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Original para a Internet

“Pastor, lava-os … para que fiquem brancos como a lã”

Da edição de maio de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 15 de janeiro de 2024.


Atualmente, é cada vez mais necessário que sejamos amorosos uns com os outros. Na mídia em geral, disseminam-se a retórica divisionista e as falsas acusações, e os insultos são comuns. Na vida pessoal, muitos relacionamentos estão tensos. O que será preciso para aprendermos a ser mais amorosos? Encontramos uma pista na última estrofe do poema “Apascenta as minhas ovelhas”, de autoria de Mary Baker Eddy, na tradução literal publicada no livro Escritos Diversos 1883–1896:

Portanto, quando vem a noite fria,

firam glória ou dor,

guia Teus cordeiros ao redil,
toma-os em Teus braços;

alimenta o faminto, conforta o coração,
até o raiar da manhã;
Pastor, lava-os antes de partirem,
para que fiquem brancos como a lã.
(p. 398)

O que é que nos purifica e lava os sentimentos de raiva e ódio de nosso pensamento? O que é que nos permite cumprir com nosso dever — essencial para a salvação do mundo — de nos amarmos uns aos outros? Quando nos dispomos a deixar de lado o orgulho e a presunção de uma retidão pessoal, e humildemente buscamos a orientação divina, a verdadeira natureza de Deus e de Sua expressão, o homem, é revelada em nosso coração.

Pode parecer impossível amar diante do ódio. É comum acreditar que amar alguém significa gostar de estar perto dessa pessoa, mas que é impossível gostar de um indivíduo desagradável. Ao nos recomendar que amemos uns aos outros, será que Jesus estava nos pedindo para amar uma pessoalidade mortal, inclusive uma que seja odiosa e ofensiva?

Os escritos da Sra. Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, revelam a distinção entre a pessoalidade humana e a natureza espiritual de cada um de nós, como a imagem e semelhança de Deus. Em sua obra principal, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela declara: “A pessoalidade não é a individualidade do homem”, “O homem é ideia, a imagem, do Amor; ele não é físico” e “O Amor divino é infinito. Portanto, tudo o que realmente existe está em Deus, é de Deus, e manifesta o Seu amor” (pp. 491, 475, 340).

O exemplo de Jesus nos mostra como podemos ser mais amorosos: recorrendo a essas verdades em nossa vida diária e reconhecendo que o homem é a ideia de Deus, exatamente ali onde a vista mortal vê apenas a imperfeição. É essa percepção correta do homem como a expressão de Deus que traz cura e permite que amemos nosso próximo. 

Em um determinado momento de minha carreira, tive de enfrentar o que me parecia ser a maneira agressiva de um colega. Pareceu intolerável continuar trabalhando com ele. Encontrei emprego em outro lugar, mas, logo de início, deparei-me com outra pessoa difícil. Era como se, aonde quer que eu fosse, houvesse alguém que perturbava minha paz.

Comecei a compreender que eu precisava considerar esse problema mais profundamente, a partir da base cristãmente metafísica da Ciência divina. Quando comecei a examinar meu próprio pensamento, percebi que eu estava carregando comigo a crença de que o homem era mortal e material. Ao recorrer ao livro Ciência e Saúde, encontrei esta declaração: “Imperturbada em meio ao testemunho gritante dos sentidos materiais, a Ciência, que permanece soberana, está desdobrando para os mortais o imutável, harmonioso, divino Princípio — está desdobrando a Vida e o universo, sempre presentes e eternos.

“O homem de Deus, criado espiritualmente, não é material, não é mortal” (p. 306). 

Comecei a compreender que, ao manter essa perspectiva mortal, eu estava aceitando o testemunho gritante dos sentidos materiais como se fosse algo real. Corrigir isso era responsabilidade minha, não da outra pessoa. 

Eu me perguntei do que eu estava fugindo. Seria do homem criado por Deus? Claro que não! Dei-me conta de que, quando nos sentimos ofendidos, estamos agindo a partir de um senso material das coisas, que pode fomentar o orgulho, a vontade própria e o egotismo. Estamos vendo, não somente os outros, mas também a nós mesmos, como seres mortais. Para superar isso é necessário ter humildade — a disposição de abandonar o senso errôneo a nosso respeito e a respeito dos outros. Em um artigo intitulado “Sentir-se ofendido”, publicado em Escritos Diversos, de autoria da Sra. Eddy, lemos: “Não deveríamos ficar ofendidos por nada, a não ser por nossos próprios erros” (p. 224).

Mantendo-nos no padrão mais elevado do Cristo, o ideal espiritual de Deus, podemos afirmar nossa união com o Criador, Deus. Podemos reconhecer que nossa verdadeira identidade é inteiramente espiritual e, portanto, não pode ser afetada pelo pensamento materialista, que não tem origem nem autor e, por isso, não pode se manifestar. Deus é a única fonte, e nossa verdadeira identidade emana dEle. 

No Sermão do Monte, Jesus pergunta: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” (Mateus 7:3). Da mesma forma, o apóstolo Paulo nos adverte: “…no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas” (Romanos 2:1). 

Eu, praticando as mesmas coisas? Pois era verdade! Algumas vezes eu ficava tão mesmerizada com as ofensas que os outros me dirigiam, que reagia de modo desagradável. Era grande a tentação de ficar obcecada pelo problema e remoer o assunto, bem como de contar aos outros o que havia acontecido. Mas, com a oração, compreendi que aquilo que nos irrita muito e perturba nossa paz não é o indivíduo criado por Deus, mas a aceitação da crença errônea de que o homem mortal seja real. Essa percepção incorreta é uma imposição estranha ao nosso pensamento, e é em nosso pensamento que deve ser corrigida.

Com a nova disposição de ser humilde, comecei a buscar quaisquer características positivas que as outras pessoas tivessem, como um talento artístico, a perseverança, a perspicácia, a lealdade ou a gentileza. Mesmo que encontrasse apenas um desses atributos, eu persistia na busca, compreendendo que as boas qualidades não se originam na matéria, mas são a evidência da manifestação do Espírito divino, Deus. Logo comecei a ver em meu próximo o Cristo, em vez de uma pessoalidade mortal.

Pelo fato de que Deus é Tudo, não existe nada fora dEle. Coisa alguma pode macular a expressão perfeita de Deus, ou seja, o homem imortal. Não existe nenhuma fonte maligna que possa criar um mortal imperfeito, nem mal algum para tentar o homem de modo hipnótico, fazendo-o acreditar em uma expressão de Deus que não seja harmoniosa. Sob essa luz, podemos perceber que todos são indivíduos retos e puros, que expressam a Deus. Assim fazendo, teremos deixado o Amor purificar nosso conceito a respeito deles em nosso pensamento. 

Manter um conceito errado acerca de nosso próximo é prática mental errônea. Por outro lado, acalentar um conceito espiritual verdadeiro abençoa o próximo, assim como a nós mesmos. Nossa disposição de fazer isso é o Amor em ação. Deixemos as águas puras do Amor fluírem livremente em nossa consciência, purificando a percepção a respeito de nós mesmos e de todos aqueles sobre os quais repousa nosso pensamento.

Quando fiz isso, comecei a sentir a paz celestial do Amor divino comigo em todo lugar. Não sentia mais a necessidade de fugir de outras pessoas, mas conseguia amá-las e permanecer imperturbada diante de comportamentos desagradáveis. Até notei que esses comportamentos diminuíram, quando passei a aplicar essas verdades.

Seja em casa, na igreja, nos negócios ou na vida em geral, reconhecer as outras pessoas como Deus as vê é libertador — tanto para nós, quanto para os outros.

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