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Original para a Internet

Esperança para o coração solitário

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 4 de novembro de 2021


Considerando a enorme população deste planeta, é surpreendente que tanta gente sinta solidão e tristeza. Muitas vezes ouço pessoas contando quão solitárias se sentem, mesmo quando aparentam exatamente o contrário. Elas estão rodeadas pela família e pelos amigos, e a vida que levam possui todos os elementos que o mundo considera necessários para a felicidade e a realização pessoal. Mas eu sei o que elas estão passando.

Há muitos anos, com filhos pequenos, eu me sentia bastante insatisfeita, triste e sozinha, embora parecesse ter todo o necessário para ser supremamente feliz: uma linda família, composta de um marido atencioso e dois garotinhos muito ativos. Tínhamos uma casa que amávamos, parentes e amigos chegados. Tanto eu como meu marido tínhamos excelentes empregos.

Faz muito tempo que, ao sentir alguma inquietação, costumo volver meus pensamentos a Deus em oração, para encontrar as respostas de que preciso. Foi o que fiz nessa ocasião. Eu queria muito encontrar uma resposta para dar fim aos pensamentos de solidão e infelicidade. Graças ao estudo espiritual, eu conhecia bem as palavras e obras do Mestre cristão, Jesus, bem como as leis da cura cristã, que Mary Baker Eddy expôs em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Então, comecei a procurar as verdades espirituais que me confortariam. Nessa busca, ao volver-me a Deus em profundo anseio, veio-me a mensagem sonora e clara: “Você está desnutrida espiritualmente”.

Quando ouvi essa mensagem, entendi exatamente o que significava. Com toda a correria do meu dia a dia, eu perdera de vista meu inquebrantável relacionamento com Deus. Precisava dedicar mais tempo, e mentalmente abrir mais espaço, para aprender mais sobre a natureza de Deus. Por ser meu Criador, Ele me daria o sustento espiritual que traz felicidade.

Além disso, vi muito claramente que meus pensamentos haviam se tornado por demais egocêntricos. Embora amasse muitíssimo minha família, eu vinha me sentindo desapontada por ter de fazer sacrifícios por meus filhos e por meu marido. O que ocorrera com meus próprios objetivos e interesses? Com certeza, essa era uma pergunta perfeitamente compreensível, mas será que a solução seria fazer mais autoanálise? Não me pareceu que isso me faria mais feliz. Ao contrário, o que me veio foi isto: direcionar meus pensamentos mais para fora do que para dentro, pensar mais no próximo do que em mim mesma, e incluir até mesmo aqueles que não fazem parte de minha família; isso sim me libertaria do problema que vinha sentindo.

Este trecho de um dos escritos de Mary Baker Eddy descreve meu sincero desejo: “Se esse coração, humilde e confiante, pedir fielmente ao Amor divino que o alimente com o pão celestial, com saúde e santidade, ele será moldado para se tornar merecedor de ter seu desejo atendido; então, afluirá a ele ‘a torrente de Suas delícias’, o afluente do Amor divino; e um grande crescimento na Ciência Cristã se seguirá — ou seja, aquela alegria que encontra o próprio bem no bem que proporciona a outrem” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 127). As coisas não mudaram de um dia para outro, mas encontrei o caminho para me livrar dos pensamentos de solidão, quando adotei um modo diferente de enxergar meu mundo. Comecei a ler mais a Bíblia, principalmente os ensinamentos de Jesus, juntamente com Ciência e Saúde. Esses dois livros ajudaram a despertar em mim a consciência de que o amor de Deus estava circundando minha vida, ali mesmo onde parecera haver um profundo senso de solidão e descontentamento.

A cada dia, passei a procurar uma maneira de abençoar alguém. Por exemplo, nessa época eu era professora em uma escola e passei a me esforçar para falar com os colegas com genuína atenção. Orar mais pelo mundo tornou-se também uma prioridade. E incluía em meus pensamentos e orações aqueles que cruzavam meu caminho, especialmente as pessoas que necessitavam de mais compaixão.

Nunca soube quando, exatamente, cessaram aqueles sentimentos de tristeza e solidão, pois estava muito ocupada buscando maneiras de abençoar os outros. Aqueles pensamentos simplesmente se dissiparam. Não que nunca mais tenha sentido solidão. Mas aprendi a não mais deixar aqueles sentimentos se prolongarem e, o mais importante de tudo, a não dar a eles tanta importância. Quando me dedico a amar os outros e a me alimentar espiritualmente, há tanto bem se desdobrando que não posso deixar de notar.

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