Todos os anos, no início das férias de verão, eu passava uma semana “acampando” com minha irmã mais nova na casa de minha tia. Nós andávamos a cavalo, brincávamos com os animaizinhos de estimação, tínhamos atividades artísticas, cozinhávamos, nadávamos e aprendíamos mais a respeito de Deus.
Certa manhã, enquanto nos aprontávamos para ir à Escola Dominical da Ciência Cristã, minha irmã e eu estávamos esquentando tortinhas recheadas na torradeira. Eu não percebi que ela havia ajustado o equipamento para a potência máxima. Então, quando fui tirar uma das tortinhas da torradeira e a parti, o recheio, que estava muito quente, espirrou e queimou minhas mãos. Fiquei apavorada com as bolhas grandes que se formaram.
Quando contei à minha tia o que havia acontecido, eu tive a certeza de que ela estava orando por mim. Ela enfaixou minhas mãos, e todos nós entramos no carro para ir à igreja.
Eu estava chateada com minha irmã. Por que ela havia ajustado a torradeira para uma temperatura tão alta, sem me avisar? Será que eu não conseguiria mais participar das atividades divertidas que estávamos planejando para a semana seguinte?
Eu me sentei para assistir à aula da Escola Dominical, mas o que queria mesmo era estar em qualquer outro lugar. Parecia que Deus havia me abandonado, permitindo que eu sentisse aquela dor; achei que a semana estava arruinada. Mas, quando cantamos os hinos e eu ouvi as ideias trocadas durante a aula, a raiva passou. Percebi que minha irmã não havia tido a intenção de me machucar, e que Deus, que está sempre presente e é o Amor divino, não havia me abandonado. Eu me lembrei das curas que já tivera e que sempre me faziam sentir mais próxima dEle. Essa era apenas outra oportunidade para me sentir assim. Fiquei refletindo sobre essas ideias e, à noite, já não sentia dor nenhuma.
Alguns dias depois, meu tio trouxe mais um cachorrinho para casa. Seu nome era Tuck, e nós estávamos muito empolgadas, brincando com ele. Certo dia, quando minha irmã e eu estávamos andando a cavalo, o Tuck disparou lá do outro lado da cerca e veio parar junto aos cascos de meu cavalo. Ele estava preso à coleira, mas, antes que fosse puxado para trás, o cavalo pisou sua pata. O Tuck estava sentindo dor, e minha tia achou que toda a pata e o quadril dele também poderiam estar machucados. Então, nós o trouxemos para dentro de casa.
Perguntei à minha tia se eu poderia ficar sozinha com o Tuck por alguns minutos, porque queria orar por ele. Peguei o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, que foi escrito por Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã. Como eu já havia lido esse livro outras vezes, quando precisara orar a respeito de um assunto, eu sabia que a leitura, naquele momento, ajudaria o Tuck. Abri o livro nesta frase: “O mesmo Amor divino que tornou inofensiva a víbora venenosa, que livrou os homens do óleo fervente, da fornalha ardente, das garras do leão, pode curar os doentes em todas as épocas e triunfar sobre o pecado e a morte” (p. 243).
Depois de ler esse trecho em voz alta, eu disse: “Esse mesmo Amor divino pode livrar o Tuck do casco do cavalo”. Olhei para ele, que estava sentado calmamente ao meu lado, e tive a certeza de que ele estava bem. Fui invadida por um sentimento puro e muito forte de amor pelo Tuck. Nunca havia sentido algo assim. Não era um amor humano por ele — eu estava sentindo a presença do Amor divino, Deus, e sabia que o cavalo e o Tuck também expressavam o Amor e podiam senti-lo. Eu me senti envolvida nessa divina presença amorosa, e desfrutei dela enquanto abraçava o Tuck.
Pouco tempo depois, ele pulou da cadeira e começou a correr em círculos pela sala, todo alegre. Podia se dizer que sua pata estava totalmente bem. Também, por acaso, olhei para minhas mãos e, no local onde alguns minutos antes havia queimaduras, a pele estava perfeitamente normal. Eu havia sido curada instantaneamente, da mesma forma que o Tuck, só por sentir a presença do Amor. Fiquei muito feliz.
Poucos dias depois, quando estávamos à mesa na sala de jantar, o Tuck correu para debaixo de minha cadeira no momento em que eu me levantava, e a mesma pata ficou presa sob a perna da cadeira. Fiquei com receio de tê-lo machucado, mas parei antes de concordar com esse pensamento. Eu tinha acabado de testemunhar uma cura maravilhosa. Como era possível não ver o Tuck perfeito, o tempo todo? Eu não podia aceitar que houvesse efeitos de um acidente. O Tuck continuou correndo tão livremente quanto antes. A cura foi completa, e ele continua muito bem.
Essa experiência me mostrou que a cura não precisa levar muito tempo para acontecer. Pode até ser instantânea. Apenas sentir a presença de Deus pode ser o suficiente. Eu sou muito grata à Ciência Cristã.
