vejamos um exemplo: certa tarde, uma pessoa me ligou para pedir ajuda por meio da oração. Ela estava com muita dor e não conseguia sair da cama. Com o desejo de ajudar, comecei a orar.
Rapidamente, uma ideia espiritual me ocorreu. Essa ideia foi: “Não se preocupe; tudo está bem!” Isso não queria dizer que eu ignorasse o problema. Foi um lembrete de que o Cristo, não eu, nem qualquer outra pessoa, era o verdadeiro agente da cura. Minha tarefa, portanto, era compreender melhor o significado espiritual dessa inspiração.
Isso me fez pensar na passagem do Gênesis, na Bíblia, a qual diz que Deus criou tudo e que tudo era “muito bom” (ver 1:31). Por isso, apesar das aparências, em sua verdadeira natureza como progênie de Deus, tanto aquela pessoa que me ligou pedindo ajuda, como também cada um de nós, expressa pureza, completude, perfeição. Quando aceitei essa ideia fundamentada na verdade espiritual, senti paz.
Um pouco mais tarde, aquela pessoa ligou outra vez para dizer que conseguira se levantar e tomar banho. Os sintomas desapareceram rapidamente e ela pôde retornar ao trabalho. O Cristo havia realizado a cura — uma mudança de pensamento que repercutiu na vida daquela pessoa.
Se estamos em busca de cura, nossa tarefa é estar atentos ao “cicio tranquilo e suave” (1 Reis 19:12), o Cristo, conduzindo nosso pensamento e ajudando-nos a descobrir a harmonia divina já presente. Isso requer um pouco da humildade que Jesus expressou, quando disse que não podia fazer nada “de si mesmo” (ver João 5:19, 30). Quando oramos, portanto, não há nenhuma necessidade de tentar fazer mais do que Jesus fez! Vamos simplesmente abrir a porta para a ideia-Cristo. Esse é um dos fundamentos da oração, na Ciência Cristã. Fechar a porta mental para as tentações do ego e do senso pessoal nos permite abrir a porta para o Cristo sanador.
Imaginemos que alguém ligue para você, apresentando algum problema e pedindo que você ore para que ele ou ela encontre a cura. Você pode fundamentar sua oração na convicção absoluta de que, espiritualmente, tudo é “muito bom”. Não se trata de fazer como o avestruz, com a cabeça enterrada na areia, mas sim de firmemente fechar a porta para a hipótese impossível de que Deus esteja ausente, qualquer que seja a situação. Isso não é pensamento positivo ou visualização de algo. É verdadeiramente a ação do Cristo, a Verdade, que revela a luz divina da harmonia no pensamento. Aliás, isso remove naturalmente toda crença sombria na ausência de Deus, o bem. Também nos ajuda a ir além da mera esperança de que a oração funcione, e chegar à certeza absoluta e infalível de que Deus governa.
Você talvez seja inspirado a ler uma passagem apropriada na Bíblia ou em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy (o qual é companheiro da Bíblia). Ou talvez você seja guiado a permanecer quieto e a contemplar uma verdade divina que lhe vem à mente.
De qualquer forma, seguir essa orientação abre o caminho para efeitos tangíveis: uma grande sensação de paz, de alegria, de certeza quanto à presença de Deus. E, visto que a cura ocorre no pensamento, é natural que a situação física mostre exatamente esse fato.
Por meio desse tipo de oração inspirada no Cristo, demonstrar a presença de Deus, o Princípio e o Amor divinos, é algo possível para você e para todos nós, agora mesmo!
 
    
