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Original para a Internet

Aprender da maneira menos difícil

Da edição de abril de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 26 de dezembro de 2022.


Eu tinha a tendência de aprender as coisas da maneira mais difícil, mas estou começando a perceber que aprender da maneira menos difícil é melhor! Por “coisas” quero dizer lições de vida a respeito de como proceder — como reagir de maneira sábia aos altos e baixos do dia a dia. Reagir a situações, especialmente com raiva, nunca deu bom resultado, ao passo que responder com sabedoria, ponderação, calma, equilíbrio e domínio sempre dá certo.

Por exemplo, certa vez, quando meus filhos eram pequenos, ao entrar na cozinha vi um par de tênis jogados no chão, na passagem entre a parede e a mesa. Fiquei muito contrariada e furiosa, e pensei: “Que falta de consideração! Bem aqui onde alguém poderia tropeçar neles!” Peguei os tênis e os joguei furiosamente pela porta lateral no corredor que levava para a garagem.

Mais tarde, ao anoitecer, precisei pegar alguma coisa no freezer, que ficava na garagem, e… adivinhe — tropecei naquele mesmo par de tênis! Voltei para dentro de casa mancando, com uma grave lesão no tornozelo. Não demorou muito para eu compreender que não tinha lidado com o assunto da melhor maneira.

Depois de alguns dias de oração e calma reflexão, que me ajudaram a perceber a importância de expressar humildade, ordem e graça, voltei a caminhar normalmente. Ressoava em meu pensamento esta sábia instrução que eu recebera como resultado da situação acima: nunca reaja, apenas responda.

O elemento no pensamento que resiste a aprender as coisas da maneira “não tão difícil”, ou seja, com a graça e em espírito de oração, é o ego humano ou um senso pessoal de ego. Esse elemento pode fazer com que nossos pensamentos se percam na raiva, na indignação, na justificação própria, no ressentimento e mesmo no desejo de vingança. Enquanto o remorso ou uma compreensão melhor não subjugarem esses impulsos, estaremos propensos a enfrentar dificuldades.

Sou grata por saber que tais pensamentos podem ser corrigidos. Ou melhor, eles se dissolvem e voltam ao nada quando a luz da compreensão espiritual os revela como verdadeiramente são: um falso e invertido senso de individualidade. Em realidade, esse senso egotista é impessoal, e alega ser “ele”, “ela”, “eles”, “você” e, principalmente, “eu”. Mas, na verdade, ele não constitui a individualidade ou a identidade de ninguém. É simplesmente o falso senso de uma mente separada de Deus, a única Mente divina, que é infinita, e que sempre se expressa na individualidade espiritual de cada um.

Ao recorrermos a essa Mente perfeita para discernir como pensar e agir, esperando ouvir a sabedoria e não os impulsos de um senso equivocado de ego, nós nos afastamos do campo minado da reação negativa e aprendemos a expressar mais da natureza divina que nós, como filhos e filhas de Deus, somos concebidos para refletir. Seguir nosso caminho buscando em Deus, o Princípio divino, o Amor, ideias e sabedoria nem sempre é fácil, mas perder o domínio mental em uma névoa de negatividade e reações raivosas pode ser muito mais difícil. 

Silenciar esse senso errôneo de identidade separada de Deus requer vigilância, autoconhecimento e trabalho mental. Esse senso errôneo poderá tentar se infiltrar, disfarçado de nosso próprio pensamento, com alegações do tipo “estou aborrecido”, “estou com medo”, “estou confuso, indignado, orgulhoso, inseguro, superconfiante”, ou ainda, “sou incapaz, sou muito capaz”, e assim por diante. Será que é realmente a Mente divina, ou a autoexpressão da Mente, ou seja, o homem, que fala assim? Não. A verdadeira identidade, a sua, a minha e a de todos, declara em essência: “Sou o reflexo de Deus e meus pensamentos vêm de Deus”. E então tentamos ouvir o que a Mente divina está comunicando por meio do Cristo, que Mary Baker Eddy define em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras como “…a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332).

Cristo Jesus, cujas realizações notáveis ​​incluíam o ensino, a pregação e a suprema obra de cura que efetuou, deixou bem claro que essas realizações nada tinham a ver com a personalidade humana. Ele disse: “…Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus” (Marcos 10:18) e “Eu nada posso fazer de mim mesmo…” (João 5:30). E prometeu a seus seguidores que eles fariam aquelas obras e outras ainda maiores (ver João 14:12). Sem dúvida, em nossos esforços para realizar tais obras, precisamos começar com a mesma humildade, reconhecendo a Deus como a fonte de todo o bem. 

O progresso contínuo, que resulta de uma atitude humilde e receptiva, não é alcançado sem esforço. Ao contrário, esse progresso exige contínua e sincera oração, e esforço constante para nos familiarizarmos melhor com a natureza de Deus, e assim responder à orientação da sabedoria e do Amor, agindo de acordo com “Faça-se a tua vontade” (ver Mateus 6:10). Quanto mais aprendermos sobre a natureza divina, tanto mais seremos capazes de compreender e colocar em prática os pensamentos e as qualidades que são inerentes a nós, como imagem e reflexo de Deus.

Sou grata por estudar diariamente a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy, e por me esforçar para colocar em prática as verdades contidas nesses livros pois, dessa forma, estou aprendendo a viver e a amar da maneira menos difícil. E, quando o ego humano parece pronto para apresentar suas justificativas ilusórias, posso lidar com ele vendo-o como ele é — uma reivindicação ilegítima que alega ser minha individualidade. Então, substituo essa mentira por pensamentos e impulsos provenientes do Princípio orientador, que é o Amor, Deus, que está sempre próximo do coração receptivo. 

Esforço e dedicação são necessários para alcançarmos o crescimento espiritual e o progresso, que permitem que nos elevemos acima da materialidade rumo à consciência pura da realidade divina, espiritual, e de nossa verdadeira identidade como imagem perfeita de Deus, do Espírito.

Aprender da maneira menos difícil pode exigir muito, mas passar a vida tropeçando devido ao senso pessoal obscurecido, fundamentado na matéria, pode custar-nos muito mais. Sou muito grata pela maneira “não tão difícil” de aprender!

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