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Original para a Internet

EDITORIAL

O Amor não foi embora

Da edição de agosto de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 30 de outubro de 2023.


Uma noite, depois do falecimento de minha esposa, eu estava deitado, no vazio do silêncio, quando me lembrei do que uma praticista da Ciência Cristã certa vez dissera a mim e à minha esposa. Ela sugeriu que pensássemos na substância material chamada “ar” que sabemos estar presente, em toda parte, à nossa volta, mas que é invisível. Da mesma forma, nos encorajou a reconhecer algo que é invisível, mas que está realmente sempre presente e envolve a todos nós. É o Amor divino, Deus. Então, na escuridão da noite, orei para compreender que o ar à minha volta é um símbolo, ou metáfora, de algo muito maior — a constante presença espiritual e infinita do Amor, exatamente onde eu me encontrava naquele momento. Foi quando uma nítida ideia sanadora me veio ao pensamento: “O Amor não foi embora desta casa”. 

Talvez nossa vida pareça o oposto disso. Em lares do mundo todo, acontecimentos trágicos são lembrados como momentos de grande pesar por aqueles que perderam marido, mulher, filho, filha, ou outro ente querido, devido a um ataque terrorista ou outros eventos funestos. Alguns lares talvez ainda sintam a ausência da pessoa querida, do riso tão familiar, ou da valiosa presença de alguém, ainda que a pessoa estivesse em aposento diferente, ocupada com suas próprias atividades.

A ausência de um ente querido pode assumir muitas formas — morte, divórcio, separação. No entanto, o que verdadeiramente nos conecta uns aos outros, independentemente do lugar em que estejamos, é o Amor, o Espírito divino que é Deus, o Tudo-em-tudo. 

Visto sob a luz da onipresença do Amor divino, o amor que sentimos com a presença de alguém é, na verdade, uma manifestação do amor do Amor por nós, refletido na outra pessoa. Embora seja natural sentir a falta de alguém, a Bíblia nos assegura que “…a bondade de Deus [o Amor] dura para sempre” (Salmos 52:1).

As Escrituras também descrevem as bênçãos duradouras do Amor. Ao referir-se a Deus, o Salmista disse: “…na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmos 16:11). Diante de uma perda pessoal, podemos apoiar-nos nas promessas da continuidade de Deus, do bem divino e da alegria inabalável de sentirmos a presença do Amor. O que provém de Deus sob uma determinada forma, pode encontrar nova expressão à medida que nosso coração se abre ao contínuo amor do Amor, por nós e por todos. A substância do Amor nunca vai embora, por isso, só não está mais visível para nós uma determinada forma de amor, à qual estávamos acostumados. 

Isso também é verdade para aqueles que não mais estão presentes em nossa vida. O Amor nunca os abandona, pois sua individualidade continua, fora do alcance de nossa vista, mas nunca fora da Vida, Deus. 

Vários relatos bíblicos, em especial o que retrata a ressurreição de Jesus, mostram que a vida é mais do que uma existência material limitada, como aparenta ser. Quando Jesus disse que o reino dos céus está dentro de nós, ele descreveu nossa verdadeira morada, a Vida espiritual, que continua inabalável, tanto aqui como no além. Esta é a harmonia da realidade, do “universo invisível” e do “homem espiritual”, como diz Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 337).

Não importa quão real pareça ser a imagem apresentada pelos sentidos materiais — de que alguém importante para nós esteja agora sem vida — na verdade, não há idas e vindas entre a Vida e a perda. A morte é a percepção material do observador, mas não é o estado real daqueles que consideramos terem falecido, porque a Vida é o bem imutável do Espírito. Ciência e Saúde delineia assim o estado contínuo desta existência: “A Vida é Deus, por isso a Vida tem de ser eterna e autoexistente. A Vida é o eterno Eu Sou, o Ser que era, e é, e há de ser, e nada pode fazer com que Ele desapareça” (pp. 289–290).

Não há uma única partícula de vazio na Vida eterna autoexistente, e reconhecemos que isso é verdade para os que não estão mais conosco, sabendo que esse fato também é verdade para nós. Ou seja, pouco a pouco, aceitamos e demonstramos o firme e divino abraço de Deus, como descrito neste hino confortador:

Braços do eterno Amor
Ao redor de tudo estão,
Deus a salvo me conduz,
Firme apoio Deus me dá.

(John R. MacDuff, Hinário da Ciência Cristã, 53, trad. e adapt. © CSBD)

Esse é o Amor que nunca vai embora de nossa casa, de nosso coração, de nossa vida. Devemos não apenas silenciosamente reconhecer, mas também admitir e sentir, compreender, expressar e sempre buscar o amor — e, como afirmou Jesus, amar de todo o nosso coração, alma, força e entendimento (ver Lucas 10:27). 

Em todas as circunstâncias, essa consciência da Vida, que é o Amor, é nosso verdadeiro lar, o verdadeiro lar universal de todos, que inclui nossos entes queridos, de onde nem eles nem nós jamais saímos.

Tony Lobl
Redator-Adjunto

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