A Páscoa, a celebração da ressurreição de Jesus após a crucificação, é um fundamento importante do Cristianismo. Antes de começar a estudar a Ciência Cristã, eu achava a Páscoa um evento triste. Ficava pensando no que é que havia para celebrar na última ceia de Jesus com os discípulos, no julgamento injusto que lhe fora imposto e em sua agonia na cruz. Para mim, esses eventos obscureciam a ressurreição e a ascensão. Contudo, com o estudo da Ciência Cristã, comecei a perceber o significado espiritual e, portanto, a alegria da Páscoa.
O quarto fundamento da Ciência Cristã, o qual consta de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, escrito por Mary Baker Eddy, me ajudou, à medida que eu aprofundava minha compreensão da Páscoa. Nele, lemos: “Reconhecemos a obra de reconciliação realizada por Jesus como evidência do eficaz Amor divino, que desdobra a unidade do homem com Deus por meio de Cristo Jesus, aquele que mostrou o Caminho; e reconhecemos que o homem é salvo por meio do Cristo, por meio da Verdade, da Vida e do Amor, como foi demonstrado pelo Profeta da Galileia ao curar os doentes e ao vencer o pecado e a morte ” (p. 497).
Ao compreender a importância espiritual da Páscoa, minha gratidão pelo “intenso sacrifício humano” de Jesus (ver Ciência e Saúde, p. 54) não diminuiu; pelo contrário, deu-me uma compreensão mais profunda e prática da vida e do ministério de Jesus, os quais eram alicerçados puramente no Amor. Hoje, a importância da Páscoa para mim está nas oportunidades de superar o pesar e de perdoar, demonstrando o amor tangível de Deus por todos.
A luta de Jesus no Getsêmani mostra que ele foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança” (Hebreus 4:15). O significado espiritual de Getsêmani, dado em Ciência e Saúde, diz, em parte: “...amor que não vê retorno, mas ainda assim permanece amor” (p. 586). Essa é a base cristã do perdão que Jesus demonstrou ao perdoar aqueles que, de modo cruel e injusto, o crucificaram, bem como a Pedro, que negou conhecê-lo, e também aos outros discípulos que o abandonaram na hora em que ele mais precisava de ajuda. Ao pensar a respeito do exemplo de Jesus, percebi que eu também tenho a graça necessária para perdoar.
A compreensão espiritual da mensagem que a Páscoa traz é uma fonte de profundo conforto. Ao submeter-se ao sofrimento da crucificação, seguido de sua gloriosa ressurreição, Jesus demonstrou, sem sombra de dúvida, que a morte é uma crença mortal, e não a verdade do existir. Ele provou que a Vida, Deus, é eterna, portanto, assim como o Cristo, nenhum dos filhos e filhas de Deus está sujeito à morte. É importante sabermos que a vida de um ente querido continua ininterrupta e ilesa, principalmente neste período em que o mundo continua lidando com os efeitos da pandemia e lutando por se recuperar.
A Páscoa deixa claro o porquê e como Cristo Jesus é o caminho da salvação. A Páscoa tem a ver com o pensamento ressurrecto, espiritualizado, que continua a progredir, ou ascender, ao compreendermos melhor o que é Deus. Aqueles que buscaram a Jesus no sepulcro receberam a notícia: “Ele não está aqui; ressuscitou...” (Mateus 28:6). Nós também temos a capacidade de olhar constantemente para o alto e mais além do errôneo senso sepultado de vida mortal na matéria, em direção ao senso da vida em Deus, senso esse espiritual, alegre e iluminado pelo Cristo. Essa compreensão mais elevada pode ser comprovada de maneira prática, por meio da cura.
