Algo maravilhoso acontece quando nos conscientizamos mais de nossa espiritualidade. Por espiritualidade estou me referindo ao fato de que nosso existir é espiritual e criado por Deus, de que todos nós somos criação de Deus — e de que nossa vida não é determinada por fatores materiais, mas sim pelas qualidades que a Mente divina infinita está eternamente nos propiciando. Quanto mais conscientes desse fato, mais temos a expectativa do bem. Além disso, descobrimos que a consciência do nosso existir espiritual nos dá tal energia que podemos cada vez mais usufruir do bem divino.
Até mesmo um pouco de espiritualidade começa a nos convencer de que nada é impossível para Deus. Vejamos o que aconteceu a Jesus. Não somente temos as maravilhas que ele trazia à tona nos outros, em termos de cura física e reforma de caráter, mas sabemos também que a consciência que ele tinha de sua união com Deus levou-o à ressurreição, vencendo a morte. No caso de um dos seguidores de Jesus, Paulo, eis alguém que perseguia os cristãos mas que, por meio de uma profunda revelação espiritual tornou-se um novo homem, dedicado a propagar a mensagem do Cristo. Ao dedicar-se ao que lhe fora revelado, ele foi descobrindo a energia divina e o que ela faz.
Com Paulo, temos realmente a sensação de que ele falava por experiência própria, inclusive quando disse: “Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1 Coríntios 6:14). Acho importante considerar a maneira como Paulo vivenciou essa “ressurreição” e as formas pelas quais nós também podemos vivenciar o que Paulo disse nesse versículo. Ele estava incluindo todos nós nessa ressurreição, que resulta em um novo foco, um novo propósito e um recomeço.
Tudo isso está fundamentado na compreensão da natureza espiritual de Deus e do universo. Embora nosso universo pareça material, em realidade ele é inteiramente consciência — o fruto do pensamento. Quando aquietamos o medo e a agitação, e acalmamos o senso de ego e a competitividade no pensamento humano, voltando-nos para Deus, vivemos de acordo com a essência do universo que é a expressão de Deus, a Mente divina — a expressão do Amor e de todas as boas qualidades que acompanham o Amor e que provêm do Amor. Chegando a esse senso da realidade do Amor que todos nós refletimos, por sermos a expressão de Deus, as coisas mudam. O Amor nos cura e traz bênçãos também para os que estão ao nosso redor.
Isso significa valorizar as qualidades divinas e nelas permanecer focados, pois são naturais e devem ser manifestadas. Essa é uma energia que aprendemos a reconhecer e a acolher em nossa vida. A Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreveu isto sobre a cura, em seu livro-texto: “Sintamos a energia divina do Espírito, que nos traz a uma vida nova e que não reconhece nenhum poder, mortal ou material, capaz de praticar destruição” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 249).
“Sentir” essa energia e vê-la atuar em nós é aceitar o fato de que tudo o que ocorre, em realidade, decorre dos pensamentos de Deus, o Amor divino, e que esses pensamentos movimentam, definem e determinam tudo. E esse tudo é a Vida. E nós comprovamos isso! A energia divina nos inspira a desejar o bem para todos. Às vezes, parece apenas uma simples aspiração mas, em seguida, sentimos o impulso e a disposição de trabalhar para o bem. Torna-se uma verdadeira força motriz dentro de nós.
Deus nos leva a demonstrar Suas qualidades, a fim de iluminar o universo com o senso da presença divina, e a mostrar que a verdade sobre quem realmente somos já é um fato real.
Demonstrar a verdade a respeito da cura exige um comprometimento, que Mary Baker Eddy, a Fundadora do movimento da Ciência Cristã, descreveu da seguinte maneira: “Estamos nós devidamente cientes de nossas grandes oportunidades e responsabilidades? Estamos preparados para cumpri-las e aproveitá-las ao máximo, para agir de acordo com o apogeu da energia divina da qual estamos revestidos?
“Nunca houve um chamado mais solene e imperioso do que o que Deus faz a todos nós, agora mesmo, a que tenhamos devoção fervorosa e consagração absoluta à maior e mais sagrada de todas as causas” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 177).
Vivenciar a energia divina é estar engajado na obra de expressar e manifestar o grande bem que Deus está fazendo, que realmente está fazendo. Na verdade, Deus está fazendo tudo, todo o bem. À medida que nos rendemos a essa realidade, ganhamos mais energia e saúde para continuar provando que tal energia é a realidade.
Isso significa muita oração — uma vida de mais oração. Por um lado, isso não quer dizer orar o dia todo, todos os dias, pensando que não há nada a fazer senão apreciar o que Deus já fez. Por outro lado, não corremos de um lado para outro tentando fazer as coisas e dizendo: “Olhem para mim. Vejam o que estou realizando”. Vamos nos levantar pela manhã e fazer coisas — coisas que Deus nos guia a fazer. O desejo de ser uma testemunha de Deus me levou a compartilhar ideias que ajudaram outras pessoas, bem como as inspiraram a elas mesmas fazerem o bem. Isso me estimula em meu trabalho de crescimento espiritual e me permite acordar revigorado pela manhã. Com isso vem o desejo de orar e enfrentar o dia, confiante no poder de Deus.
Algumas pessoas talvez acreditem que esse seja um processo da mente humana e não algo que vem de Deus. No entanto, a mente aberta para reconhecer o poder divino nos conduz naturalmente a níveis mais elevados de realizações, de resistência e alegria que não seriam possíveis para a chamada mente humana. Esse reconhecimento do poder de Deus deixa claro que a doença e outras condições, que parecem ser determinadas pela matéria, de fato não têm nenhum fundamento e nenhum poder para interferir em nossa vida. Isto é o que Ciência e Saúde descreve como algo que “…nos traz a uma vida nova e que não reconhece nenhum poder, mortal ou material, capaz de praticar destruição”.
A energia divina revela ideias grandiosas e nos leva a encontrar novas maneiras de expressar as qualidades e a obra de Deus. À medida que procurarmos o caminho mais elevado e mais completo para fazermos parte dessa energia, sentiremos a alegria de andar nesse caminho.
