Durante muitos anos eu havia aceitado uma limitação física que se tornara para mim um modo de vida. Quando eu estava na quinta série, a professora disse à minha mãe que eu precisava de óculos. E acrescentou: “Ele não consegue ler o que escrevo no quadro-negro”. Mamãe providenciou óculos para mim, mas eu só os usava se realmente fosse necessário.
Aos dezesseis anos, fui tirar a carteira de motorista e me disseram que a carta viria com a restrição de ser obrigatório o uso de óculos, para dirigir. Então passei a usar óculos ao volante.
Muitos anos depois, já na meia idade, fui renovar a carteira e não passei no exame de vista. Disseram-me para trocar as lentes para um grau mais forte, antes de repetir o exame. Acontece que o optometrista disse que minhas lentes já tinham o grau mais alto que existe. Ele não podia fazer mais nada por mim.
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