Uma das mais belas ilustrações simbólicas das Escrituras aparece no último capítulo do Apocalipse: “Então, [o Anjo] me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro” (Apocalipse 22:1).
A água é mencionada inúmeras vezes na Bíblia como símbolo da Palavra de Deus (ver, por exemplo, Isaías 55:10, 11), portanto, esse “rio da água da vida” está evidentemente fluindo do trono (simbolizando a onipotência de Deus), para nos purificar e curar e, ainda mais, para nos trazer o conhecimento do Deus vivo e do Seu Cristo — e do nosso relacionamento inquebrantável com Deus, por sermos Seus amados filhos e filhas.
Um pouco mais além, no mesmo capítulo do Apocalipse, João escreve: “O Espírito e a noiva dizem: Vem! …e quem quiser receba de graça a água da vida” (v. 17). Que contraste nos é apresentado aqui, entre esse rio aberto e convidativo da Palavra, do conhecimento de Deus, e o conceito comum e generalizado de que Deus Se esconde de nós, e que simplesmente temos de aceitar que não podemos conhecê-Lo — nem mesmo termos a certeza de que Ele existe. A imagem do rio mostra que Deus não está separado de nós, mas está sempre e eternamente Se revelando a nós por meio do fluir irreprimível da Palavra, em cumprimento da promessa bíblica: “Todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e será grande a paz de teus filhos” (Isaías 54:13). Que grande conforto é compreender isso quando, às vezes, parece que fomos lançados em um labirinto de problemas, sem nenhum mapa! Na verdade, podemos sim conhecer a Deus e ver claramente Seu caminho de amor, bem à nossa frente, “brilhante como cristal”. (É importante notar que a palavra grega traduzida como “brilhante” em Apocalipse 22:1 é lampros, que também significa “radiante” [conforme o dicionário “Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible”]; nossa palavra lâmpada provém da mesma raiz grega — tudo isso para dizer que o rio da Palavra é luminoso, além de brilhante, de tal forma que todos podem vê-lo).
Será que a promessa de que todos seriam “ensinados do Senhor” por meio da Palavra, parece abstrata, absurda, incerta? Essa promessa é o tema da Bíblia. Aliás, a própria existência da Bíblia é, em si mesma, a evidência de que Deus está diretamente nos ensinando. As Escrituras dizem: “…nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Isso descreve bem a origem da Palavra inspirada que encontramos nas páginas da Bíblia. Aliás, visto que essa Palavra nos foi dada por Deus, podemos recorrer a ela com toda a confiança de uma criancinha que vai para um pai amoroso, em busca de orientação. Inúmeras pessoas fizeram isso, ao longo dos tempos, mesmo sob as mais difíceis circunstâncias, e assim doenças foram curadas, relacionamentos rompidos foram restaurados, emprego e propósito foram encontrados.
Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã e fundou A Igreja de Cristo, Cientista, era uma mulher que falou “movida pelo Espírito Santo”, e os Cientistas Cristãos consideram seus escritos publicados como sendo o desdobramento do Consolador, do Confortador prometido por Cristo Jesus, a respeito do qual ele mesmo disse: “…vos ensinará todas as coisas…” (João 14:26). Um dos primeiros trabalhadores na Ciência Cristã, Calvin Hill, conta que nossa Líder achava importante aceitar como verdade apenas o que nos é dado por Deus, e também relata que certa vez ele disse a ela: “Tenho estudado seu livro Ciência e Saúde e seus outros escritos, nos últimos quatro anos, e se o que me é dito por um de seus próprios alunos, ou por um dos alunos de seus alunos, não tiver respaldo ou comprovação nos seus escritos, não dou crédito às declarações deles, absolutamente nenhum crédito!” A resposta dela é muito instrutiva, pois foi: “Meu filho, meu filho, meu filho, estás em segurança, estás em segurança, estás em segurança!” (We Knew Mary Baker Eddy, Expanded Edition, Vol. I, [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Edição Ampliada, Vol. 1], p. 336).
Pode-se dizer sobre Calvin Hill que ali estava um homem que teve bom senso suficiente para beber diretamente daquele puro “rio da água da vida” e que não aceitou a poluição da opinião humana. Não é exatamente isso o que precisamos fazer? A tentação de nos basearmos nas opiniões dos outros, a respeito da Palavra de Deus — seja na opinião de um amigo ou naquela encontrada em comentários bíblicos ou em alguma outra fonte — em vez de mergulharmos na própria Palavra encontrada na Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy, é uma tentação que muitas vezes nos atrai com força. Mas imagine como seria, se os cristãos, durante os séculos que se seguiram aos últimos dias de Jesus, tivessem olhado de modo mais consistente para a Palavra inspirada da Bíblia, em vez de se preocuparem com os concílios, e com a estereotipada aparente sabedoria dos homens, para decidir qual era a verdade! Talvez a Idade das Trevas pudesse ter sido a Idade da Luz.
Claro, isso não quer dizer que não haja momentos em que a ajuda de outras pessoas seja valiosa para indicar o verdadeiro caminho. Em particular, que valor inestimável há nas atividades vivificantes que Deus providenciou para nós aprendermos mais sobre a Ciência Cristã, detalhadas no Manual dA Igreja Mãe, que a Sra. Eddy nos legou. Seja sob a forma de cultos na igreja, ensinamentos da Escola Dominical, ensino no Curso Primário, conferências, os vários periódicos e publicações da Ciência Cristã disponíveis nas Salas de Leitura da Ciência Cristã, ou as atividades do Comitê de Publicação, cada uma dessas atividades é um canal indispensável para a demonstração destas palavras da Bíblia: “Eis que Deus se mostra grande em seu poder! Quem é mestre como ele?” (Jó 36:22). As bênçãos mais ricas fluem dessas correntes vivas da Igreja, e é uma alegria profunda e um bálsamo sanador mergulhar nelas.
Mas, em todos os canais mencionados acima para mergulharmos mais fundo na Ciência Cristã, é o próprio rio da Palavra que nos nutre, fluindo diretamente de Deus. Aliás, não foi exatamente isso que Cristo Jesus exemplificou? Podemos tirar uma lição de como ele inspirou dois discípulos entristecidos, que estavam na estrada de Emaús, após a crucificação do Mestre e sua ressurreição — talvez fosse difícil demais acreditar nessa última notícia. Em muito pouco tempo, fez com que o coração ardesse dentro deles — “…quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras” (Lucas 24:32). E como foi que ele lhes abriu as páginas inspiradas? Assim: “…começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lucas 24:27). Jesus havia levado esses dois discípulos desanimados diretamente para as Escrituras — especialmente para as mensagens proféticas a respeito da vinda do Messias — e assim elevou seus pensamentos, e fez com que eles recuperassem a visão espiritual e confiassem novamente na missão de Jesus.
Às vezes, ainda hoje cedemos e fraquejamos sob as pressões do mundo, como aqueles discípulos que iam para Emaús. As mesmas dúvidas que os assolavam talvez nos assolem também: será que aquele em quem eu confiei como Redentor é realmente verdadeiro, quando a situação do mundo parece tão obscura e sem esperança, e a Verdade tão longe de prevalecer? Mas, felizmente, nós também podemos confiar e crer nas Escrituras e em suas profecias, a fim de romper a escuridão e nos fortalecer; pois as Escrituras confirmam que a Ciência, o “…fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado” (Mateus 13:33), vem de Deus e, portanto, está sempre viva para nos confortar e nos curar, não importa se parece que estamos “em solidão” (Mary Baker Eddy, Poems [Poemas], p. 14).
A Sra. Eddy, que amava e estudava profundamente a Bíblia, aparentemente achou revigorante a “antiga profecia”, ao escrever: “Hoje é para mim uma maravilha que Deus tenha me escolhido para esta missão, e que o meu trabalho de uma vida inteira tenha sido o tema da antiga profecia e eu, a escriba de Seu infinito caminho de Salvação!” (Yvonne Caché von Fettweis e Robert Townsend Warneck, Mary Baker Eddy: Christian Healer, Amplified Edition, [Mary Baker Eddy: Uma vida dedicada à cura, Edição Ampliada], p. 207). Quando nós também discernimos esse tema da profecia bíblica, que confirma a autoridade divina da Ciência Cristã, porventura não arde nosso coração, como nos primeiros tempos do Cristianismo, derretendo dúvidas e inspirando uma maior determinação para seguirmos em frente como sanadores?
A Palavra divina está sempre nos chamando, fazendo com que nos voltemos para nosso terno Pastor, a fim de que Ele satisfaça todas as nossas necessidades. É para nós a coisa mais natural do mundo atender a esse chamado com entusiasmo, e quanto mais cedo, melhor. Cada um de nós pode arregaçar as mangas e aprofundar o estudo, tanto da Bíblia como da chave da Bíblia, a qual é Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Temos de parar de procurar opiniões e “crenças humanas (estabelecidas por hierarquias…)” (ver Ciência e Saúde, p. 24), não importando quão seguidas e amplamente respeitadas elas sejam, e nos volver de todo o coração somente para nosso Pai celestial, nosso professor permanente, a fonte de todo o verdadeiro conhecimento e luz. Com alegria, podemos entrar nas águas puras e saudáveis do rio da Vida e sorvê-las.
