Há dois anos, no ginásio municipal do vilarejo onde estava passando minhas férias, eu jogava badminton (um jogo parecido com o tênis, no qual, em vez de uma bola, é preciso acertar uma peteca). Ao correr de costas para rebater uma jogada, torci meu pé e caí em cima dele com todo o peso do meu corpo.
Os demais jogadores mostraram muita preocupação ao verem a minha dificuldade para caminhar até uma cadeira e me sentar. Finalmente, com a amável ajuda de um deles, consegui ir mancando até o chalé que havíamos alugado. Minha esposa me ajudou a subir a escadaria íngreme e a me preparar para dormir. O tornozelo estava muito sensível, e a dor me fez acordar várias vezes durante a noite.
Por estudar a Ciência Cristã, meu desejo era curar a lesão por meio da oração. Esforcei-me para direcionar o pensamento para as verdades que eu aprendera sobre a infinita bondade de Deus e sobre Sua criação. Todavia, fui tomado pelo medo, devido aos terríveis prognósticos e previsões que os outros jogadores haviam feito com relação ao longo tempo que seria necessário para minha recuperação — semanas, ou, até mesmo, meses. Um deles chegou a dizer que o tornozelo poderia sarar mais rápido se tivesse havido uma fratura.
Na manhã seguinte, eu estava me sentindo frustrado e desapontado devido a esse incidente, logo no segundo dia de nossas férias anuais. Rapidamente dei-me conta de que necessitava fazer duas coisas: uma era contatar uma praticista da Ciência Cristã, pedindo-lhe para me ajudar com um tratamento metafísico, e a outra era começar a expressar mais gratidão e paciência.
Passei a maior parte do dia com o pé em posição de repouso, enquanto lia a Lição Bíblica semanal, que consta do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, bem como artigos do Christian Science Sentinel. Os proprietários do chalé gentilmente me ofereceram algumas bengalas, e usei duas delas para ir mancando até um campo que ficava nas proximidades, no qual a conexão telefônica era melhor e havia sinal suficiente para eu telefonar para a praticista.
Pouco depois de começarmos a conversar, ela observou que eu fazia uma avaliação depreciativa de mim mesmo, vendo-me como uma pessoa sem valor. Ela me encorajou a me ver como o “magnífico” reflexo de Deus, o Espírito, que, eternamente, não pode ser afetado por circunstâncias materiais. Tenho de admitir que achei isso difícil. Pareceu-me presunçoso! Ela me recomendou também que analisasse os eventos de cada dia e substituísse todo pensamento autodepreciativo pelos fatos relacionados à minha verdadeira identidade como filho amado de Deus. Ela me orientou ainda a usar cada oportunidade para ser grato e glorificar a Deus.
No dia seguinte, consegui me locomover usando apenas uma bengala, da qual não mais necessitei no dia seguinte, embora ainda houvesse um pouco de desconforto. Trabalhando com as ideias mencionadas pela praticista, senti-me mais em paz e com mais paciência, e passei a reconhecer, com gratidão, a beleza do local em que estávamos. Logo em seguida, senti que podia e queria voltar a jogar badminton, o que fiz com um mínimo de restrição de movimentos.
Ao final da segunda semana, nosso filho, que estava hospedado em um albergue para estudantes em Londres, veio ficar conosco. Tanto ele quanto eu sempre gostamos mais de participar de atividades do que de relaxar e, por isso, apesar de estar feliz em vê-lo, fiquei um pouco apreensivo quando ele chegou. Então pensei em algo que Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Quando acontece um acidente, pensas ou exclamas: ‘Estou ferido!’ Teu pensamento é mais poderoso do que tuas palavras, mais poderoso do que o próprio acidente, para tornar real o ferimento.
“Agora inverte o processo. Declara que não estás ferido e compreende o porquê; verás que os bons efeitos que daí resultam estarão em exata proporção ao quanto deixas de crer nas leis físicas e és fiel à metafísica divina, em proporção à tua confiança em que Deus é Tudo, como as Escrituras declaram que Ele é” (p. 397).
Também me empenhei em negar e destruir a sugestão de que eu não tinha valor e não era digno de ser amado, e de que eu pudesse ser algo que não fosse a amada e amorosa expressão de Deus.
Certo dia, durante a visita de meu filho, alugamos caiaques e remamos ao longo da costa rochosa, explorando áreas remotas. No dia seguinte, pegamos ondas em pranchas de bodyboard. Para chegarmos à praia, tivemos de descer uma trilha longa e difícil, seguida de 155 degraus íngremes e irregulares (contei-os no caminho de volta!). Mas meu pé já não doía mais, e quase todo o inchaço e os hematomas tinham sumido.
Depois de levarmos nosso filho para pegar o ônibus de retorno a Londres, minha esposa e eu dirigimos três horas de volta para casa. No fim de semana seguinte, dirigi até o País de Gales, em uma viagem de oito horas, com meu outro filho e a família dele. Todos nós escalamos o Monte Snowdon, que é a segunda montanha mais alta do Reino Unido. Não houve desconforto nem falta de flexibilidade no pé durante essa alegre escalada, nem efeitos negativos posteriores. Essa foi, realmente, uma oportunidade maravilhosa de aproveitar o fim de semana com nossos familiares, com os quais raramente consigo estar.
Anotei as palavras de um hino ao qual recorri durante esse período de cura. Ele foi escrito por Minny M. H. Ayers, e começa assim:
Com o Amor seguindo vou;
Que santo dia é hoje, sim!
Não sinto mais cruel temor,
Pois Deus está bem junto a mim.
Em meu viver feliz eu sou;
Com o Amor, eu hoje estou.
(Hinário da Ciência Cristã, No. 139, trad. e adapt. © CSBD)
Sou imensamente grato por essa demonstração do sanador amor de Deus, e por haver aprendido a não deixar entrar em meu pensamento nenhuma sugestão de autodepreciação. Também agradeço pelas orações e percepção da estimada praticista.
Brian P. Roberts
Bournemouth, Dorset, Inglaterra  
 
    
